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 Ver Ryujin assim, toda machucada me deixa aflito. Ela é forte como um touro e está nessa cama a dias. Me causa uma sensação protetora, de que eu e somente eu devo cuidar dessa menina. Mesmo que, minha mente esteja confusa e precisando de descanso. 

Desde que ela acordou, tenho estado pensativo. Mudamos nossa relação do dia pra noite diversas vezes. Nem sei mesmo dizer se ainda consigo odiá-la. Confesso que ontem, enquanto ela dormia, meu estômago se embrulho só de lembrar na cena que presenciei. Como ela conseguia dormir tão tranquilamente depois de tudo que fez? Me questionei pela milésima vez. E em seguida, fiz algo que não acredito: Justifiquei seus atos. 

O padrasto de Lia abusava sexualmente dela. A mãe sabia e não fazia nada contra isso, a desculpa que usavam era de que ela precisava pagar por todo dinheiro gosto. Pesquisei as notícias na internet. Seul está em estado de alerta por causa de Ryujin. Seus diversos crimes foram descobertos, inclusive o do homem que atirou em mim, que morreu em minha casa. Seus filhos informaram a polícia que o pai havia contratado um detetive particular. Assim sendo, foram atrás dele e eu fui descoberto. Também conseguiram encontrar o envolvimento de minha aluna. 

Minha casa está sendo revirada pra todo canto. Meu passado investigado, meus segredos estando prestes a serem revelados a todos. Minha vida, acabou. 

Quando penso de fato no assunto, sinto vontade de chorar. Afinal, tudo aconteceu por meus sentimentos. Meus sentimentos por uma adolescente como ela. Nem mesmo sei como rotulá-la. Tudo parece tão pequeno e incomparável ao que ela de fato é. Um monstro? Um demônio? O próprio capeta? Nada disso parece se comparar á ela. Ryujin é um ser que precisa ser estudado. 

Um ser que morrerá em breve se eu não fizer nada. Não me importo de passar o resto da vida fugindo, me escondendo como um criminoso. Contanto que ela esteja viva, nada disso importará. Viva, mas não comigo. Acredito que assim que ela poder se locomover corretamente e se cuidar sozinha, ela me deixará. Estou tentando evitar que isso aconteça, mas já posso esperar pelo pior. Ela não ama ninguém, nem nada além de si mesma. 

Hoseok me encontrou na farmácia no horário marcado. Não havia movimentação nenhuma na rua já que se passavam de onze horas. Ninguém nos veria. Ele é um velho amigo que me deve um favor, e um médico oncológico muito recomendado e requisitado que esconde um segredo obscuro também. Hoseok faz experimentos em pacientes que solicitam seus serviços, alguns, são pacientes que acabaram de morrer ou que estão desacordados. Ele não revela seus metódos, mas sempre são além da capacidade humana. 

-Já estão falando sobre vocês no hospital, nos mandaram ficar em alertas. Tem certeza de que a casa antiga da sua vó é segura? 

Ele costumava falar demais. Acredito que Ryujin irá odiar esse detalhe. 

-Não se preocupe com nada disso. Dê uma olhada nela, me diga quanto vai custar e vá embora. -Disse de forma curta e grossa. Não quero que ele fique tanto tempo perto de nós. Hosoek tem filhos, esposa e uma vida boa. Se descobrirem que ele nos ajudou, irão investigá-lo e isso os levará aos seus experimentos ilegais. Não desejo me sentir culpado por mais uma vida destruída. 

Em relação a casa de minha falecida vó, é segura. Não está no nome dela, não existe registro dela e meus pais não a conhecem. Só a descobri em minha infância. Minha vó tinha um segredo que sabia esconder muito bem. Um segredo como o meu. Aquela casa era um bordel. Antes de sua morte, era usada pra encontros sexuais. Então é impossível que alguém com envolvimento comigo saiba dela. Nem mesmo meu vô tinha conhecimento. Apenas eu. Apenas eu e ela.

-Me espere no carro, preciso avisá-la que você está aqui primeiro. -Desci do carro que mantive pra emergências e suspirei. Ela vai reagir de forma negativa, já posso sentir. Duvido que permitirá que alguém a toque ou a examine. Contudo, preciso tentar. Preciso dar o meu melhor nisso. Ou tudo perderá o sentido.

Yes, TeacherOnde histórias criam vida. Descubra agora