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Joalin Loukamaa

Bati a porta com força ao sair do quarto. Sentia a raiva me consumir cada vez mais rápido, as veias do meu pescoço saltarem e minhas mãos tremerem de tanta irritação.

Heyoon me barrou em um dos corredores e iria falar algo, mas levantei o dedo indicador pedindo que se calasse, não estava à parte do que eu seria capaz no momento. A baixinha assentiu rapidamente e quando percebi já estava em meu escritório.

Peguei o primeiro objeto que vi assim que entrei e arremessei nas paredes fazendo cacos de vidro se espalharem pelo chão. Agarrei meus cabelos e fechei os olhos tentando controlar o animal feroz que acordou dentro de mim, juro que mataria qualquer pessoa que aparecesse em minha frente naquele momento, sorte dos que estavam ocupados.

Lágrimas salgadas e repletas de mágoas escorriam por minhas bochechas, aumentando o fluxo de acordo em que as memórias tomavam conta da mimha cabeça.

"Para, por favor!"

"Para!"

"Me solta!"

"Tira essas mãos de mim!"

"Eu não quero!"

"Mamãe!"

Solucei com vontade enchendo um copo da bebida mais forte que havia ali.  Depois arremessei a garrafa cheia na parede, molhando parte da tintura branca.

"Papai!"

"Me larga!"

"Eu vou gritar!"

"Socorro!"

"Eu não quero!"

"Para..."

Virei o líquido de uma vez, sentindo o ardor descer na garganta queimando tudo. E iria fazer isso por horas e horas até que toda dor fosse embora em um passe de mágica deixando apenas uma dor de cabeça que um analgésico com certeza daria conta. Mas enquanto isso não acontecia, sentia meu peito arder, como se fossem chamas vibrante queimando tudo.

A porta se abriu, e uma figura morena passou por ela. Seu olhar examinou meu estado com pena, mas logo abriu seus braços e quando senti, já estava encaixada neles e chorando até não aguentar mais, descontando toda dor que eu carregava em mim.

- Vai ficar tudo bem, docinho. - Krystian susurrou acariciando meus fios loiros.

Quando chorei o suficiente para conseguir manter os soluços em silêncio, me soltei de seu aperto e voltei até o copo para enche-lo de novo. Precisava de uma distração, algo que bloqueasse aquelas lembranças.

- Já chega! - retirou o copo de minhas mãos após a quinta dose.

- Me devolve. - rosnei.

- Não vou fazer isso. - rebateu.

- Krystian! - o repreendi.

- Não adianta. Agora você não é a fodona que mata todo mundo, você é a minha irmã, então não tem nenhum controle sobre mim, acho bom baixar a guarda antes que eu jogue todas essas suas bebidas caras no lixo. - ameaçou-me.

A Chefe da Máfia - JoalinaOnde histórias criam vida. Descubra agora