[Kim Namjoon]
Estava sendo guiado para minha cela por um agente que não tinha visto antes. Ele falou em seu rádio e pediu a liberação da cela, soltou minhas algemas e assim eu entrei, ouvindo as grades se fechando atrás de mim.
-Ora, ora--Min Yoongi falou fechando o livro em sua cama--Kim Namjoon--o encarei--papai morreu em um acidente de carro quando tinha doze aninhos, mamãe foi esperta e entrou na gangue de Hui e fez o próprio filhinho fazer os serviços sujos.
Era claro que ele ja estava sabendo de minha história, caras como Min Yoongi eram rápidos e espertos, estudavam os companheiros a sua volta para se aliar a eles, mas claro que eu não cairia em seus joguinhos.
-Vejo que teve uma trajetória difícil--se aproximou--se fosse comigo, eu estaria bem revoltado com minha mãe, ela não teve pena do filho, o pobre filho está aqui agora, ela ta aproveitando a liberdade lá fora, tomando soju e vagando pelas ruas de Hongdae com seu cigarro na mão--deu algumas batidas em meu ombro e o encarei--é querido Namjoon, sua mãe é uma fodida.
Fechei os olhos e suspirei pesado, Min Yoongi não estava errado, minha mãe tinha sim feito todas aqueles coisas, mas ainda andava por aí como se nada tivesse acontecido. Eu sabia qual era o objetivo daquele homem falando todas aquelas coisas.
-O gato comeu sua língua?--perguntou cruzando os braços--vamos Namjoon, reaja, eu sei que você quer estar conosco.
Limpei a garganta.
-Desculpa tampinha--dei um sorriso falso--não estou interessado.
Ele riu amargo.
-Vocês ouviram isso?--os outros homens o olharam--meu caro Namjoon, vamos te dar algumas horas para pensar.
-Depois--Siwon começou--você pode ter certeza, vai implorar para entrar--Yoongi assentiu.
Dei de ombros e subi na minha beliche, Yoongi voltou para o seu lado e eu encarei a parede. Percebi que tinha alguns giz quebrados na base lateral da cama, peguei um pedaço e escrevi na parede.
Make the right...
Escrevi aquelas palavras em inglês, sim, eu sabia o que significava, foi praticamente a primeira frase em inglês que montei, sempre gostei da língua e com ela eu podia falar sozinho sem me importar com o que as pessoas iam achar, porquê nem todos sabiam falar inglês.
Deixei o giz amarelo de lado e deitei com a cabeça no pequeno travesseiro desgastado.
Quando terminei o ensino médio, passei para a faculdade de Direito, me dedicava bastante aos estudos, até ver que nossas condições não eram as melhores, me propus a largar tudo e ajudar minha mãe, mas como um garoto ingênuo, entrei naquele mundo que senhora Kim Syuna se fez ao trabalho de me mostrar. Ela estava desesperada e precisava saciar seus próprios caprichos, nunca se importou comigo, mas eu sempre me importei com ela...
Minha mãe era uma bailarina renomada, viajava para vários países e ganhava diversos prêmios, quando conheceu meu pai, logo engravidou, achava que conseguiria conciliar tudo, mas o dever de mãe pesou, teve que abandonar sua carreira e miseravelmente viver dependendo do marido alcoólatra.
Meu pai tentou mudar, mas por culpa dela, teve uma recaída e acabou se envolvendo em um acidente gravíssimo quando eu tinha apenas doze anos, ele ficou internado em UTI durante cinco meses, os médicos perguntaram se minha mãe desejaria desligar os aparelhos e por algum motivo ela disse que sim, mas eu nunca irei entender essa sua decisão.
Desde então, ninguém nunca perguntou se eu estava bem, como eu me sentia, qual era a minha opinião...nem amigos eu tinha, claro, quem queria se envolver com um louco problemático?
Namorar foi uma decisão difícil, principalmente por ele ser membro da gangue, odiava homens burros e como eu esperava, ele acabou morto. Mas esses dias, encontrei uma luz, um homem que se importava comigo...
Kim SeokJin...
Aquele médico de pele perfeita e com o corpo delicadamente esculpido, era um verdadeiro sonho.
Namjoon teve uma vida difícil...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Detento 9186 Namjin
FanfictionO novo detento era um grande problema, um grande valentão que se envolvia em brigas, sempre saindo muito machucado. SeokJin estava lá, o médico da prisão iria ajuda-lo. Você está prestes a encarar as dificuldades de um presídio, a guerra dentro e fo...