Capítulo 29

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WANESSA

Eu já estava ficando desesperada ao ter que me comportar como uma boa moça que eu não sou, perante meus pais. Vi o quanto meu pai indiretamente perguntava sobre os bens de Peter, o que me incomodou um pouco. Posso ser o que for, mas não herdei a ganancia e gananciosa como meu pai, já minha mãe é uma Amélia da vida. Essa diz amém para tudo que meu pai fale ou faça, mesmo que isso vá contra a religião deles.

Agora eu estou sentada na sala ao lado de Peter, ouvindo meu pai falar sobre empresa e implorando em pensamento que meus pais nos deixem sozinhos, pois eu preciso beijar agora então, meu namorado.

Eu, Wanessa Hollerbach namorando, quem diria? Pois é, eu gosto de estar com o ex padre, e se a imposição dele é que assumíssemos um compromisso, por que não?

— Ângela, são que horas? — Papai perguntou a minha mãe, que olhou em seu relógio.

— Passa das dez agora. — Papai ficou surpreso e Peter lhe sorriu.

— Bem, acho que já está ficando tarde, eu já vou...

— Ah, não! — Protestei. — A gente mal conversou. Por favor pai, deixe o Peter ficar pelo menos mais meia hora. — Pedi implorando com um ar um tanto infantil. Papai olhou para Peter e depois para mim.

— Bom, apenas meia hora, ok? Você é uma menina de respeito. Não quero os vizinhos dizendo besteiras por aí. — Assenti mordendo o lábio e abracei meu pai.

— Obrigada, papai. — Ele sorriu acariciando meu cabelo.

— De nada, minha filha. Então eu e sua mãe já vamos nos deitar. Se comporte. Peter, juízo com a minha filha. Peço que não ultrapasse os limites... — Peter assentiu sem jeito.

Minha vontade de rir era gritante. Papai sabia que eu não era mais virgem, desde o dia em que ele brigou comigo por eu ter chegado no dia seguinte, mas na mente dele, ele deve achar que Peter é um homem de respeito e que não chegamos a transar ainda.

Mal sabe ele...

— Pode deixar, sogro. Prometo que dentro de meia hora, eu vou embora. — Papai assentiu, parecendo mais aliviado.

Ele e minha mãe se despediram de Peter e subiram a escada. Aguardei em silêncio até eles sumirem das nossas vistas. Peter se virou para mim, abrindo um lindo sorriso. Eu obviamente pulei em seu pescoço tacando-lhe um beijo daqueles de tirar o folego, para compensar as horas em que aguentei a tediosa conversa entre meus pais e Peter.

Peter me puxou pela cintura, tentando me afastar um pouco e eu sorri dando diversas fileiras de estalinhos roubados.

— Wa... Wanessa... calma... — Peter pedia enquanto eu sorria, até que ele conseguiu se afastar um pouco.

— Eu só estou com saudades, juro. — Peter sorriu lindamente e assentiu.

— Eu também estou com saudades, mas eu conheci seus pais hoje. Já pensou se eles voltam e nos pegam desse jeito na sala da casa deles? — Dei de ombros.

— O que que tem? Agora somos namorados, não somos? Então pronto. Não devemos reprimir nossas vontades por causa dos...

— Wanessa... Não é bem assim. — Rolei os olhos meneando a cabeça. Me aproximei de Peter o empurrando até o sofá o fazendo sentar. Sorri maliciosa e ele franziu o cenho, ficando temeroso quando me viu sentando em seu colo.

— Wanessa, meu anjo... — Beijei seu pescoço e vi seus pelos eriçarem e sorri mordendo o lóbulo de sua orelha.

— Melhor sua diaba, ex padre. — Ataquei seus lábios rebolando em seu colo sentindo sua respiração mudar drasticamente.

— Wanessa, por favor! Pare. Seus pais podem nos pegar assim.

— Meus pais não são de sair do quarto, quando vão dormir. Relaxa Peter...

— Mas eu sou seu namorado, e eles podem nos testar. — Bufei ainda sentada sobre suas pernas.

— Você pensa demais.

— E você é impulsiva demais... — Ele sorriu e eu mordisquei o lábio.

— Então, que tal se a gente subir? Vamos para o meu quarto... — Peter me encarou horrorizado.

— Wanessa... melhor não. Não quero ter que voltar aqui amanhã e sentir dor na consciência por passar os limites. — Cruzei meus braços na frente dele franzindo o cenho.

— Sério? Não posso acreditar que agora você vai deixar de transar comigo, por causa dos meus pais. Peter, pelo amor de Deus! Se eu soubesse que seria assim... — Eu disse emburrada, saindo do colo de Peter e me sentando chateada ao lado dele. Peter sorriu acariciando meu rosto.

— Ei... não fique assim. É sério. Eu só, não acho certo fazer isso debaixo do teto dos seus pais, quando ele me confiou de me comportar com você aqui. Wanessa, eu me apresentei a eles hoje. Espera eu ganhar confiança, nós podemos transar sim, eu tenho o meu apartamento, eu acho mais justo você ir pra lá, para esses fins. Aqui, não. — Rolei os olhos.

— Então, tá, o que vamos fazer agora? Ficar olhando um pra cara do outro, sem ter o que fazer? — Perguntei, entediada. Peter meneou a cabeça.

— Você acha que namoro se resume em sexo? — Peter me perguntou, eu fiquei pensativa e suspirei.

— Sei lá. Na verdade, só namorei uma vez, mesmo assim por aparência, para meu pai ficar bem politicamente forte. Não rolava nada, então não sei.

— Certo, então deixe eu te explicar. Namorar é muito mais do que transar, Wanessa. É uma forma de amadurecer a relação, de nos conhecer, nos fortalecer, dos sentimentos crescerem... Poder lidar com defeitos e qualidades. — Pousei a mão no rosto tediada.

— Sabe o que tá parecendo? Aquelas suas palestras que você dava na igreja sobre matrimonio. Você não é mais um padre, pare com isso. — Eu disse, sem paciência. Peter me encarou sério e percebi que eu havia o chateado. Respirei fundo. É terei que ter calma se eu quiser muda-lo.

Me aproximei dele e o abracei depositando agora, beijos calmos em seu pescoço e queixo.

— Ah, me desculpa, vai... Eu não queria ter falado desse jeito, meio rude. Foi mal...

— Tudo bem. Faz parte, você ainda é imatura. Vai entender quando amadurecer. — Arqueei a sobrancelha.

— O que quer dizer com isso? — Peter suspirou dando de ombros e se levantou estendendo a mão para mim, para que eu me levantasse também.

— Nada de importância agora. Bom, acho que já vou. Amanhã eu volto cedo.

— Ah não. Deixa que eu vou na sua casa, pelo menos posso aproveitar esse namoro melhor. — Peter agarrou meu queixo, plantando um beijo casto em meus lábios.

— Ainda não. Vamos fazer o seguinte. Vamos aguardar uma semana, virei todos os dias, nos horários certos até ganhar a confiança do seu pai, para você poder frequentar a minha casa, tudo bem? — Dei uma risada zombeteira meia incrédula.

— Sério? Eu achei que você estava namorando a mim e não ao meu pai. Peter, você tem que me agradar, não a ele.

— Eu só quero fazer as coisas certas, já fizemos coisas erradas demais. Eu estou entendendo isso como um recomeço do zero, para que possamos acertar as coisas. — Revirei os olhos e assenti. Esse troço de namorar já está dando no saco. Mal começou e tá me deixando exausta. Odeio regras e Peter está me forçando a elas...

— Tudo bem. Vamos ver no que isso vai dar. — Peter assente, entrelaçando nossas mãos e depositando um beijo em cima da mesma.

Caminhamos até a porta, nos despedimos com diversos beijos.

Fechei a porta e suspirei entediada. E agora o que eu faço? Vou colocar o meu pijama e vou dormir?

Bufei irritada e vi meu celular vibrar em cima da mesinha da sala.

Apanhei o mesmo e vi a mensagem de Leo.

"E aí, gata. Vou fazer uma resenha com uns amigos aqui em casa, bebida liberada. Topa? To aguardando você, princesa." — Mordi o lábio com um sorriso maroto nos lábios. Pronto. Arrumei o que fazer e minha noite não será monótona!  

Meu Irresistível Pecado (COMPLETA)Onde histórias criam vida. Descubra agora