Yes, Teacher

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 A boca dele se movia sobre a minha com lentidez. Infelizmente, ele não era tão agressivo quanto eu imaginei que fosse. Queria ser fodida hoje, gritar e gemer pra escola toda ouvir. No entanto, escolhi o pretendente a transa errado. Hyunjin era fofo, gentil e amoroso. Nada do que eu esperava. Nada de fogo, mão boba, mordidas entre o beijo e menção de segundo passo. Ele segurava meu rosto com carinho, com medo de me tocar, como se eu fosse uma boneca frágil e quebradiça. Patético. Fico enjoada com isso. Eu não posso quebrar se já estou.

   Tentei abrir os botões de sua camisa social, mas ele afastou minhas mãos, a segurando e acariciando a palma com o polegar. Um gesto romântico e de fato, apreciativo, como em clichês de adolescentes apaixonados. Não para mim, não para uma mulher como eu. Homens românticos não podem conter quem eu sou. Não conseguem apagar meu fogo. São simplesmente inúteis. Eles querem me dar amor, mas eu só quero foder. 

  Suspirei entre o beijo.  Aquilo era patético, ele nem mesmo movia  a língua. Talvez seja seu primeiro beijo e ele quer aproveitar cada segundo, mas eu não. E tenho certeza de quê ele vai se arrepender se me deixar ensiná-lo sobre essas coisas. Eu nunca dou certo com garotos inexperientes. Sempre sou bruta e  acabo os machucando. 

  -Ta legal, já deu por hoje. -Dei tapinhas de consolo em seus ombros e ajeitei o óculos que escorregava pelo nariz. Hyunjin era do primeiro ano, um novato inteligente, e desajeitado. Eu pensei que era interessante, fazer coisas impróprias com esses tipos de garotos, inocentes e virgens. Porém, estava enganada. Não é bem assim que a banda toca. Você não pode ensinar um pássaro a voar, imagina ensinar um virgem a transar. É uma perda de tempo. Eles precisam aprender sozinhos, e eu não quero me meter nisso. Não vou servir de cobaia pro pau dele brincar. 

   -Eu...fiz algo errado? -Suas bochechas estavam coradas, um sinal de que sentia vergonha. O observei por alguns segundos. Alto, mas sem postura. Bonito, mas insiste em se vestir como um mendigo. Inteligente, mas sonso e lerdo. Boca gostosa, mas sem utilidade. Um corpo que eu tenho certeza, que é de dar água na boca, mas vive coberto. Sinceramente? Ele é todo errado. E ainda assim, eu senti tesão por ele.  

  Decidi não dar explicações. Sorri forçado enquanto acendia meu cigarro e fiz um sinal com a mão para que ele saísse. O mesmo obedeceu, mesmo com relutância. Se curvou em despedida como os antigos fazem e deu no pé, correndo desengonçado. Patético eu diria. Um homem como aqueles, ser patético é mesmo de foder. E ele nem sequer, me fodeu. 

  Traguei meu cigarro sem pressa. Era a última aula do dia, eu estava a matando e não me importava. Música não é minha praia. Estudar música, quero dizer. E o professor...bem, eu fiquei tentada em querer brincar com ele na frente de todos, bem encima da mesa. Só de imaginar, meu corpo acendeu e eu decidi que não era uma boa ideia ir naquela aula hoje. Nem hoje, nem pelo resto do ano. De todo modo, ele vai me encontrar em alguns minutos. Deixei uma mensagem explicando onde me encontrar e quando. 

 Minha relação com Taehyung é complicada. Ao mesmo tempo que o odeio, eu sinto um desejo ardente por ele. E depois da primeira transa, eu me viciei. Quero mais uma vez, pelo menos pra lembrar da sensação de ter ele comigo. E eu sei que ele quer o mesmo. Me odeia, não tenho dúvidas, mas me quer também. Nossa relação de longe, não vai acabar bem. Eu destruo tudo que toco e quero que ele tenha consciência disso. Não quero que se surpreenda com nada. 

   Enfiei as mãos no bolso e peguei o bolo de notas enrolado. Fiz um bom trabalho hoje, minha mercadoria já acabou com um só dia. Ficariam surpresos em saber como os filhinhos de papai são viciados em uma boa droga. Se fazem de perfeitos na frente dos outros, forçam sorrisos e coisas que não são. Eu pelo menos, nunca fingi ser quem não sou. Sou a Ryujin vadia e psicopata que todos conhecem e não me importo com o que pensam. Antes de me queimarem na fogueira, eu vou morrer por estar podre do lado de dentro.