Hanna P.O.VMinha mãe estava sentada entre Simon e eu, ela tinha o olhar perdido, como se tentasse entender toda a situação.
— O casamento dos meus pais não terminou da melhor maneira, minha mãe descobriu as traições do meu pai e pediu o divórcio, mas infelizmente ela não conseguiu sair do casamento viva. - Minha mãe disse.
— Ele a matou? - Simon perguntou.
— Matou e iria culpar os Northside. - Ela respondeu.
— Que horror. - Eu disse.
— Toda essa loucura bagunçou a mente dos meus irmãos e acabou em toda essa perseguição com os Northside. — Minha mãe disse.
— Loucura total. - Simon falou.
Como se fosse combinado, Simon e eu deitamos nossas cabeças nos ombros de nossa mãe, que segurou nossas mãos.
Muitas vezes minha mãe não tinha jeito nenhum pra lidar com certas coisa de família, o que fazia com que meu pai tivesse que lidar com isso, mas as vezes tudo que era preciso, era um abraço.
Lembro que uma vez meu pai contou que ela amava quando Simon ou eu dávamos um abraço nela antes de sair, e pra ela aquilo era como um lembrete diário de que ela não estava sozinha.
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Um tempo depois, nossos avós e nossos tios chegaram, logo depois um médico apareceu, ele explicou que meu pai havia levado um tiro na perna, mas estava bem, só seria necessário o uso de uma bengala e de fisioterapia.
Nossos avós foram os primeiros a entrar e ver meu pai, depois nossos tios, Simon e eu e por fim nossa mãe, ela passaria a noite ali, enquanto Simon e eu passaríamos a noite em um hotel, já que não dava pra voltar pra casa.
— Simon? - Chamei.
— Oi? - Ele respondeu, olhando para a estrada.
— Acha que nossos pais podem se separar? - Perguntei.
— Não. - Ele respondeu.
— Tenho minhas dúvidas. - Eu disse.
— Olha, estamos falando dos nossos pais, duas pessoas que tiveram tudo para não ficarem juntos, mas estão aí, esfregando na cara da sociedade sua felicidade. - Simon respondeu.
Por mais que eu odiasse afirmar, Simon estava certo, nossos pais eram duas pessoas opostas e estavam casados à vinte e um anos, talvez fosse apenas uma crise.
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No dia seguinte seguimos para o hospital, claro que encontramos com vários jornalistas no caminho.
— Eu já disse que odeio eles ? - Simon questionou tirando os óculos escuros.
— Já. - Respondi.
Entramos no quarto, encontrando nosso pai estava acordado e olhando para o teto, enquanto nossa mãe dormia.
— Como se sente, pai ? - Perguntei e ele olhou para nós.
— Bem, mas prefiro estar em casa. - Ele respondeu.
Andamos até ficarmos ao lado da cama.
— Vocês estão bem ? - Nosso pai perguntou.
— Estamos. - Respondi.
— Venham aqui. - Ele disse abrindo os braços.
Simon deu a volta na cama, e juntos fomos abraçados por nosso pai.
— Que cena linda, vou mandar revelar a foto que tirei. - Minha mãe falou segurando o celular.
Olhamos para ela sorrindo, se tinha uma coisa que ela amava era registrar momentos como esse em fotos, nossa casa era repleta de fotos de vários momentos diferentes da nossa vida.
De repente senti um choque de coragem, se meus pais tiveram coragem e força pra enfrentar todos os problemas do passado, eu também tenho, era hora de seguir os conselhos do meu irmão e do meu amigo, era hora de ser eu mesma.
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Quase Opostos.
Teen FictionCom pais amorosos, um irmão mais novo carinhoso e um namorado cuidadoso, a vida de Hanna não podia estar melhor, mas a vida resolveu ser cruel com ela, ter muita pressão sobre si mesma e deixando a profissão dos sonhos de lado, ela encontrou apoio n...