11 - "Passeio"

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Eu estava bastante surpreso, e não conseguia esconder esse sentimento por mais que eu tentasse. Ela estaria tão fora de si ao ponto de esquecer tudo o que aconteceu com ela mesma no passado?

-Melhor irmos embora. -Eu disse arrastadamente, colocando sua taça em uma mesa próxima de nós e a puxando até a saída.

-Por que você quer ir embora?

-Porque você está mal, vai se sentir melhor quando chegarmos no hotel e descansar.

-Só porque eu disse meu sobrenome? Você ficou chocado? É, eu sei, eu também fiquei chocada... -Astrid cambaleava ao meu lado enquanto falava e as palavras saíam erradas como se ela estivesse prestes a chorar- Mas eu teria que ouvir e repetir no altar da igreja, então é melhor me acostumar com a ideia de que o meu pai é um canalha o mais rápido possível... Não é?

-Argh... Eu sinto muito, meu bem.

-Tudo bem! Tudo bem, tudo bem, tudo bem... Agora para, eu não quero ir embora.

-Não, Astrid, você não pode continuar aqui. Não está em condições, por favor.

Eu continuei segurando sua mão e a guiando até a saída enquanto ela, ainda relutante, tentava se soltar de mim.

-Não, para... E-eu n-não quero ir.

-Moça! -um dos seguranças da boate se aproximou da Astrid e pôs uma mão em seu ombro- Esse homem está lhe incomodando?

-Não!

-Quieto rapaz, estou falando com ela.

-Ah, não, não, não, cara do smoking, ele só não aceitou casar comigo...

-Deixe-me explicar, por favor. -eu me aproximei dos dois- Viemos juntos, eu estou tentando leva-la para casa porque já está muito bêbada. Acredite em mim, não sou nenhum sedutor que vai fazer mal a ela.

-E por que eu acreditaria em você, rapaz? Sabe quantas vezes isso acontece? Milhares! Não vou deixar essa mulher ir embora com você sozinha, quando posso evitar que uma crueldade aconteça.

-Pelo amor de Deus! -Astrid afastou o seu corpo dele e agarrou o meu braço com força, me arrastando para trás- É o meu Park Jimin, senhor, não precisa duvidar. Eu entendo a sua preocupação... Mas relaxa, tá? -com os olhos fechados, Astrid ergueu um dedo para cima- Ele tá falando a verdade. Eu só queria me divertir mais...

-Você... Tem certeza?

-Sim!

Nós conseguimos sair da boate, mas com o número do segurança anotado na lista de contatos do celular da Astrid e vice versa, já que ele também era um policial. Pediu meus documentos e uma foto caso fosse "preciso" me encontrar em algum lugar.

Não era necessário realizar o protocolo de segurança em nós dois, mas eu jamais me sentiria ofendido ou coisa parecida. Afinal, existem milhares de homens espalhados pelo mundo tendo intenções e ações deploráveis, era plausível a atitude do segurança.

Eu tive dificuldade em usar o google tradutor com o celular em três por cento de bateria, mas conseguimos voltar ao hotel poucas horas depois.

Logo que entramos no quarto, larguei nossas coisas na cama e guiei Astrid devagar até o banheiro para lhe dar um banho quente. A ajudei a tirar suas roupas e ela acabou vomitando logo depois; o álcool estava começando a fazer mal ao seu organismo.

É, ela precisava de cuidados.

[...]

-Desculpa te colocar naquela situação...

Burlesque;;PJMOnde histórias criam vida. Descubra agora