FIFTEEN

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                      Point Of View Bárbara

   Desde que eu e Carol nos resolvemos, meus sentimentos mudaram completamente. Eu sei que mudei a forma como trato os outros, a forma como me trato e, principalmente, a forma como venho enxergando as coisas. Pensar que tem a chance de eu e Carolina não darmos certo em um possível relacionamento me faz mal, mas é tão confortante saber que mesmo depois de tudo eu ainda terei ela nem que seja apenas como amiga. Quem tem uma Carolina, tem tudo, mas para o azar de quase todos: a minha é só minha.

— No que você tanto pensa, gatinha? - A dona dos meus pensamentos pergunta atrás de mim e logo em seguida sinto um beijo estralado no topo da minha cabeça.

— No que você acha? - Puxei sua mão guiando seu corpo para perto de mim, colocando-a sentada em meu colo.

— Hmmm, me deixe pensar. - Fez cara de paisagem como se estivesse pensando em todas as hipóteses possíveis e eu quis rir de sua besteira. Eu estou gostando de uma criança. — Não faço ideia.

— Em uma garota de olhos verdes como esmeralda, cabelos loiros como o sol e um sorriso que faz qualquer um ficar derretido. - Disse e ela murmurou um som nasal, que particularmente, eu achei muito fofo.

— Caramba, quem é essa garota? Ela parece ser tão linda que estou até com ciúmes. - Gargalhei de sua tolice e ela riu junto, deixando seu corpo relaxar em cima do meu. Abracei sua cintura e deixei um beijo de leve em sua testa. 

— Sem querer parecer a bizarra obsessiva, mas ainda bem que tenho você para mim, sabia? - Um pouco envergonha e com receio da sua reação, abri meu coração e como resposta recebi um sorriso tão largo que quase fez seus olhinhos sumirem.

— E ainda bem que sou sua. - Me deu alguns selinhos intercalando entre boca e pescoço. — Se alguém contasse para a Carolina de 2 anos atrás que ela estaria assim nesse momento, ela iria surtar.

— Sério? - Ela assentiu com a cabeça e eu ri fraco continuando depositando uns selinhos em seus lábios, parando apenas quando escutei alguém entrando na varanda.

— ESPERA AÍ, ESPERA AÍ! - Gilson gritou animado e quis tapar os meus ouvidos para evitar escutar toda aquela barulheira, ele veio em passos largos em nossa direção e nem eu e nem Voltan mexemos um músculo se quer. — Vocês não vão dizer nada?

— Dizer o que, garoto? - Carolina se fez de desentendida se ajeitando mais em meu colo e eu quis matá-la pelo o que aquilo me fez sentir.

— Gente, eu não sou cego, tá? Eu tô vendo vocês duas aí de chameguinho. - Apontou para nós duas quase como desesperado e eu ri de todo aquele alvoroço.

— Somos amigas carinhosas ué, qual a novidade? - Agi tal qual a minha garota e observei ele praticamente ficar vermelho em um misto de irritação e curiosidade.

— Amigas? Amigas? Amigas não dão selinho, eu nunca dei selinho em nenhum dos meus amigos. Quer dizer, teve apenas aquela vez que eu e Mob.. mas isso não importa porque o assunto aqui são vocês! - Riu sem graça coçando a nuca e eu e Carolina nos olhamos na mesma hora e com a mesma expressão: Como assim?

— Pode deixar, Carol, eu pergunto. Você já beijou o Mob? - Perguntei o que ambas queriam saber e ele abaixou a cabeça logo levantando novamente e se pronunciando.

— O assunto não sou eu aqui, vocês estão juntas? - Indagou mais uma vez e eu revirei os olhos com aquilo, que menino insistente.

— Somos só e somente amigas, Gilson, nada mais que isso. Relaxe! - Carol respondeu indiferente e mesmo não deixando de ser verdade, senti algo dentro de mim se incomodar com aquilo.

Odeio amar vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora