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Joalin Loukamaa

Parei de frente ao sofá onde os dois indivíduos estavam esparramados com os rostos vermelhos e algumas lágrimas escorrendo pelo canto dos olhos. Assim que perceberam minha presença, cessaram os risos e se encararam segurando mais uma onda de gargalhadas.

- Krystian, o que faz aqui?

- Vim atrás de você, mona. Por quê não me disse que tinha sequestrado uma garota tão legal assim? Teria trocado você e essa cara rabugenta há muito tempo. - falou dirgindo um sorriso de canto para Sabina.

- Bom, estou aqui. O que quer? - pergunto.

- Avisar que Fuller está tentando trazer as porcarias dele pra cidade. Dessa vez, mandou o querido filho fazer o trabalho, e vamos dizer que ele não é nem um pouco cuidadoso. - explicou me entregando seu celular com a localização de onde provavelmente seria o descarregamento.

- Ótimo. Cuido disso depois, agora pode ir.

- Você é muito chata, deveria ter umas aulas de simpática com Sabina. - murmurou seguindo até a porta. - Tchau pequena flor, nos vemos em breve. E por favor esteja viva!

Bateu a porta principal ao sair pela mesma. Meu olhar voltou-se para Sabina que se encolheu encarando o chão inquieta.

- Sobre o que estavam conversando? - questiono séria.

- Nada importante.

- Diga logo. - ordenei.

- Já disse que não foi nada importante. Perdeu a audição ou o quê? - elevou o tom de voz.

- Quem você pensa que é pra falar assim comigo?

- Alguém com muito mais caráter do que você. - murmurou me deixando perplexa.

Levantou-se com os lábios tremendo e correu em direção à escada subindo entre passos largos. Ouvi um som de porta soar alto, indicando que a mesma havia se trancado no quarto.

Como é possível que uma garota seja rebelde à esse ponto? Que tipo de educação os pais dessa menina deram à ela? Não a ensinaram como se deve tratar e respeitar um membro da máfia? Mas que porra.

- Senhora... - a leve voz de Heyoon preencheu o ambiente.

- Sim, Heyoon?

- O almoço está pronto, prefere que eu vá deixar a comida dela? - pergunta.

- Quando diz "dela" à quem se refere exatamente? - questiono encarando a pintura colorida na parede.

- À Sabina, senhora. Mas posso levar para sua... - a interrompo.

- Faça isso. E... traga Sabina, ela comerá junto à mim. - aviso e ela segue para a os quartos.

Sigo para o cômodo preenchido por um aroma tão bom que provocou reações em meu estômago faminto. Sentei-me na mesa e esperei pacientemente a morena de olhos castanhos sentar-se à minha frente sem sequer olhar em meus olhos. Heyoon nos encarou amedrontada, ou talvez com medo de eu atacar a garota em minha frente.

- Olhe para mim, Sabina. - ordenei com mimha voz ríspida.

A mais nova levantou a cabeça e seus olhos se encontraram com os meus, pude enxergar a marca avermelhada da minha mão em sua bochecha que se encontrava bem mais clara agora.

Heyoon logo se aproximou e nos serviu a comida. Assim que ficou satisfeita com o resultado de seu trabalho, pediu licença para se retirar.

- Heyoon. - a chamei, não permitindo que a mesma saísse do cômodo.

- Sim, senhora?

- Pode ir para casa se quiser. - aviso. A baixinha ruiva arregala os olhos espantada pela permissão concedida por mim e abre a boca mas nenhum som consegue sair.

- Eu... Eu... bom... - gaguejou.

- Pode ir.

- Mas e se a Senhora precisar de mim? Tenho que fazer a comida de Sabina também. - insistiu, não conseguindo conter a felicidade.

- Não se preocupe, Heyoon. Chegarei em casa apenas tarde da noite e Sabina está livre e tem suas próprias mãos que funcionam perfeitamente, certo? - questiono para a mais nova sentada à minha frente que apenas dá de ombros.

- Oh, certo. Então eu vou indo... nos vemos amanhã, sim?

- Claro.

Ela se aproxima hesitante e deixo um selar em sua cabeça e abraço seu corpo menor como forma de despedida e agradecimento pelo seu trabalho durante todo a semana.

- Se cuide,tudo bem? - sorrio fraco.

- Irei me cuidar. - retribuiu o sorriso.

Em passos largos Heyoon saiu do cômodo em poucos segundos, deixando assim apenas eu e a morena de olhos caramelos que se mantinha em um silêncio desconfortante.

Heyoon mora com sua irmã mais nova e está sempre tentando passar o máximo de tempo com ela já que a mesma não anda muito bem de saúde. Então por muitas vezes a libero mais cedo para ir visitar a irmã.

Observei Sabina encarar o prato cheio em sua frente com desânimo e desinteresse, apenas mechendo a comida com ajuda da colher de um lado para o outro. Isso já estava me tirando a pouca paciência que ainda me restava.

- Coma. - ordenei.

Ela me olhou com seus olhos fulminantes e levou a primeira colherada à boca e depois tomou um gole de seu suco de laranja.

Assisti todos os seus movimentos até que toda a comida de seu prato fosse eliminada, restando apenas os talheres e algumas migalhas no recipiente. Bebeu o restante do suco e logo abandonou o copo vazio em cima da mesa, próximo ao seu prato.

Meu celular tocou de repente, tive de me ajeitar na cadeira para conseguir tira-lo de meu bolso e finalmente atender a chamada.

- Joalin, Fuller não só está tentando pôr as porcarias dele aqui, mas também quer transferir as mulheres de seu tráfico para cá. O filho dele que estamos perseguindo durante toda a rota marítima está tentando nos enganar, as merdas que estão trazendo nesse descarregamento é para nos destrair para que possam descarregar as mulheres no porto do outro lado da cidade sem que você saiba. Preciso que vá para o outro porto e deixe esse conosco. - alertou.

- Eu juro que vivo ele não escapa. - rosno irritada. - Estou chegando.

Desligo a chamada e me levanto bruscamente, mas nunca tirando meu olhar da morena em minha frente. Sabia que ela estava incomodada com isso, ficou se remexendo na cadeira durante toda a refeição.

- Estou saindo e provavelmente chegarei apenas de madrugada. Você não está sozinha, não pense que confiaria em você tanto assim. Há olhos meus em todos os cantos desse lugar e não se engane, lá fora tenho bem mais. Então é bom não tentar nenhuma gracinha, meu humor só piorou e acho que você não quer experimentar ele. - ameaço estreitando os olhos.

Ela não esboçou nenhuma reação, apenas ficou me encarando por determinado tempo até meu celular tocar novamente e seu olhar desviar para o piso.

- Já estou indo, porra. - falo ao atender e desligo antes que Savannah pudesse falar algo.

Sorrio de canto e saio do cômodo seguindo até meu carro estacionado em frente à casa. Quando adentro o veículo, giro a chave e piso no acelerador de forma de que o carro quase salte e corra rapidamente pela estrada.

...

Oq acharam?

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A Chefe da Máfia - JoalinaOnde histórias criam vida. Descubra agora