Sentimentos bagunçadas..

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Alexander Lightwood point of view 

Depois que Magnus saiu do quarto, eu desabei.. Eu sentia que a minha cabeça ia explodir a qualquer momento. Era como se tivessem tirado um peso das minhas costas, ou melhor, da minha cabeça.

Me sinto uma pessoa idiota por ter fugido daquele jeito, mas quem poderia me julgar? 

Eu achei que tinha sido traído no dia do meu casamento. Agora, como eu vou olhar na cara de Magnus de novo?

Sinto-me envergonhado, e principalmente, sinto raiva. 

Raiva da Camille por ter estragado o meu dia, raiva por ousar querer roubar o meu homem. Droga, era pra eu ter voltado antes, teria poupado muito do meu sofrimento por achar que eu tinha sido traído e poupado Magnus também.

Magnus..

"Céus, como eu vou olhar na cara dele agora?"

Eu deveria ter pelo menos lhe dado o benefício da dúvida, antes de fugir... 

Passei tempo demais odiando a pessoa errada por 5 meses, 5 malditos meses. E pior, eu dormi com tanta gente querendo tirar ele da minha cabeça e no final o que eu jurava ser verdade, era uma armação de uma víbora desgraçada. 

Eu não o julgaria se ele tivesse se envolvido com outras pessoas nesse tempo em que eu estive longe, quem sou eu para dizer alguma coisa, não é mesmo?

Camille Belcourt.. Quem diria.. 

"Como ela pôde fazer isso comigo?"

Certo, eu sabia que ela já tinha se envolvido com ele na época que eu comecei a me aproximar de Magnus, mas isso não justifica o que ela fez.

"Como pôde ser tão baixa?''

Eu jurava que ela era minha amiga. Ela sim merece o meu ódio.

O que eu não entendo é porque diabos ninguém me falou nada. Ok, eu estava incomunicável, mas Raphael tinha o meu novo número, Isabelle também, apesar de eu só ter falado duas ou três vezes com eles nesses cinco meses, era para terem me falado.

Certo, no meu estado, eu não teria escutado nada, mas ainda assim, era para terem me amarrado em uma cadeira e me obrigado a escutar!

Nesses cinco meses que se passaram, eu li várias matérias nos tablóides sobre o meu fatídico dia, eu vi até um depoimento de Camille falando que eles já estavam juntos há muito tempo..

"Que ódioooo! É uma vaca desgraçada mesmo!"

Só parei de ver essas matérias, quando certa vez, Andrew me pegou bebendo e lendo uma matéria e fez eu prometer que eu pararia com isso. 

Agora, eu não faço a mínima ideia do que eu vou fazer daqui para frente, eu deveria ir embora mesmo, ir para outro lugar bem longe dessa confusão, mas eu sei que eu não conseguiria ficar longe de Magnus.. Não agora que eu sei que ele é inocente. 

Sou tirado dos meus devaneios por alguém batendo na porta, realmente as pessoas não entendem o significado de "querer ficar sozinho" nessa casa.

 — Alec? É o Jace e a Isabelle.   —  Ouço a voz do meu melhor amigo.

Tudo o que eu menos preciso no momento, são deles jogando na minha cara que era eu que estava errado o tempo todo. 

— Entrem.  —  Digo, meio sem vontade. 

Isabelle e Jace entram e ficam encarando-me por vários minutos sem dizer nada, até eu quebrar o silêncio:

— Eu sei que eu sou lindo, não precisam ficar gastando a minha beleza.  — Digo, sarcástico.

— Ele está bem, Isabelle, o seu ego está intacto, vamos embora.  —  Disse Jace, virando-se para ir embora.

— Você disse que iria falar com ele também! — Disse Isabelle, impedindo-o de sair.

— Digam logo! — Digo, já perdendo a paciência. 

— Só queremos saber como você está.. O Magnus disse que falou toda a verdade para você.. — Disse Isabelle, encarando-me. 

— Como eu estou?  —  Solto uma risada amarga.  — Eu estou péssimo, Isabelle.. Eu estou me sentindo a pessoa mais idiota do mundo por ter achado que o Magnus realmente tinha me traído com a aquela piranha de quinta categoria… Eu estou sentindo-me envergonhado e principalmente, eu estou com raiva, muita raiva.. Porque vocês não me disseram nada? Porque vocês me deixaram odiar a pessoa errada por cinco malditos meses? Poderiam ter ligado, mandado uma carta, mensagem de fogo ou sei lá.

— Magnus não permitiu que ninguém se envolvesse.. Disse que isso era entre vocês dois e que era ele quem deveria resolver as coisas.  —  Disse Jace.

— E porque ninguém contou a ele onde eu estava? Pelo menos ele iria até lá e obrigado-me a escutá-lo, como acabou de fazer. 

— Raphael foi irredutível.. Não quis contar a ninguém, nem mesmo os nossos pais sabiam onde você estava, disse que você precisava de tempo para botar as ideias no lugar e que quando você estivesse pronto, você voltaria.  — Disse Isabelle.

Fiquei em silêncio, lembrando-me de que fui eu quem pediu para Raphael não dizer a minha localização a ninguém. 

— O que pretende fazer agora? — Perguntou-me Jace.

— Sinceramente? Uma parte de mim quer que eu vá para bem longe de toda essa confusão..  —  Digo, triste.

— E a outra parte? — Perguntou-me Isabelle.

— A outra parte.. A outra parte quer que eu vá agora mesmo até o loft e me jogar nos braços da única pessoa que eu amei em toda minha vida.. A única pessoa que fez eu querer mudar e me tornar uma pessoa melhor e pedir perdão por ter duvidado do amor dele por mim..  —  Digo, sorrindo triste.

— E porque está perdendo tempo aqui conosco e não foi atrás dele? — Perguntou-me Jace, sorrindo. 

— Não é tão fácil assim, Jace.. Eu me sinto envergonhado demais no momento para fazer qualquer coisa. Eu não sei como eu vou conseguir olhar na cara dele nos próximos dias na empresa.

— Sabe que você não pode fugir para sempre, né? — Disse Isabelle.

— Eu sei, e eu nem pretendo, mas agora.. Agora eu só quero ficar sozinho e pensar, pensar no que eu vou fazer daqui pra frente.  — Digo, me jogando na cama. 

— Estarei do seu lado no que você decidir, grande irmão!  — Disse Isabelle, me abraçando. 

— Eu também! — Completou Jace.

Depois de vários minutos e várias conversas,  eles decidiram ir embora e eu me levantei para trancar a porta, eu não tenho psicológico para ver ninguém mais hoje. 

Deitei a minha cabeça no travesseiro e me perdi em meus próprios pensamentos, eu não sei exatamente como eu estou me sentindo, me sinto em um turbilhão de emoções, alívio, felicidade, raiva e vergonha, tudo ao mesmo tempo. 

Mas, uma coisa eu tenho certeza: É que tudo vai ficar bem.

Dou um sorriso com esse pensamento e finalmente consigo dormir tranquilo, como nunca mais consegui dormir em muito tempo.

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Capítulo editado no dia 28/11/21

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