NOITES DE TORMENTO

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(...) "Neste momento acordo assustado, com medo de mim mesmo, e de tudo a minha volta, mas me levanto, vou até a cozinha, pego uma faca e começo a pensar que tem pessoas ou algum louco fora na rua que pode tentar entrar na minha casa a qualquer momento, me desespero, abro a porta e começo a vagar pela madrugada tentando descobrir quem seria essa pessoa, quando vejo alguém descendo a rua onde estou mas pouco atrás de mim, começo a correr desesperadamente com a faca na mão, sem rumo e sem saber o motivo que não paro de correr, mas sinto um medo tão profundo que não consigo pensar em mais nada que não seja correr. O pior é que qualquer pessoa que vejo na rua me faz pensar que esteja atrás de mim então corro mais ainda até que consigo me esconder de lugares em lugares até que finalmente me vejo novamente em meu ponto de partida, minha própria casa. Cansado, com dor de cabeça e sem entender o que eu fiz ou qual era o meu propósito. Mesmo sem entender o porquê de tudo isso, fico em casa andando por todos os lados até conseguir me acalmar com um pouco de água, comida e alguns cigarros que peguei escondido na bolsa da minha mãe. Pego alguns calmantes e leio meu livro favorito S.O.S FAMÍLIA FATOS REAIS, onde encontrei uma poesia em que me identifico muito que é a S.O.S FAMÍLIA, onde conta a história de um garoto que passou por quase a mesma coisa que eu, mas com o certo diferencial de que eu não sou tão estranho quanto ele". (...).

(...) "Adormeço e acordo somente no dia seguinte, ainda com medo mas feliz pois posso ligar para meus melhores amigos e tentar esquecer um pouco minha vida fútil, conversando sobre nossos livros favoritos até rirmos bastante, o que me faz esquecer de tudo que passei na noite anterior e voltar a viver o presente maravilhoso que tenho, meus amigos e minha família." (...)

Mais uma vez interrompi a leitura pois acho que já deu para ter noção o suficiente para sabermos que nosso amigo estava realmente precisando de todos nós. Fomos no quarto de Patrick para conversarmos com ele e descobrir profundamente a respeito de tudo isso. Lá estava ele, deitado na cama, com a cabeça coberta com um cobertor e um travesseiro azul com bolinhas marrom na estampa. Perguntei-lhe:

(Fher) - Patrick o que está acontecendo com você?  Queremos saber de tudo desde o início". (...)

Ele me olhou com um olhar tão penetrante que cheguei a imaginar que ele fosse "voar" no meu pescoco com a intenção de me "esguelar" até a morte. Foi então que ele abaixou a cabeça e com uma lágrima escorrendo pelo seu rosto começou a falar.

JUSTIÇA FATOS REAISOnde histórias criam vida. Descubra agora