Capítulo 24

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WANESSA

Acordei lentamente sentindo a minha cabeça explodir e um enjoo tomar conta de mim. Eu estava morrendo com essa maldita ressaca.
Abri os olhos aos poucos sem reconhecer o quarto em que eu estava... Até que tudo que aconteceu ontem, voltou para a minha mente. Eu não podia acreditar que o Peter veio atrás de mim e ainda deixou de ser padre.
Confesso que me senti um pouco mal pelo que aconteceu ontem, Peter está envolvido por mim e eu não sinto a mesma coisa. Eu gostei de transar com ele e é óbvio. Temos muita química juntos, mas eu não sinto nada mais do que atração física.

— Acordou? — Ouvi sua voz grossa em meu ouvido e me virei lentamente. Peter estava parado encostado no batente da porta de braços cruzados, vestido apenas com uma calça de pijama.

— Minha cabeça dói... — Avisei e fechei os olhos de novo. Ouvi os passos de Peter se aproximarem.

— Comprei uns remédios pra você. Pela cena deplorável que eu vi ontem, sabia que ia acabar acordando mal. Tome, vou buscar uma água. — Assenti pegando os remédios de sua mão.

Peter saiu do quarto e aproveitei para ir ao banheiro para fazer xixi, lavar o rosto e jogar pelo menos um pouco de pasta na boca pra tirar esse bafo de álcool vencido.
....

Voltei para o quarto e Peter já me aguardava com um copo de água. Apanhei os remédios e tomei de uma vez. Um silêncio estranho ficou no ar e eu já entendia tudo. Peter estava magoado com o que aconteceu ontem.

— Desculpa por ontem. — Pedi com a voz baixa esfregando as têmporas por causa da dor enjoada.

— Nós vamos conversar sobre isso. Mas... — Peter caminhou até a sua mala tirando de lá uma blusa, uma toalha e uma cueca. — Tome um banho, você está precisando, parece estar mal. Enquanto isso vou preparar algo para você comer. — Assenti e voltei para o banheiro.
....

Realmente Peter estava certo. O banho me revigorou e me deixou nova. Vesti sua blusa que mais parece um vestido e sua cueca que ficou como um short em meu corpo.
Caminhei pelo quarto secando os cabelos e fui até a cozinha, aonde Peter já ajeitava a mesa do café.

— São que horas? — Perguntei puxando assunto. Peter ficou estranho depois de ontem.

— Já passa do meio dia. — Assinto. Claro que eu dormiria até tarde... Ainda bem que para os meus pais, eu disse que dormiria na casa de Audrey.

— Certo. — Peter puxou uma cadeira e fez sinal para que eu sentasse. Ele me serviu em silêncio, mas sua expressão já mostrava que não estava nada contente comigo. Após me servir, Peter ficou me observando tomar café em silêncio. Parecia pensativo.

— Desde quando usa drogas? — Sua pergunta me fez parar de mastigar por alguns segundos. Apanhei a xícara de café tomando um gole e o encarei.

— Não faz muito tempo e também não sou uma viciada. Uso apenas quando quero me alegrar um pouco.

— Sabe que isso faz mal para você, não sabe? — Bufei já irritada.

— Olha Peter, não começa com seus sermões como se você um padre ainda porque definitivamente você não é.

— Não sou padre, sim não sou. Mas agora eu falo por mim. Estou preocupado com você. O que eu vi ontem... Aquilo não é felicidade, Wanessa. Não é usando drogas, bebendo de cair ou transando com qualquer pessoa que você vê pela frente que vai te fazer feliz. Vai te trazer prazer momentâneo, mas e o depois? — revirei os olhos com seus sermões.

— Mas é o que eu busco. Prazer momentâneo. Nada mais que isso. — Peter se levantou irritado e começou a caminhar de um lado a outro.

— Até um dia eles te drogarem tanto e você acabar morrendo de overdose, ou estuprada correndo o risco de contrair uma doença ou uma gravidez. Isso não é vida! Sabe, depois de ontem eu pude ver que somos incompatíveis. Não adianta eu me entregar por inteiro a você se o que precisa é só do prazer momentâneo. Hoje mesmo eu tô voltando para o interior e vou ver o que eu faço da vida. — Eu o encarei assustada com o seu tom de voz. Me levantei e suspirei. Eu não queria que ele fosse embora, afinal de contas o nosso sexo era maravilhoso.

— Peter não precisa ser assim... Não precisa ir embora.

— Eu não vou ficar aqui vendo você se autodestruindo! — Ele gritou e ficamos nos encarando. Ele acha o que? Que eu vou deixá-lo mandar em minha vida?

— Peter me escuta. Eu sei que pra você é difícil aceitar, mas eu sempre fui assim. Antes mesmo de conhecer você. Eu gosto de estar com você, amo sentir seus toques deliciosos em meu corpo, mas...

— Já chega. Eu já entendi. Eu me precipitei achando que você ficaria feliz em me encontrar, ficaria feliz em me ver e querer ficar comigo, mas não. Eu me enganei e não te culpo. Se passaram meses e eu que fui idiota em acreditar que você estava sentindo o mesmo por mim, que toda aquela maldita insistência me atentando enquanto eu era um padre, fosse por estar envolvida demais por mim e não porque era apenas um capricho de uma menina mimada que não consegue ouvir um não e testa todos os limites para provar que pode.

— Vai ficar me jogando isso na cara? Eu fiquei atrás de você porque me senti atraída. Eu queria ficar com você. Mas jamais pensei em relacionamento... Eu...

— Certo. Eu já entendi. Já disse! De certo modo não me arrependo. Me fez entender que o sacerdócio não era pra mim, agora eu vou em busca de algo que seja para mim. Vou viver minha vida. Talvez eu volte para o interior ou até mesmo vou para outro estado, outro país... — Suspirei pesadamente olhando para o homem em minha frente. Lembrei dos dois momentos intensos que vivemos e me aproximei dele. Ele franziu a testa confuso assim que me aproximei e o abracei.

— O que pensa que está fazendo, Wanessa?

— Tô matando a saudade... — Me aproximei para beijá-lo e ele me segurou pelo ombro.

— As coisas não vão funcionar assim.

— Me afastei dele ajeitando meu cabelo e dando um sorriso.

— Se não vai ser assim, então como? O que quer de mim, Peter?

— O que você acha? Acha que eu deixei a batina e vim até aqui apenas por uma relação sexual? Wanessa eu não sou como os moleques dos quais você está acostumada a ter algum tipo de relação. Eu quero ter algo sério com você. Se você quiser, claro. Se não quiser... Eu vou aceitar. Vou embora e tocar minha vida. — Fiquei surpresa com a proposta de Peter. Ele queria algo sério, mas eu não sei se é isso que eu quero. Já namorei sério e sinceramente achei um saco...

— Você está dizendo que... Quer namorar comigo sério é isso?

— Sim! Isso mesmo. Está nas suas mãos, Wanessa. Meu destino depende de você agora. Eu não vou aceitar viver na bagunça, em relação com uma e outra se quem eu quero... Está aqui na minha frente. Então você escolhe. Ou namora comigo ou então estou indo embora para sempre. — As palavras de Peter bateu firme em mim. Senti meu coração acelerar. Ele me quer, me quer mais do que deveria e eu? Será que eu estou preparada para isso? 

Meu Irresistível Pecado (COMPLETA)Onde histórias criam vida. Descubra agora