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[Kim Namjoon]

Liberdade...

Eu não sabia dizer essa palavra há um bom tempo.

-Eu fui deferido como inocente!

Meus colegas de cela me receberam de braços abertos. Me colocaram nos braços e me levantaram, pulando, gritando e comemorando minha liberdade.

-Vamos sentir sua falta, Namjoon.

Os abracei, sentindo uma lágrima involuntária descer ao meu rosto ir de encontro com o cabelo de um deles.

O cheiro era forte e fedorento.

Resultados da prisão apenas nos proporcionar sabonete para nossas lavagens.

-Vai sair amanhã também?--Christopher perguntou e eu assenti.

Ele também receberia sua liberdade amanhã depois de um julgamento de dois intensivos dias.

No início eu era um valentão. Era grosseiro e acabava apanhando. Estava disposto a manter a pose de cara mau. Se eu tivesse continuado daquele jeito, certamente estaria morto.

É como aquele ditado diz:

Enquanto eu for uva, você pode me pisar.

Mas quando eu virar vinho...

As coisas não poderão ser as mesmas.

É como se não existisse mais um aperto no meu pescoço.

Antes de deitar, sentei na minha cama, arrumei minhas roupas e olhei para as tatuagens desenhadas em meus braços.

Eram quatro no total.

Todas feitas em momentos os quais eu tive medo de continuar.

Uma delas era um pássaro, pronto para partir, cruzando a linha de uma cicatriz saliente.

Prestes a também partir para uma nova etapa, me sinto perdido. Eu não tenho familiares, muito menos amigos. Para onde eu devo ir?

Eu preciso de dinheiro para sobreviver, mas quem empregaria um ex detento?

Nessas horas, mesmo sendo inocente, não ajuda em nada.

Depois de uma noite em claro, vi o dia amanhecer. Enquanto ouvia os roncos pesados dos meus companheiros, me sentei na cama, à espera dos agentes virem me buscar.

Agora com trinta e quatro anos, eu sinto que preciso recuperar meu tempo perdido.

A cela foi aberta e o agente chinês rodou o radinho, sorrindo.

-Bang Christopher Chan e Kim Namjoon, a liberdade chegou.

Os meus colegas de cela, já de pé, gritaram em comemoração. Agora também não tinhamos Minjae e nem Mingi para comemorar.

Kim Minjae teve uma overdose no banheiro ano passado. Foi trágico e lamentável.

Mingi não presenciou isso pois os familiares haviam pago sua fiança, para que ele iniciasse uma nova vida lá fora.

Dando uma última olhada para trás, acenei para aqueles que ficaram e Christopher sorriu.

Era estranho ser levado pelos agentes sem usar algemas.

Fomos encaminhados ao detector de metais e minhas mãos suaram em ansiedade. Christopher foi levado primeiro para assinar a papelada.

-Bom dia, Kim Namjoon--olhei para trás ao ouvir aquela voz familiar.

Era o cabeça de abóbora que não tinha mais o cabelo tingido.

Ele me olhou da cabeça aos pés antes de me entregar uma muda de roupas, que não eram minhas.

-Seus músculos cresceram e seu tamanho de roupa mudaram--a recém chefe da segurança, Moonbyul, falou--essa roupa estava no nosso depósito de doação. Pode ficar com ela.

-Okay...

Ela fez um sinal com a cabeça para que eu entrasse no banheiro.

A roupa era do meu tamanho, mas havia ficado um pouco apertada. Calcei os coturnos surrados e tive um pouco de trabalho ao amarrar os cadarços. Fazia quase uma década que eu não amarrava cadarços.

Isso...uma década...muita coisa mudou lá fora. A tecnologia deve estar ultra-avançada.

-Estou pronto--avisei, quando saí do banheiro.

-Vamos fazer seus exames de sangue e depois você vai assinar a documentação--ela umedeceu os lábios e bateu no meu ombro--você provavelmente vai estranhar lá fora.

Ao entrar na enfermaria, Hoseok ficou para trás e eu o dei uma última olhada. Com desperto de lerdeza, ele me olhou e fez um sinal de positivo.

Balancei a cabeça e me sentei, suspirando ao ver a enfermeira com os potinhos em mãos.

-É só uma picadinha, grandão.

Uma picadinha uma ova. Deveria ser crime enganar os pacientes assim.

Ela me disse para pressionar o algodão no local pós a furada. Me levantei da cadeira meio zonzo quando a enfermeira pôs o curativo.

-Vamos, Namjoon--Moonbyul me chamou para uma ala a qual eu nunca havia ido naquela prisão.

Antes de me entregar a ficha para assinar, a secretaria disse:

-Faz muito tempo que não vai lá fora, né?--assenti--estamos na primavera, o tempo ainda está meio louco.

Assinei meu nome nas dezenas de lacunas e coloquei minha digital no sistema computadorizado.

-Prontinho, Kim Namjoon--a jovem mulher me entregou uma pasta--seus documentos estão aí. Lembre-se de comparecer ao nosso departamento daqui há noventa dias.

Assenti e conferi o aviso impresso.

Não vi o Christopher durante todo o meu percuso, então acompanhei Moonbyul até o grande portão de ferro que dava acesso à entrada e saída do presídio.

-Boa sorte lá fora--ela disse baixinho e segurou a arma--não se meta mais com gente que vai te deixar em maus lençóis. Qualquer coisa, faça uma denúncia imediata.

-Obrigado--agradeci pelos conselhos.

Ela assentiu e sorriu.

-Espero vê-lo um dia fora daqui.

Dessa vez, eu sorri. Os guardas abriram o portão para a minha passagem e um vento gelado bateu em meu rosto quando os meus dois pés estavam do lado de fora.

Liberdade...

Fechei os olhos e respirei fundo, sentindo aquele cheiro que já havia caído em meu esquecimento.

Ao abrir os olhos e olhar para frente, meu coração deu uma guinada diferente e minha boca abriu.

Ele estava lá.

Minha respiração desregulou.

Ele estava lá fora, sorrindo delicadamente, com as mãos na cintura.

Kim SeokJin estava me esperando...

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VOCÊS ESTAVAM PREPARADOS?

Desde o início da fic que eu planejo esse reencontro.

O que acham que vai acontecer agora?

Nha, domingo (dia 13) é meu aniversário, quero muitos mimoos hein.

Estão bem? Espero que sim!

Até o próximo cap!!!

Detento 9186 NamjinOnde histórias criam vida. Descubra agora