Epílogo

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[Kim SeokJin]

As regras nos fazem ser seres alienados. Sem elas, seriamos seres desleixados. Propícios a erros e uma sociedade caótica.

Se uma regra é ditada, o autor se beneficia a partir dela. Pois, qual seria o sentido de criar algo que não nos trás nada?

É a mesma conversa que ouvimos na escola. Alunos não querendo estudar, "sabendo" que aquilo não irá influenciar na sua vida.

A real é que influência.

Te ensina a não ser alguém alienado e ter um pensamento crítico. Mesmo minimo que seja, fará total diferença.

Eu quase fiquei preso nas garras de Sehuna, com medo de me libertar e ter meus próprios pensamentos.

Hesitei pensando na opinião dos outros. Na opinião de minhas colegas de trabalho que achavam errado o meu romance na época.

Só que eu resolvi ir contra todos os meus princípios primários e os princípios de alheios para encarar toda essa hesitação.

E hoje eu estou aqui...

-Jin, o Haehyun comeu areia de novo--Namjoon veio trazendo nos braços a criança com a boca toda melecada de lama.

Saí dos meus pensamentos e fiz um biquinho.

-Filho, já te disse que não é pra comer areia--apoiei a criança na pia e lavei a boca dela.

-Pa-paio...o-o-o-o-o rouck também cumeu...

Ele fez um bico muito fofo enquanto eu secava as gotinhas de água em sua pele.

-Ai foi, filho? O Rock também fez errado porque a comidinha dele tá lá no pote.

-Bliga com ele papaio.

Rock, o filhote de pug veio com a língua para fora, com resquício de areia na boca.

Haehyun é prova do nosso amor, certamente.

Nosso filho teve uma historia difícil como o Namjoon. A criança deu entrada no hospital em que eu trabalho quase sem vida.

Sua mãe, no entanto, já se encontrava morta.

A mulher tentou tirar a vida do filho e tirou a própria vida.

Resultado de uma depressão pós-parto mal tratada e uma separação traumatica do pai de Haehyun.

O pai...ele nem quis saber do filho.

-Rock, isso é feio. Não pode comer areia, se não vai nascer pelo no seu estômago--inventei uma desculpa para o Haehyun aprender que não pode ficar comendo areia.

-Papaio...--piscou os olhinhos de forma lenta. Ele está sonolento--eu te amo...

Amor...

A insegurança de amar se extinguiu dentro de mim, como também a ideia de nunca poder ser amado.

O processo de adoção do Haehyun foi longo e cansativo. Chorei diversas noites com o processo parado

Olhar em seus olhinhos revestidos de pureza, me faz me sentir completo.

Completo com ele e Namjoon. E não podemos esquecer do Rock, o cão mais fofo desse mundo.

Apesar de tudo, não podemos confiar no destino.

Porque ele quis nos foder várias vezes.

Muitos podem chegar a dizer que foi ele que nos trouxe a realidade em que nos encontramos, mas eu acredito na força do amor. O amor nos fez lutar até os últimos segundos, para sobreviver a batalha e finalmente ficarmos juntos.

Olhando para trás, nossa história nem parece um romance. Está mais para filme de ação perigoso, que você não tem certeza se o personagem vai viver ou morrer no fim.

-O Doutor Jinzo não vai trabalhar hoje não?--Namjoon me abraçou por trás.

-Não, não--dei um beijo na cabeça de Haehyun--tirei o dia de folga.

-Hmm...--ele mordeu o lábio--tem algum motivo em especial?

Certamente tinha.

Um dia muito especial.

O dia em que o universo decidiu nos unir definitivamente.

-Você não se faça de bobo--digo rindo.

A união de nossos corpos incandesce amor.

Nosso relacionamento é ruínas resistentes que sobreviveram de uma grande avalanche.

Minha mão se atém a repousar e deixar um carinho na bochecha - a qual evidenciou a covinha - de Namjoon. Olhando em seus olhos, deixei nosso filho entretido em brincar com a barra da jardineira, para puxar o lábio do meu esposo. Da forma que ele gostava...com os dentes cravados de uma forma que não o machucasse e que fosse satisfatório.

-Jin?--ele me chama, quando solto seu lábio e apenas o dou um selinho.

-Hm?

-Acha que hoje não seria um belo dia para deixarmos o Haehyun com o tio Tae e a tia Dahyun?

-TITIDO HYUNG E TITIDA DADA--a criança ao meu lado ficou empolgada ao ouvir nome de ambos.

Taehyung e Dahyun sempre faziam questão de passar um tempo com Haehyun. E a criança amava brincar com o bebê deles.

-Acho que Haehyun concorda com isso--acabei rindo.

Eu queria ter sido o primeiro homem de Namjoon. Não queria que ele tivesse se machucado tanto assim. Suas cicatrizes deixadas por sua mãe e Nano, seu ex e falecido namorado, eram profundas. Tão profundas que achei que nunca conseguiria alcança-las para cura-las.

Mas quando alcancei, tentei avançar com mais cuidado. Fui tentando cura-lo da forma mais incrível possível.

Porque ele merece tudo isso e muito mais.

E ainda que minhas inseguranças venham a prevalecer, eu quero ser o melhor para Namjoon e Haehyun. E além de tudo, quero que eles sejam fonte da minha felicidade. Assim como estão sendo.

E eu sei que nem de longe este é o final dessa história, mas sim o desenvolvimento de um começo de uma nova era.

-Eu amo vocês...--sussurrei antes de sair da cozinha, observando os dois amores da minha vida.

...

-Interação, deixe suas considerações sobre a história aqui-

Eu sei que há tempos estou devendo o epílogo, mas finalmente ele saiuu.

Com uma imensa dor no coração, estou me despedindo de mais uma história. Esta que me acompanhou desde o início da Pandemia.

Foi um ciclo incrível, cheio de desenvolvimento.

Quero agradecer a todos que acompanharam e leram até o fim. Vocês são o real motivo de tamanha dedicação.

Um beijo grande e espero encontra-los em outras obras minha também.

Não esqueçam de votar e comentar!

Detento 9186 NamjinOnde histórias criam vida. Descubra agora