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[Narrador]

Dias após o encontro ja haviam passado. Namjoon ainda não conseguia acreditar que SeokJin tinha o beijado e confessado que realmente se importava.

Aquelas ações mexeram com Namjoon como nunca havia mexido antes.

Pela primeira vez ele achou que o universo tinha tido misericórdia com ele. Mas sabia um tanto que a vida gostava de dar uma rasteira sempre que podia.

Sonhar não era uma prioridade agora.
Desistir também não seria uma opção. O que restava, era sobreviver.

-Namjoon, vai fazer entrega em Hongdae--Hui diz deixando uma caixa na mesa--quero que tudo chegue direitinho.

-É pra quem?--Namjoon perguntou cruzando os braços.

-Surpresa--disse.

Namjoon olhou com hesitação.

-O Jaeno vai com você--disse sorrindo sinicamente.

-Aquele moleque de novo? Da ultima vez ele me deixou sozinho lá quando o cara apontava a arma na minha cabeça.

-Ele fez o certo, você que é burro.

Namjoon estava indignado.

Ele poderia ser um princípio universal. Como a água foi para Tales de Mileto. Permitido em mudar sua aparência, mas nunca perder sua essência.

Namjoon pelo contrário mudou completamente. Graças a sua mãe, sua essência foi perdida durante os anos. Deixada e levada aos quatro ventos.

Mas Namjoon nem lembraria da teoria de Anaximandro de Mileto. A ideia de Apeirón. Onde os seres se constroem e se corrompem. Dando um ciclo eterno de transformação.

Logo, a morte é necessária para o ciclo da vida. Mas é dolorosa e tornada sentimental para os seres que hoje o mundo habitam.

Se tornou sentimental quando a mãe de Namjoon decidiu desligar os aparelhos de seu pai.

Se tornou sentimental quando Namjoon decidiu odiar sua mãe por isso.

Mas o que são sentimentos? É aquilo que temos por alguém.

Amor? Sim, amor é um ótimo exemplo, da mesma forma que o ódio também é.

-Jaeno, leva a caixa pro carro--o platinado disse.

-Eu não, leva você--o mais novo passou de mãos vazias, indo em direção ao carro.

-FOLGADO!--Namjoon gritou pegando a caixa pesada.

Namjoon resmungou o caminho todo até o carro.

-Espero que goste da surpresa--Hui diz antes de Namjoon dá partida no carro velho.

Aquilo estava estranho. Deveras estranho.

-Você não sai desse celular?--Namjoon perguntou ao garoto do banco ao seu lado.

-E isso é da tua conta?--perguntou sem tirar os olhos do aparelho.

Namjoon suspirou.

-Não recebeu educação, não?--o platinado perguntou o olhando por breves segundos.

-Da mesma forma que sua mãe não te deu--olhou para Namjoon, o provocando

Pirralho 1, Namjoon 0.

O caminho até Hongdae foi rápido. Só Namjoon que queria jogar Jaeno do carro em movimento.

-É aqui?--Namjoon olhou com estranheza a pequena casa.

-Você que tá com o endereço, deveria saber--Jaeno diz colocando as mãos no bolso do casaco.

Namjoon desejava que um raio caísse na cabeça do garoto.

O platinado bateu na porta e logo ela foi aberta.

-M-Mãe?--estava de boca aberta--Hui?!

Mais uma vez ficou surpreso. Como ele tinha chegado tão rápido alí?

-Jaeno, tire o dia de folga, vá encontrar seus amigos--Hui disse.

-Tô sem dinheiro--o garoto falou fazendo Hui revirar os olhos.

-Garoto interesseiro--tirou algumas notas do bolso--ver se não arruma problemas.

O garoto pegou o dinheiro e foi embora satisfeito.

-Entra, Joonie--Hui diz sorrindo.

Parecia o diabo o chamando. A mãe de Namjoon permanecia calada enquanto o filho entrava em sua residência.

Hui suspirou e ficou de frente para Namjoon.

-Então quer dizer que está em duas gangues ao mesmo tempo?

Era uma emboscada.


🐯

Aaaaaa gente, o Nam...



Detento 9186 NamjinOnde histórias criam vida. Descubra agora