Um.

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Um.

É assim que me sinto.

Apenas um.

Um apenas?

Mas um de quê?

Minha resposta é um silêncio.

Somos um., você me responde, acariciando a moribunda carne do que sou. Mas o que somos?

Eu sorrio.

Você entende.

Horas passam. Lentamente.

Os suspiros se misturam com o ar quente que passa por nós,

Mas eu me sinto tão frio.

Frio.

A superfície em que estou. É fria.

Mas isso não me incomoda.

Deixo minha carne moribunda se deitar sobre a superfície tão gelada quanto um cubo de gelo.

Mas isso não me incomoda.

Somos um.

Um de nada.

Mas ao mesmo tempo,

Um entre muitos.

Você sorri,

Eu entendo.

Corpos em sincronia,

Corpo nenhum em sincronia nenhuma.

Eu deito.

Espero que me acorde amanhã.

A Mastigar CrisântemosOnde histórias criam vida. Descubra agora