ASTRID POV
Era sábado, quase dez horas da noite, e uma tempestade se aproximava. Os raios cortavam o céu como navalhas e clareavam toda a cidade, trovões ecoavam fortemente em um intervalo mínimo de trinta segundos, e, eu ainda precisava testar alguns novos dançarinos para ter certeza de que quem iria fazer parte do nosso time valia a pena.
Na realidade, era promissor encontrar homens que estivessem dispostos a atuar com extravagância e demonstrar seus talentos para finas e diversificadas mulheres, dispostos a dançar, cantar, atuar de verdade, serem um em um milhão e ter que lidar com o fato de que existiam pessoas preconceituosas, homofóbicas, sexistas e opressoras. Pessoas que estão acostumada com apenas mulheres tirando a roupa e sendo rotuladas como vulgar.
Restavam apenas três. Eu confesso, estava cansada e bastante sobrecarregada, o sono invadia meu ser e tomava de conta das minhas pálpebras como se eu fosse desabar a qualquer instante.
-Astrid! -Nicholas, um dos meus figurinistas, cutucou o meu ombro com um lápis.- Astrid! Está quase babando, recomponha-se, mulher!
-Desculpe, -dei alguns leves tapinhas em minhas bochechas.- mas estou exausta. Não podemos deixar esses três para amanhã?
-Ora, claro que não! Já os enrolamos demais... -ele apertou meus ombros e abaixou-se para falar na altura dos meus ouvidos.- Vou pedir a Hoseok que lhe traga uma bebida bem forte, está bem? Só mais algumas músicas!
-Certo, obrigada Nico.
O mesmo foi embora, cantarolando uma música da Lady Gaga. Respirei bem fundo e me aconchei no enorme sofá de couro cor-de-rosa, cruzando as pernas e as escondendo no cetim vermelho do roupão. Peguei o bloco de notas ao meu lado e pus o microfone de ouvido novamente.
-Número dezoito, Jeon Jungkook, pode entrar.
Eu o chamei. Um rapaz bastante alto, de cabelos longos e ondulados com um corpo definido e potente, sorriso largo e olhos delineados naturalmente apareceu, me despertando totalmente.
-Boa noite. -Sorriu timidamente.
-Ótima noite... Diga, qual sua idade?
-Vinte e um.
-De onde você é?
-Busan, na Coreia do Sul.
-Distante, mas vejo que seu inglês é fluentemente bom...
-Obrigado, senhora...
-Senhora? Senhora está lá no céu, sentindo desgosto no momento por ser desrespeitada dessa maneira. Meus dançarinos me chamam de Titi.
-Ah, d-desculpe.
-Gosta de dançar, hum?
-Desde criança.
-É um sonho?
-É a minha vida.
-Está ciente do que enfrentará?
-Sim, mas vale à pena.
Ergui uma sobrancelha e o encarei de cima a baixo. Seu abdômen estavam à mostra, assim como braços e algumas partes das coxas. Ele usava uma regata branca, e um jeans preto apertado.
Naquele momento, eu só conseguia imaginar aquele garotinho algemado, tendo que lidar com a excitação silenciosamente, sem enxergar nem dizer nada. As minhas mãos poderiam causar estragos em seu corpo, minhas unhas em sua pele, minha boca no seu...
-Senhorita Astrid, seu champanhe.
-Hum, obrigada Hoseok.
Peguei a taça de sua mão sem ao menos olha-lo. Ergui o braço e apontei diretamente para Jungkook, indicando que ele tinha três minutos para me impressionar.
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Burlesque;;PJM
Fanfiction[CONCLUÍDA] "Park Jimin é um doce e tímido aspirante à dança, vítima das maldades do mundo que muitas vezes tripudiu sobre ele. Deixado para morrer numa rua escura, ele parece encontrar o seu anjo da guarda, Astrid, uma mulher atraente, bondosa e ta...