TEN

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Point Of View Bárbara

Tem tanto álcool no meu corpo que se eu assoprasse um fósforo nesse momento, causaria um incêndio na cidade. E falando em incêndio, dançar com Carolina causou um incêndio em mim. Eu sei que deveria me afastar e não fazer danças dessa forma, afinal, somos melhores amigas, mas não estou em um estado em conseguir tomar decisões sensatas. Se eu fosse fazer a escolha que mais quero, eu iria beija-la nesse momento e passar o resto do mês arrependida porque ela com certeza não vai retribuir.

— Acho melhor não. - Carolina diz sem fazer nenhum movimento para quebrar nosso contato, muito pelo contrário, se aproxima um pouco mais.

— Se você não quiser, eu me afasto.

— Eu não sei se quero. - Respondeu encarando meus lábios, cheguei mais perto e selei um casto beijo ali esperando sua reação.

— Você precisa me dizer se quer ou não. - Apertei sua cintura e ela suspirou. Em um rápido movimento, fui surpreendida por sua boca na minha em um beijo quase como desesperado.

Carol segurou em meu pescoço com tanta delicadeza que nem parecia o quanto aquele beijo estava sendo intenso, nossas línguas brigavam por poder e ela fazia isso com maestria. Não aguentando mais competir, ela cedeu e eu comandei o beijo. Fiquei com receio do quanto deveria tocar em seu corpo no início, mas quando vi que ela estava me dando permissão, apertei sua bunda e arranhei de leve sua nuca durante o beijo. E que beijo! Valeu a pena cada semana, mês e ano de espera. Eu desejei Carolina por tanto tempo e criei expectativa de como seria quando a gente ficasse pela primeira tantas vezes que em alguns momentos até fiquei com medo de se um dia acontecesse, eu me decepcionasse. Mas não, superou toda a minha imaginação e ter o poder sobre ela naquele momento era com certeza a melhor sensação do mundo.

Quando o fôlego já não estava mais presente, separei nossos lábios e ela depositou alguns selinhos demorados no meu lábio, que logo foram depositados em todo o meu rosto e pescoço. Ri com aquela atitude e finalmente abri os olhos para enxerga-la, ela também já me olhava. Seus olhos que costumam ter uma tonalidade verde clara agora assumiram um acinzentado, sua boca semiaberta ainda vermelha pelo beijo, sua bochecha corada. Caralho! Ela é a garota mais linda do mundo.

— Eu esperei isso por muito tempo. - Disse e dei mais um selinho em sua boca.

— Eu também. - Sorriu e me beijou novamente.

Ficamos entre beijos intensos, mãos bobas e provocações por tempo o suficiente para eu decidir que não aguentava mais aquilo. Coloquei meu celular em seu bolso de trás, já que não tenho um, peguei a mão de Carol, entrelacei nossos dedos e puxei-a para algum lugar mais reservado. Demorei de encontrar algum que não tivesse ninguém, mas finalmente achei um bem isolado. Ela me olhou sem entender porque eu estava apenas olhando-a, mas não consegui evitar, fiquei bons segundos namorando o quanto ela fica linda e com um ar sexy naquele contexto. Sua mão em meu corpo fazia um caminho tão certeiro que quis entender como era possível ela me conhecer tão bem.

— Eu não vou fazer isso com você aqui. - Abaixei minha blusa que ela já estava prestes a tirar.

— Por que não? - Perguntou com um olhar triste e eu achei a coisa mais fofa do mundo.

— Porque não é um lugar certo para isso. - Ri me afastando e puxando sua mão para fora de lá.

— Você tá de sacanagem comigo, né? - Me olhou incrédula e eu neguei com a cabeça, afirmando que estava falando sério. — Mas você ficou com aquela garota em um lugar pior.

— É diferente. - Ela não entende que não é qualquer garota? Ela é a minha melhor amiga!

— Eu imagino que seja. - Me deu as costas e saiu andando em passos largos ignorando os meus chamados. Fui atrás dela, mas inutilmente, já que ela nem mesmo olhava em meu rosto.

Ok, eu com certeza não poderia ficar com Carol naquele lugar e sei que fiz a escolha certa, mas eu ainda estou um turbilhão de emoções aqui dentro. O álcool misturou com o tesão e só piorou ainda mais minha situação que antes já não estava muito boa, suspirei irritada e sai de lá em passos largos. Olhei ao redor tentando encontrar a loirinha mais linda e brava da boate, mas nada dela em nenhum lugar. Sentei no bar que eu estava anteriormente e pedi mais 4 doses de tequila para ver se pelo menos fico menos estressada com isso.

— Pega leve aí, gatinha. - Escuto uma voz atrás de mim e giro animada achando ser a garota que eu procurava, mas não, era outra loira. — Lembra de mim?

— Heloísa, né? - Me esforcei para lembrar o nome da menina que fiquei em uma noite qualquer um tempo atrás e ela riu negando com a cabeça.

— É Eliza! Foi quase lá. Mas estamos quites porque também não me lembro do seu.

— Bárbara. - Ri fraco para a garota e voltei meu olhar pra festa para ver se finalmente conseguia enxergar a garota de olhos verdes, mas nada. Bufei irritada com a infantilidade dela de sumir e virei uma dose.

— Tá tudo bem aí? - Perguntou passando as mãos pelo meu ombro e pescoço, concordei com a cabeça.

— Só estressada, nada demais.

— Eu tava te devendo uma, né? Eu posso te desestressar, se você quiser. - Olhei para ela pensando na proposta. Não é com ela quem eu quero ficar, não é dela que eu estou com vontade, não são as carícias dela que eu quero. Mas eu não posso ter o que eu quero, então, por que não?

— Tava devendo mesmo. - Sorri maliciosa virando a última dosa e levantei de uma vez, minha visão ficou turva por alguns segundos e precisei de muito esforço para me manter em pé. A garota não esperou muito e puxou meu corpo contra si ferozmente, me beijou com tanto desespero que senti até os meus lábios doerem. A diferença do beijo dela para o beijo que eu realmente queria é tanto que é até insuportável de aturar. Quando estou pronta para me separar e dizer que não vai rolar, escuto a voz que eu mais queria escutar antes do meu lado.

— Você esqueceu seu celular comigo. - Porra. Porra. Porra. Porra. — Não queria atrapalhar seu lance, foi mal. - Carol me olhava com uma expressão que eu não conseguia decifrar, mas com certeza não era boa.

— Você não atrapalhou nada. - Me separei da garota e fui andando em direção a Voltan que já estava prestes a ir embora.

— Na verdade, atrapalhou sim e nem é a primeira vez. - Eliza falou em um tom debochado e eu olhei para ela tentando entender que porra ela estava falando.

— Tá doida, garota? Só quem tá atrapalhando alguma coisa aqui é você, vaza daqui. - Repreendi pelo jeito que ela falou com Carolina e ela me olhou surpresa, mas logo saiu de perto. Olhei para frente novamente para conversar com Carol, mas não adiantou de nada, ela já havia saído dali. DROGA.

* flashback on *

— Mas vocês ficaram ou não? - Carol me perguntou e eu ri baixinho para que ela não escutasse.

— E isso importante por quê? - Enrolei para responder para conseguir estressa-la ainda mais, ela brava é fofo.

— Porque eu quero saber, Bárbara. Mas foda-se também, não ligo, você pode fazer o que você quiser. Vou desligar, beleza?

— Calma aí, garota, a estressada aqui sou eu. - Não obtive resposta e sei que ela vai querer me ignorar, já a conheço bem o suficiente para entender isso. — Loirinhaaa. - Nenhuma resposta — Não vai me responder? - Escutei-a suspirar, mas não respondeu. — Me responde, dengo.

— Vai conversar com quem tu tava ficando. - Disse ríspida e eu não aguentei, explodi em uma alta gargalhada. - Do que você tá rindo, idiota?

— Estou rindo de você, não é óbvio? Eu não fiquei com ninguém, meu bem, eu só queria te ver com ciúmes. - Respondi e ela ficou em silêncio por alguns segundos.

— Eu não Estava com ciúmes.

— Imagina se estivesse então.

* flashback off *

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NOTAS DA AUTORA

e aí, como estamos?? votem e comentem muito porque isso me motiva demais a continuar.

e quem joga, comenta aqui o id para eu adicionar. bjssss e boa leitura

Odeio amar vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora