Detento 9186 Namjin

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[Kim Namjoon]

-Cara, seu rosto ainda tá bem feio--Yeongsun comentou.

-É...

-O Doutor lá vai vim te ver?--perguntou.

-Não faço a minima ideia...

-A minha noiva...--Mingi começou--ela sempre é xingada quando vem me visitar...é difícil manter uma relação, sabe. Ela já foi agredida lá nas filas de entrada--engoliu seco--eu pedi para ela me deixar, não queria vê-la sendo tratada tão cruelmente, mas ela foi teimosa demais--riu.

SeokJin já está pagando caro demais por estar comigo...

Não quero que ele passe por isso.

Certa vez, quando eu era criança, ouvi uma conversa do meu pai com um amigo em um estaleiro quando saímos para pescar. A conversa era sobre como havia faltado pouco para os Estados Unidos e a União Soviética incendiarem o planeta por conta de alguns mísseis em Cuba. A guerra não chegara a eclodir, mas poderia muito bem ter acontecido.

Isto ficou por muitos anos em minha cabeça: o fato de o mundo ter sobrevivido não significava que as partes envolvidas tivessem se comportado direito e não pudesse colocar tudo a perder numa outra oportunidade.

-Você poderia parar de ler esse livro em voz alta?--Kim Minjae falou, já estressado, para Christopher, que o olhou com desdém.

Bang Christopher Chan é um sujeito decente que ainda tentava encontrar seu caminho. Não foi preciso muito para que ele contasse toda a sua história - nada tranquila - para nós. Criado na Virgínia Ocidental por uma família adotiva, ele havia terminado - ou apenas tentado - o tempestuoso namoro que tinha com uma garota local e fugiu de casa aos dezessete anos. Pegou o primeiro ônibus que viu e passou a viver escondido em um bairro oriental para conseguir dinheiro.

É claro que boa parte do dinheiro que usou para vir à Coreia não foi nem um pouco honesto.

-Você quer que eu leia uma bíblia?--revidou.

Ele veio em busca dos pais e para sobreviver precisou continuar na ilegalidade. A sorte não estava com ele quando os policiais o pegaram no beco onde faria uma entrega bem cara.

E cá está ele há um mês.

-Imagino que sua vida era uma merda--Minjae começou--mas a nossa também era, e nem por isso ficamos vivendo folgadamente aqui como se tivéssemos prioridade de sofrimento.

Christopher simplesmente balançou a cabeça e disse:

-Está com inveja?--riu amargo.

Pouco inclinado a iniciar uma disputa sobre qual dos dois havia tido a vida mais sofrida, Mingi pigarreou.

-Já chega, gente--bateu palmas--nós não somos bichos iguais os outros para brigarmos entre si.

Essa era uma das convicções que eu havia aprendido: É preciso passar sabedoria à frente, caso contrário o mundo estará fodido.

Claro, nem todos procuram conselhos. Por isso era preciso tomar iniciativas.

Depois de dois anos eu cheguei a achar que minha vida finalmente estava no caminho certo. Como todas as outras vezes, eu estava completamente enganado.

Fui de cara no chão por me permitir sonhar tanto.

Eu não sou bom para SeokJin e nunca chegarei a ser.

Eu só estrago tudo e o faço sofrer.

Eu poderia apanhar dez vezes como apanhei naquele dia, mas não queria que pegassem o Jin e o maltratassem como fizeram.

Todos viram como levaram ele como um animal mal tratado.

Um silêncio parcial pairou por nossa cela. Só era possível ouvir a algazarra vindo de outras celas.

-Desculpa, Bang Chan--Minjae suspirou e amassou o rosto com as mãos--só estou estressado.

Christopher se deitou na cama e deu um leve sorriso debochado.

-Tudo bem, men.

-Namjoon...--Mingi me chamou, sentando ao meu lado e colocando as pernas em cima da minha cama--você já sabe como vai seguir seu namoro com o SeokJin?

Assenti.

-Ew--torci o nariz e emburrei suas pernas--seu pé está fedendo a chulé.

-Aigooo--lamentou, retirando as meias e as jogando em Yeongsun.

Ele gritou fino.

-Porra, Mingi. Vai se fuder.

Os caras riram e eu me ajeitei na cama.

-Eu já sei o que vou fazer...--umedeci os lábios.

-Tem certeza?

Dei um longo suspiro.

-Tenho...

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Namjoon já tomou uma decisão...

O que acharam dos companheiros de cela do Nam?

Todos tem uma historinha complicada...

Até o próximo cap!