Capítulo 26

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WANESSA

Eu não queria na verdade namorar ninguém, mas o Peter é o Peter e ele me enlouquece de uma maneira da qual eu nunca enlouqueci por nenhum homem, não que eu esteja apaixonada, porque Wanessa Hollerbach não se apaixona por ninguém.
O problema todo é que ele é careta, e eu sei disso. Mas eu vou tentar molda-lo do meu jeito. Outro enorme problema é o Peter não ter nada a ver com política. Meu pai cisma que eu tenho que ter um relacionamento com algum filho de político, ou coisa do tipo para estreitarem os laços.

— O que está passando nessa cabecinha linda? — Peter pergunta me tirando dos meus devaneios. Eu encaro o homem ao meu lado que está com um enorme sorriso no rosto. Sorrio de volta.

— Sabe? To desde ontem "sumida" de casa, eu preciso voltar, infelizmente.

— Concordo! Seus pais devem estar preocupados. — Dou uma risada irônica.

— Preocupados? Só se for com a reputação do meu pai, é só isso que importa para eles. A reputação perante a política. — Dou de ombros apanhando um pedaço de manga cortada da bandeja.

— Talvez não seja assim, Wanessa... Você pode estar exagerando. — Olhei para ele incrédula e bufei.

— Você ainda não os conhece!

— Bem, eu digo que da forma que eu te encontrei ontem... é algo preocupante.

— Eu gosto de curtir, Peter! Você que é careta demais. Gosto de beber, de estar com meus amigos e de...

— De se drogar e fazer sexo com qualquer desconhecido. — Peter completa com um semblante nada satisfeito. Arqueio a sobrancelha e solto um sorriso zombeteiro.

— Também. Eu gosto de testar limites, gosto de viver a vida. Tem gente que não faz nada do que eu faço e morre sem aproveitar nada.

— As coisas não são assim, Wanessa. Tudo tem limite, você estava arriscando a sua vida.

— Estava? — Pergunto me aconchegando nele o abraçando e beijando seu peitoral. Vi sua respiração mudar rapidamente.

— Sim... agora é minha responsabilidade proteger e cuidar de você. — Continuo os beijos em seu peitoral, sem cessar. — Wanessa... o que está fazendo... — Peter me pergunta com a respiração irregular e eu desço mais um pouco, até chegar em frente o short dele e massageio seu sexo, Peter solta um murmuro fechando os olhos.

— Eu tô querendo mais, eu sou a diaba insaciável. — Digo dando uma gargalhada. Peter me encara e me agarra pelo cabelo me trazendo até a sua boca.

— Então sua diaba insaciável, você quer mais? Eu vou te dar. — Peter diz com a voz rouca guiada pela excitação e me agarra me jogando na cama e me dando um beijo de tirar o fôlego. Talvez eu consiga ser fiel a ele, se esse apetite todo continuar, e também se ele souber me dividir na cama... uma transa a três, a quatro...

(...)

Após passar o dia inteiro com Peter, finalmente chego em casa. Abro a porta e vejo minha mãe tomando seu chá na sala e assistindo a televisão.

— Finalmente, Wanessa! Aonde se meteu? Você disse que estaria na casa da Lorena, liguei pra lá na hora do almoço e ela disse que você já tinha ido embora. — Santa Lorena! Obrigada por me ajudar!

— Sim, mamãe. Eu fui me encontrar com o meu namorado. — Digo com um sorriso zombeteiro no rosto.

— Nam... namorado? Quem? O Betinho? Filho do prefeito? Aquele menino é um amor e é muito religioso... — Rolei os olhos cansada desse papo. Se ela soubesse que vi Betinho na festa ontem cheirando cocaína e beijando um cara...

— Não mãe. Ninguém com vinculo político na cidade. — Minha mãe rapidamente mudou o semblante.

— Sabe que se for um desses moleques, metidos a playboy que vivem se drogando por aí, seu pai não vai gostar, não sabe? — Arqueei a sobrancelha e bufei.

— Não, ele não é daqui da capital, e ele não é um moleque. É um homem de 25 anos, tem muitos bens do jeito que meu pai gosta.

— Filha! Respeito!

— Respeito? Eu só tô dizendo a verdade, meu pai gosta de gente que tem bens, fazenda, empresa, essas coisas para financiar a campanha dele. Pensa que eu não sei?

— Do que as minhas duas mulheres estão falando? — Meu pai chegou em casa sorridente e minha mãe me encarou com medo. Resolvi calar a boca, afinal, preciso apresentar o Peter ao meu pai.

— Não é nada demais... aliás é sim. A Wanessa... ela parece que conheceu um rapaz decente e bom. Não é, filha? — Sorri lembrando do quanto decente Peter era até eu fazê-lo virar a cabeça.

— Ah sim... Ele é um homem decente, decente até demais que chega a me irritar. — Meu pai me encarou com interesse.

— Quem é? É o Betinho? Filho do Marconi? Eu não acredito que finalmente você resolveu dar uma chance para o filho do prefeito! Outra notícia boa no meu dia! — Vi minha mãe ficar tensa, eu sabia que meu pai viria a se candidatar a prefeito a na eleição desse ano e era de extrema importância unir ainda mais a aliança com o Marconi, prefeito da cidade.

— Sinto em te desapontar, papai, mas não. Não é o Betinho e ele não é daqui da capital. Peter é o nome dele, ele é do interior da cidade.

— O que? — Meu pai perguntou incrédulo.

— É... eu conheci... eu o conheci na época que eu estava de castigo no colégio de freiras. Ele é uma boa pessoa, tem bens, tem fazenda e empresa. — Meu pai apertou os olhos contra mim.

— Ele... de que família ele é? — Dei de ombros, eu não podia dizer que Peter era um padre e eu o desvirtuei. Minha mãe morreria ao saber e meu pai imediatamente me proibiria de me envolver com Peter.

— Ah, ele... eu não lembro o sobrenome, só sei que ele é de uma família influente lá do interior. — Meu pai me encarou desconfiado.

— Certo. Marque um jantar para amanhã, Ângela! — Os olhos da minha mãe brilharam, como mamãe é muito religiosa, o sonho dela é ver a filha seguir os caminhos de Deus, casada e com um casal de filhos.

— Tudo bem, querido! — Minha mãe disse animada.

— Quero conhecer esse rapaz, quero ver se ele é digno de merecer a minha princesa. — Papai disse com um meio sorriso no rosto. Eu queria rolar os olhos. Meus pais acham que estamos no século passado com esse papo de eu ter que namorar um cara religioso, ou que tem dotes e faça por merecer a minha mão. Faça-me o favor... 

Meu Irresistível Pecado (COMPLETA)Onde histórias criam vida. Descubra agora