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Joalin Loukamaa

Eu estava furiosa.

Minhas narinas inflavam de ódio por ter que interromper meus planos com Sabina para lidar com os problemas que o joguinho de provocações de Simon causou na minha favela.

Estacionei meu carro próximo ao de meus irmãos que me esperavam analisando todo o local agora destruído. Consegui sentir o cheiro de fumaça sem nem sair do veículo, e se intensificou mais quando me aproximei.

Estava um verdadeiro terror. Chamas de fogo para todos os lados com os bombeiros tentando apagar com jatos de água sobre as casas que mal se aguentavam em pé, pessoas gritando e correndo para longe como forma de se proteger, crianças chorando sendo puxadas pelos pais, um verdeiro pesadelo para qualquer um.

- Se quisermos dar uma olhada na situação precisamos ir pelo meio já que essa parte não está com fogo. - Sina avisou, apontando na direção da rua principal.

- Então vamos. - falo e sigo na frente com meus irmãos me acompanhando.

Muitas pessoas haviam perdido as casas por conta dessa brincadeirinha de Simon. Haviam pedaços de madeira queimados espalhados pelas ruas estreitas e cacos de vidro de alguns objetos ou janelas quebrados.

- Só podemos vir até aqui, há uma casa em chamas na frente. - Krystian alertou nos fazendo parar.

Ergui o olhar e senti uma sensação estranha quando observei as chamas engolirem uma casa conhecida por mim.

- Fiquem aqui. - ordenei seguindo em passos rápidos até o local queimado.

- Joalin! Você tá maluca? - a voz de Sina soou baixa pela distância.

Parei de frente a porta e para não me queimar chutei a mesma com o pé a fazendo abrir. Prendi a respiração e adentrei o local vasculhando meu olhar por todo o cômodo. Depois de alguns segundos procurando, já estava indo embora quando ouvi uma fraca tocida. Me inclinei para frente e reparei em baixo da mesa a garotinha encolhida.

Ela me encarou com seus olhinhos amedontrados e com suas bochechas sujas por pólvora. Me abaixei e a tirei de lá saindo rapidamente em seguida já que estava perdendo o fôlego.

A coloquei no chão e ela tociu algumas vezes antes de voltar a me encarar.

- Oi Lin! - ela disse com um fraco sorriso.

- Vejo que está bem. - digo irônica. - E pare de me chamar de Lin.

- Tudo bem, Lin. - olhei feio para ela - Ops.

- Não me faça te jogar lá de volta, garotinha. - ameacei.

- Você é uma velha rabugenta. - acusou me deixando incrédula.

- Sua...

- Chega Joalin. - Savannah me interrompeu.

- Onde está seu pai? - Josh a perguntou.

- Não sei. - ela respondeu.

- Cuidem dela, preciso concertar a merda que Fuller causou. - falei me afastando e seguindo de volta para o carro.

- Tchau Lin!

Revirei os olhos e continuei meu trajeto até meu veículo e o adentrei partindo em direção à sede da Máfia. Quando estacionei já pude perceber a movimentação dos seguranças em minha direção e assim que sai do carro eles me arrodearam. Babaquice.

- Eu consigo me proteger sozinha, obrigada. - sorri sarcástica.

Eles se afastaram desajeitados e segui até o local o adentrando e sendo recebida pelos homens responsáveis pela organização do México aos cuidados da Máfia.

- Boa tarde Senhora, é bom vê-la aqui. - comentou Frank.

- Claro que é, sempre saem de bolsos cheios depois da minha visita. - rebato irônica.

- C-Claro que não, Senhora. Eu só...

- Sei sei, queria me bajular. Mas não é isso que vai trabalhar por mim, então pode calar a porra da boca e se sentar? - perguntei irritada.

Ele coçou a garganta algumas vezes e se dirigiu à mesa onde aconteceria a reunião.

- Não sei se a Senhorita soube do que aconteceu na favela... - outro homem início.

- Eu já sei. Tenho olhos por todos os lugares, sei de cada respiro que qualquer um dá na minha área. - falo séria.

- E o que vai fazer quanto à isso?

- Iremos reconstruir a favela, casas novas para os desabrigados, nada muito grande ou extravagante, apenas o necessário para que vivam em segurança. Me mande o preço por e-mail depois, e se certifique de conseguir isso o mais rápido possível. Alguma pergunta?

- Eu queria...

- Ótimo. Tenho que ir. - sorrio sarcástica.

Pego minha bolsa e saio em disparada de volta ao meu carro. Acelerei em 150km/h para conseguir chegar em casa o mais rápido possível

Quando cheguei meus irmãos estavam jogados no sofá de forma desajeitada me fazendo revirar os olhos. Sofya me jogou uma barra de cereal que aceitei sem questionar, apenas minha refeição da manhã não foi o suficiente para encobrir o estresse que Fuller está me causando.

Conversamos por um tempo e debatemos sobre o que iríamos fazer quanto às pessoas sem casas até Sabina se aproximar. Depois de experimentar algo com Krystian ela sentou-se ao meu lado e ao observar o olhar atento de Savannah sobre ela descansei minha mão sobre a coxa de Sabina de forma possessiva e encarei minha irmã com um olhar nada agradável. Savannah ergueu os braços em forma de rendimento e revirou os olhos.

- Agora é o meu! - Krystian berrou após Sabina receber algo de Sofya.

Apertei a estreita em meu bolso com força de forma ansiosa. Ele ergueu uma sacola na direção da garota ao meu lado e ela pegou hesitante. Abriu a embalagem curiosa e retirou uma caixa de tamanho médio de dentro.

- Um celular? - ela perguntou surpresa e não conseguindo segurar o sorriso.

- Você me disse que sentia falta da sua família então pensei que falar com eles iria te deixar mais feliz... - ele mal terminou e Sabina estava pulando em seus braços com o maior sorriso que eu já a vi dar.

- Ai meu deus. Obrigada Krys, é o melhor presente que eu poderia receber. - ela disse eufórica.

Meu sorriso morreu.

...

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A Chefe da Máfia - JoalinaOnde histórias criam vida. Descubra agora