SEVEN

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Point Of View Carolina

Após a noite com a galera, eu fiquei tão nervosa para ser anunciada e para saber como seria a reação de todos que nem consegui dormir. Eu apenas coloquei meu celular para despertar Bárbara, que agora eu chamo de Babi, e me dirigi novamente ao meu quarto. Tive bastante horas sozinha digerindo tudo que anda acontecendo e tudo o que aconteceu na noite anterior também, inclusive o quase beijo. Queria eu ter esquecido como ela disse que eu esqueceria, pensar no fora que tomei me faz o estômago revirar. Mas também, lembrando da loira que ela ficou naquela boate, claro que ela nunca ficaria com alguém como eu se ela tem aquele tipo de garota disponível. Mas não que eu me importe com isso ou queira ficar com ela.

Depois que Gs finalmente me ajudou a resolver tudo nas redes sociais, eu fui tentar abrir as configurações da live, mas foi inútil já que não estava funcionando de jeito nenhum. Chamei todo mundo possível no meu quarto e ninguém foi capaz de saber o que estava errado ali. Acabei por desistir e tentar pensar em alguém que eu pudesse pedir o quarto emprestado, seria muito inconveniente? Até que escuto Babi me chamando porta a fora e momentos depois, resolvendo todos os meus problemas.

No geral, a live foi incrível! Eu fiquei morrendo de vergonha de falar na frente daquela webcam e mais ainda de falar na frente de Babi, parecia que ela estava o tempo inteiro me fitando e avaliando, não no mau sentido. Depois de alguns bons minutos, durante as partidas, acabei me soltando mais. Chegou um momento em que eu até esqueci que estava ao vivo, parecia apenas uma partida normal com uma amiga dos velhos tempos, senti falta dessa Babi.

— E aí? O que achou? Ficou nervosa? - Ela me perguntou logo após fechar a live e se jogar em sua cama exausta, e com razão, foram longas 6 horas.

— Nervosa é pouco, parecia que eu ia morrer. — Falei dramática e ela riu alto jogando um travesseiro em mim, que acabei rindo também. — Obrigada mesmo por ter me ajudado, Babi.

— Tá tranquilo, loirinha. - Disse distraída com seu celular nem percebendo que acabara de me chamar de um apelido dos velhos tempos, mas eu gostei daquele apelido. — Você não ligou para aquelas besteiras, né?

— Ah, sei lá. - Cocei minha nuca meio sem graça lembrando dos comentários criticando o jeito como eu jogo e o jeito como eu falo. As pessoas são meio cruéis. — Não são 100% mentira.

— Tá doida, garota? São 101% mentira! Você joga muito bem e você é linda também. Só não digo que tu é a melhor do cenário porque a mãe tá on, tá ligada, né? — Riu convencida ajeitando o cabelo e umedecendo os lábios e eu tive que gargalhar da sua marra, achei aquilo até meio atraente.

— Obrigada por isso.

— Mas, Carol, eu estava pensando aqui. Aquele dia que a gente estava conversando na beira da piscina depois da boate, você pareceu ter alguma mágoa guardada sobre mim, o que não faz muito sentido, porque eu tenho sobre você também. Sei lá, né. Seria legal colocar as cartas na mesa.

— Eu fiquei meio chocada com você me culpando e me chamando das mesmas coisas que eu queria te chamar, sabe? - Eu disse e ela assentiu ainda um pouco intrigada. — Eu sei que você mudou a senha da minha conta naquele camp, mas tipo, eu te perdoo. Não sei porque você fez aquilo, porém essa Babi que eu estou interagindo aqui não é aquela Babi que me sabotou.

— Pera aí, como assim EU mudei a sua senha? - Deu ênfase no "eu" e eu não pude evitar olhá-la como se ela fosse doida. — Carol, você mudou a minha senha naquele camp! E inclusive, ele era muito importante para mim.

— Não, não, Babi. Tá doida? Eu nem mexi na sua conta. Você quem logou na minha e mudou tudo, garota. - Respondi um pouco irritada com aquela acusação manipuladora e percebi que ela estava tão irritada quanto eu, porém um pouco intrigada também.

— Carol, eu não toquei na sua conta, juro que não! - Senti tanta sinceridade na sua voz que não pude não acreditar. — Além de mim, quem mais da guilda tinha a sua senha?

— Eu não lembro, véi. - Tentei lembrar com muito esforço e finalmente uma pessoa veio a minha cabeça. Lince. — A Lince!! Ela era a única que também sabia.

— Ela sabia a minha também! - Olhou para baixo chocada ao ligar os pontos, eu provavelmente estava na mesma.

— E isso faz todo o sentido porque sem a gente na partida, ela ficou com o prêmio de melhor jogadora. - Conclui os fatos e Babi concordou com a cabeça ainda surpresa com tudo aquilo. — Meu deus! Como fomos idiotas, é claro que não fazia sentido você mudar a minha senha para me sabotar e não aparecer no camp também.

— Eu não acredito que ela traiu a gente assim. - Babi resmungou se ajeitando melhor em sua cama. — Me desculpa mesmo por ter agido como uma babaca com você todo esse tempo, eu achei mesmo que você tinha me fodido.

— Eu não te fodi. - Ela riu maliciosa com o que eu disse e senti minhas bochechas esquentarem. — Mas sério, me desculpa também! Eu te tratei como se você fosse um monstro sendo que você nem tinha nada a ver.

— Me sinto mal por saber que isso estragou a nossa amizade.

— Mas não estragou, Babi. Estamos aqui agora e temos todo o tempo do mundo.

— Você tá certa. E a propósito, me dá aqui um abraço, mas um abraço de verdade dessa vez. - Levantou esticando os braços para mim e eu fiz o mesmo me encaixando ali. Eu imaginei a abraçar tantas vezes, mas a nossa briga fez com que o abraço tivesse sido sem graça. Mas não esse, esse foi um abraço de verdade e foi bem melhor do que todas as vezes que eu imaginei. — Eu pensei em como seria o momento que a gente se encontrasse pessoalmente tantas vezes e que merda que o primeiro encontro foi com a gente querendo voar no pescoço uma da outra.

— Eu senti tanta a sua falta. - Abracei ela mais forte e ela me apertou contra o seu corpo. — Ainda bem que isso não acabou com a nossa amizade.

— Babitan para sempre, baby. - Repetiu uma frase que costumávamos sempre dizer uma para outra e rimos ali, com nossos corpos encaixados naquele quarto frio. Passamos alguns minutos em silêncio naquela posição e diferente do que parece, não foi nem um pouco constrangedor. Foi tranquilo e calmante, eu senti falta disso tudo.

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NOTAS DA AUTORA

oiii, parte 7 já está aqui.

Odeio amar vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora