Capítulo 17

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DIAS DEPOIS...

WANESSA

Passaram-se dias e o padre Peter havia literalmente sumido do mapa desde aquele dia no retiro. Eu começava a me preocupar realmente, estive na igreja e o padre substituto que não se parecia em nada com o meu padre, havia dito que o padre Peter, teve que vigiar até a arquidiocese para conversar com o bispo. O que será? Será que ele ia revelar o seu pecado? Eu não fazia ideia.

O padre Paulo avisou que Peter chegaria daqui a doze dias, como eu contei, hoje era o dia que ele estaria na paróquia.

Aproveitei que hoje era sábado, dia que eu poderia sair desse maldito internato e ir até a cidade. Coloquei um vestido florido godê que ia na altura do meio da coxa e calcei minhas sapatilhas, sem me importar se a madre iria implicar. Caminhei até a sala da direção e bati. Ouvi a voz da madre.

— Menina Wanessa... por que está vestida assim? E o que deseja? — Dei um enorme sorriso para a madre e me aproximei.

— Sabe o que é madre, hoje é sábado é o dia que podemos... passear. Queria perguntar a senhora se eu posso? Sabe que eu tenho me comportado... — A madre suspirou.

— Tudo bem. Mas esteja aqui até as 16:30, ok? — Assenti feliz da vida. Dei um beijo na madre que sorriu meneando a cabeça e saí disparada. A madre realmente era uma boa pessoa e não era tão rígida como parecia ser. Bastava "respeitar" as suas regras e tínhamos ela nas mãos. Por isso eu estava me dando superbem com isso. Sorri passando pelo meu quarto e lembrei que Lari já havia saído para "passear" com a irmã do padre.

Apanhei um ônibus e fui para o centro da cidade. Chegando lá, fui diretamente na paróquia procurar pelo padre. Mas fiquei decepcionada quando dei de cara com o padre feioso do Pedro.

— Boa tarde, padre. — O padre sorriu bondosamente.

— Boa tarde, menina Wanessa.

— O padre Peter... ele está? — O padre me encarou desconfiado, claro. Já era a quarta vez que eu procurava pelo padre nesses dias.

— Ele chegou de viagem e está em sua casa. O que tem de tão sério para falar com ele? Não pode ser comigo? — O padre perguntou. Eu dei o meu melhor sorriso inocente.

— Não é nada em especial... na verdade foi um conselho que eu pedi ao padre, eu coloquei em prática o seu conselho, mas ainda estou cheia de dúvidas. Eu preciso mesmo conversar com ele.

— As seis da tarde terá a missa com ele. — Assenti e suspirei.

— Bem, sendo assim... Se a madre permitir, eu volto mais tarde. Benção padre.

— Deus te abençoe, filha. — O padre fez o sinal da cruz e eu disse amém, me retirando em seguida. Acha mesmo que eu ia esperar pela missa? Uma ova que eu vou! Olhei pela rua, já que estava de tarde e movimentada. Aguardei até que estivesse tranquila, e entrei às pressas pelo portão que dava para a casa do padre Peter. Corri até sua porta e forcei a entrada.

Assim que abri a porta, Peter tomou um susto, pois o mesmo estava de calça de moletom e sem camisa. Mordi o lábio trancando a porta atrás de mim e me virei para ele correndo para os seus braços e me jogando o enlaçando pelas pernas.

— Eu estava morrendo de saudades! — Eu disse depositando um beijo no pescoço de Peter que tentou me soltar com cuidado de seu colo. Caímos sobre o sofá e eu travei minhas pernas sobre seu quadril.

— Wanessa... — Sua expressão estava fria.

— Não diga nada... só quero você. Eu fiquei com medo dessa sua viagem, eu confesso. — Eu disse buscando sua boca e o padre me negou a mesma. E então ele me soltou brutamente, me jogando contra o sofá e se levantando quase me machucando.

— Wanessa. Por favor! As coisas não são assim! Eu sou um padre, entenda de uma vez! — Ele disse sério e eu bufei.

— Ah sim, um padre cheio de desejos que sabe foder gostoso uma membra da sua igreja. — Ele bufou irritado passando a mão pelos seus cabelos.

— Chega! Isso já deu! Não entende a merda que estamos fazendo? — Fiquei boquiaberta.

— Olha o padre xinga.

— Que se dane! Eu tô literalmente cansado disso, desse teu joguinho de sedução. O que quer de mim, Wanessa? O que espera de mim? Você acha justo eu jogar anos dedicado ao catolicismo pelo meu pecado? Acha justo me seduzir para os seus caprichos carnais? — Eu fiquei chateada e rebati.

— Quer saber de uma coisa? Que se foda toda essa maldita regra de igreja. Toda essa palhaçada de pecado. Um livro que foi escrita por um bando de idiotas que diziam ser usado por Deus para o tal, para mudar o comportamento humano que naquela época com certeza eram imundos. Já que quase nada mudou nem com essas malditas regras, imagine naquela época? Pra mim, isso não passa de balela criada pelos cristãos doentes que acreditavam ouvir chamados de Deus.

— Você está blasfemando! — O padre disse revoltado.

— Eu estou revoltada. Cansada de correr atrás de um homem, sim porque de padre você só tem o título idiota que a maluca da sua mão implantou na sua mente e a revolta de ter perdido o amor da sua vida.

— Já chega! Fora da minha casa! — Peter gritou consternado. Eu o encarei com raiva. Me levantei do seu sofá ajeitando meu cabelo que estava bagunçado com a forma bruta que o padre me jogou contra o sofá.

— Eu vou. Vou embora e se bobear vou embora até dessa maldita cidade, sabe porquê? Eu estou cansada de hipocrisia. Porque na hora em que você estava me fodendo, entrando e saindo de dentro de mim, você não pensou em nada disso. Agora tá dando um de arrependido depois de ter gozado três vezes. Adeus, padre! — Eu disse puta da vida indo em direção a porta, e parei quando ouvi ele dizer.

— Vai ser um enorme favor, você ir embora da cidade e me deixar em paz, para que eu possa seguir meu chamado sem a perturbação que bagunçou a minha vida. — Senti no peito a pancada que ele me deu e assenti em silencio, saindo pela porta e a fechando com força em seguida.

Eu? Eu que nunca precisei me rastejar atrás de um homem, estava passando dos limites atrás desse padre só por causa do sexo. Eu não precisava disso e já estava cansada pela forma como ele me trata. Esse ciclo continuaria sempre a mesma coisa. Ele se negando, eu testando o seu limite, ele cedendo e se arrependendo em seguida. Eu já estava malditamente farta com isso...  

Meu Irresistível Pecado (COMPLETA)Onde histórias criam vida. Descubra agora