||T2|| CAP 03 - Presa

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Não vou mentir. Ver o meu pai não era nada legal, ainda mais depois de tudo que ele fez. Eu não deveria ter agido daquela forma tão deselegante no jantar. Porém, quando ele começou a exibir sua nova família e a insinuar que seus filhos eram melhores do que eu, não me aguentei. Bom, nós dois estamos errados nessa história, mas sabe de uma coisa foda-se. Se ele me tratar mal será recompensado da mesma forma.

- o que faz aqui? - puxo o meu braço de volta e o olho com raiva.

- filha, eu... - seu olhar estava diferente. Meu pai parecia triste, seus olhos estavam um pouco vermelho e seu semblante me dava a impressão de cansaço. Aquele mínimo sentimento de amor que ainda me restava, me possuiu.

- você está bem? - ele não me responde. Apenas volta a falar.

- me perdoa! - diz ele quando pega em minha mão de forma protetora. - sei que errei com você. Mas me perdoa. - aquelas palavras me pareciam tão verdadeiras que eu não pude negar, estava com pena e com um aperto enorme no peito.

- porque esta fazendo isso? - o questiono assim que nossos olhares se encontram.

- s/n, só me perdoa filha. - eu iria o perdoar mas algo vem a minha cabeça. A imagem do pai chegando em casa totalmente bêbado e quase matando a minha mãe com tapas, me deixava indecisa. Aquela não me parecia ser uma boa ideia. Por mais que minha mãe seja uma vaca, continua sendo minha mãe.

- eu... E...u... - as palavras não saiam inteiras. - não sei se posso.

- porfavor querida. - ele aperta minha mão ainda mais.

- desculpa pai, mas eu não consigo. - puxo minha mão de forma bruta e saio correndo de volta para a casa.

Nesses últimos dias a coisa que mais faço é chorar. Então, por estar tão sensível não consigo mais me segurar, esta tudo tão difícil. Queria que as pessoas que me ignoram como meus amigos, e aquelas que me fazem sofrer como os meus pais, soubessem o que estou passando nesse momento tão difícil. Parece que todos estão contra a mim, ou melhor, contra a minha felicidade.

...
TEMPO DEPOIS
16:34

Tempo após a uma caminhada pelo bairro, finalmente me toco do horário e entro em casa. Decido não entrar pela porta da frente, quero evitar que alguém me Veja. Ainda mais nesse estado.

Com os olhos vermelhos e suspiros longos e chorosos, eu subo para o meu quarto. Nem em minha própria casa posso ter liberdade. Aii que sacoo!

Tiro os meus sapatos. Tomo um banho rápido para poder dispensar todas as minhas mágoa e em seguida coloco meu pijama de rotina. Assim, vai parecer que eu nunca sai de casa.

Claro, se nenhum funcionário contar. Pois dona Nina.( A nova diarista.) Me viu saindo. Tanto que ela me chamou, mas eu nem dei a mínima. O que será que ela queria?

Na ação de secar meus cabelos, acabo me assustando com uma batida firme e forte na porta.

- oi dona Nina.

- ola s/n.

- vi que me chamou lá em baixo quando eu estava saindo. Desculpe-me por não te dar atenção e que eu estava muito apresada. - me explico.

- não precisa se explicar. Sei que seus pais não são flores que se cheirem. Mas quero que saiba que enquanto eu estiver viva pode contar comigo. - era ótimo saber que tinha alguém próximo que esta disposta a me ajudar.

- obrigada! Muito obrigada, você não sabe o quanto me deixou tranquila.

- se eles chegarem a te bater ou fazer algo fora do controle, me chame, você sabe o meu número. - pelo menos alguma funcionária percebeu o que estava rolando e resolveu me ajudar.

- novamente obrigada! - ela pega em minha mão.

- que isso querida! Mas o que eu queria te falar era outra coisa.

- e o que seria? - pergunto curiosa.

- é que chegou essa carta para você. - Nina me estende um envelope vermelho.

Era estranho. Alguém jamais me mandaria uma carta.

- tem certeza que é para mim Nina? O carteiro não se enganou?

- não senhora. O seu nome está bem aqui.- a mulher vira o envelope e mostra meu nome em uma borda.

- okay obrigada!- pego a pequena carta e a coloco em minha escrivaninha. Ainda me questionando.

- quem me mandaria isso? e porque? - ando por todo o meu quarto desesperada. Tinha medo de a abrir e me deparar com algo que eu realmente não quero ver. A angústia estava me matando.

Quando toco meus dedos no papel vermelho algo me chama a atenção.

- mas que merda é essa? - ouço vozes do lado de fora da casa. Provavelmente o sr. Kim havia chegado.

Para ter certeza deixo a carta a onde ela estava e vou até a pequena janela que tinha em meu quarto.

Assim que meus olhos se acostumaram com a claridade pude ver algo que me deixou nos nervos.

- eu sabia, eu sabia, eu sabia! - era óbvio. Estava bom de mais para ser verdade. Ele jamais seria fiel a mim novamente.

Caminhado junto ao sr. Kim, meu pai entrava dentro de casa. Era impressionante a falsidade das pessoas. Como é que ele teve coragem de olhar na minha cara e pedir perdão? Mas é muito cara de pau!

Quando os dois somem da minha vista eu rapidamente pego o envelope e o guardo em uma caixinha que ficava embaixo da minha cama. Tudo bem que não era um lugar muito seguro porém, o melhor no momento.

Não tinha certeza de nada, mas conseguia sentir que a minha pele tava frita. O meu pai com certeza contará ao sr. Kim que me viu no parque hoje. E então, ele me dará um castigo. Mas não tenho medo, nada mais me surpreende.

Ouço risadas adentrando a casa e estremeço. Aquilo não me trazia boas lembranças.

Respiro fundo e tento bagunçar a minha cama. Tentar deixar tudo como se eu nem tivesse me mexido seria ótimo. Então, assim que bagunçada me deito e me finjo de morta.

Preciso que o sr. Kim acredite em mim e não em meu pai.

ALGUNS MINUTOS DEPOIS

Já vazia tempo que eu estava embrulhada naquelas cobertas. Já estava com calor. Ia me retirando mas uma voz me para totalmente.

-S-/N! - ouço a voz do sr. Kim e logo em seguida minha porta se abre. Eu me aconchego mais no cobertor e tento me sentir segura.

O colchão se afunda e eu posso sentir sua presença ao meu lado.

- ohh querida achou mesmo que eu não iria descobrir? - diz sarcástico. - sei que saiu para dar um "role" No parque. E sei que não está dormindo. - meu coração bate mais forte e o meu nervosismo aumenta. - será que lhe dou um castigo? - a coberta e tirada do meu corpo e jogada no chão. Quando o meu olhar se encontra a o do Homem, o mesmo exibe um sorriso diabólico e agarra meu braço. - com certeza! - diz ele.

Sem mais esperas ele me puxa para fora da cama e me leva para o quartinho da limpeza. Onde normalmente ficavam as coisas que a faxineira usava na casa. Me jogando lá dentro ele diz a seguinte frase.

- espero que dessa vez você aprenda! - a porta é fechada com força.

O medo ocupa todo o meu corpo. Eu não havia acreditado ainda, que meu pai me causou tudo isso. Esse homem tem que tomar no cú mesmo. Que raiva!

Sento no chão e agarro minhas pernas, dessa maneira me ponho a pensar.

A faxineira vem somente nas quintas ou seja, isso só será aberto na quinta. Ninguém vai sentir a minha falta nessa casa.

- e agora o que eu faço?

...

...

Me perdoemmm! Capítulo ruim, mas infelizmente não consegui. Além de estar completamente sem inspiração eu estava muito ocupada e sem tempo para nada.
Bom, espero que tenham gostado mesmo assim.
Bjss, amo vcs!❤

𝐌𝐄𝐔 𝐌𝐀𝐍𝐈𝐍𝐇𝐎 T2 Onde histórias criam vida. Descubra agora