**Capítulo 42**

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• Jade •

Fui praticamente voando pra casa, nervosa pra cacete e com a consciência pesada demais.

Não deveria ter feito o que fiz com o Sinistro, nunca! Mas acabei fazendo, e infelizmente eu gostei. Fazia tempos que eu não tinha uma transa boa daquela, e depois de meses sem sexo, não me aguentei e acabei só ouvindo minha cabeça, e deu no que deu.

Não tinha cara pra olhar para o Leandro depois do que fiz essa noite. Estava me sentindo podre por dentro, e ninguém tinha noção disso.

Eu sempre bati o pé falando que não iria trair ninguém, que isso era coisa de gente sem caráter, e hoje, paguei com a língua. Fiz o que sempre temia fazer, e me tornei a pessoa que eu mais julgava, uma traidora!

Fiz tudo o que fiz naquele carro com o Sinistro, por impulso e por pensar na possibilidade do Leandro estar me traindo também, mas não tenho certeza disso, e pela primeira vez estou torcendo para ele ter me traído primeiro, porque acho que assim não vou me sentir tão podre.

Pensei nessa possibilidade dele estar me traindo, quando vi marcas de arranhões em seu corpo todo quando fui em casa me trocar, depois de deixar o Sinistro na favela. Ele ficou nervoso quando me viu, e em seu peito tinha uma pequena marca roxa, então já fiquei pensando no pior.

Estava me segurando pra não chorar assim que me pensei naquela opção, mas na minha cabeça tive a certeza que ele estava me traindo, então só quis dar o troco. Mas foi um troco gostoso pra caralho!

Foi com um cara que eu nunca imaginei se quer beijar na vida? Foi! Mas não vou negar que na hora que estávamos dentro daquele carro, eu esqueci de tudo e só queria transar com ele o máximo possível antes do arrependimento bater.

Sinistro tem uma cara de quem não presta nessas horas, que lá me desmontou toda, véi. Não dá!

Deixei o carro no estacionamento do prédio, e antes de sair do mesmo, eu olhei para o banco de trás pelo espelho no meio do carro, e mesmo sem querer fiquei lembrando de tudo o que tinha acabado de acontecer ali.

Sai do meu carro, ativando o alarme e subi correndo para meu apartamento que eu ficava com o Leandro. Arrumei meus cabelos antes de entrar, e quando entrei, fiquei com a maior cara de sonsa. As luzes estavam tudo apagadas, então fui direto para o banho tomar um banho e tirar aquele cheiro de sexo que meu corpo exalava.

Assim que tirei minha roupa toda, fui para frente do espelho, e quase caí dura pra trás vendo aquelas marcas em meu corpo todo.

Mesmo não querendo, eu comecei a chorar ali mesmo, enquanto olhava os chupões por meus peitos, pescoço e barriga.

Aquilo ali só estava me fazendo lembrar o quão suja eu fui, o quanto que eu não presto porra nenhuma por trair o Leandro na primeira oportunidade que tive.

As lágrimas rolavam por meu rosto, e cada minuto que se passava e eu olhava aquelas marcas, eu me sentia pior ainda. Suja pra caralho!

Tomei meu banho ainda chorando igual a uma criança, e depois tive que passar base cobrindo os roxos que ele deixou. Meu rosto estava vermelho e com a marca da mão dele, mas se o Leandro visse isso, dava alguma desculpa pra ele, falando que eu tinha brigado na rua, ou sei lá.

Parece que o Sinistro fez tudo isso no meu corpo de propósito, para eu lembrar das merdas que eu fiz hoje, até elas saírem de vez.

Sai daquele banheiro depois de ficar quase meia hora tentando cobrir tudo, e fui para o quarto enrolada na toalha.

Assim que acendi a luz do quarto, não vi o Leandro ali, como pensei que ele estava. Peguei meu celular na minha bolsa e vi uma mensagem dele falando que estava cobrindo turno de um cara lá no batalhão.

Eu nem respondi, desliguei o celular e depois de me trocar, eu deitei na cama para tentar dormir, e pelo menos por algumas horas esquecer o que rolou nessa madrugada.

Diário de um DetentoOnde histórias criam vida. Descubra agora