Blyana estava na frente da porta de casa.
Não tinha coragem de entrar em sua mansão, ela definitivamente temia tudo, sabia que eles tinham os ouvido chegarem, se a fofoca não chegou antes por causa dos fugidos do Desfile, ela tinha que falar antes de chegar neles pelos outros exagerados.
Eles tinham que saber do dragão, sobre o mestre.
Ou talvez não.
Será que ela devia falar?
Ronan a encarava, esperando-a abrir a porta, já haviam servos com os cavalos, arrumando as coisas, tudo pronto.
- Eu não consigo, eles vão me odiar - Ela falou para ele em sussurros mínimos.
- Não diz então - Ele respondeu murmurando, parecia irritado.
Ela suspirou e arrastou ele para um banco no quintal da frente, menor chance de alguém ouvir.
- Como eu não vou dizer?! - Ela disse incrédula - Não dá para fingir que nada aconteceu Ronan.
- Da para você dizer não, seguir calmamente e pronto, sem medo, sem angústia, somente o futuro doce e sossegado comigo querida - Respondeu mais calmamente - Você nem precisaria dizer, que tudo teria fim antes de iniciar-se, antes de ter problemas- Ele pegou em seu rosto e a beijou, calmo e terno, profundo, pedindo por mais.
Mesmo que não quisesse ela fechou os olhos ao encostar os lábios com o homem, ela se aprofundou nele, era totalmente apaixonada por Ronan.
O beijo foi carregado de amor, de domínio, ela sentiu suas costas se encostarem no banco, ele estava em cima dela quase por completo.
Blya parou um pouco o beijo, os narizes se encostaram, os profundos olhos pratos encaravam a noite profunda dos dele, ambos respiravam fundo, amor, ali tinha amor?
- Você me ama Ronan? - Ela perguntou
A resposta foi um beijo e uma palavra murmurada.
- Muito.
Ele beijou de novo, dessa vez Blya não contribuiu, Ronan parou e a encarou.
- Seria capaz de me amar mesmo que eu não siga esse caminho? - Ela perguntou levemente mais fria.
Ele se afastou um pouco, olho para baixo, suas mechas deslizavam pelo seu rosto.
- Ao que se refere Blya? - Ele parecia preocupado.
Ela se arrumou um pouco e disse claramente.
- Você seria capaz de me amar mesmo eu sendo do exército, eu decidindo pela sabedoria e aventura, porque se não for...
Blyana não foi capaz de completar a frase, ela nem sabia se tinha um fim, temia muito pelo que não disse, amava Ronan, e ele não apoia, doía muito, mais a mulher tem que impor suas prioridades, Blya viu que sua vida podia ser da forma que ela sonhava de verdade, não o sonho forjado pelo pesadelo, o real, sua verdadeira alma sonhava com aquilo, e seu futuro marido simplesmente não quer ela lá.
- Blya... - Ele começou, seus olhos fixos nela com cautela - Amor eu... - Ele engasgava e chacoalhava sua cabeça, pensativo.
Ela se levantou, não chegou a empurra-lo, já que ele se afastou rápido e ainda olhava em pânico, Blya caminhava batendo firme seu pé em frente a um caminho não definido.
- Eu estou com você a um ano inteiro, eu te amo do fundo da alma e faria tudo por você!!!- Disse quase gritando e chorando - Mais você não é capaz de nada por mim...
Os servos que passaram se encolheram conforme o dito de Blya.
Ronan se levantou e foi seguir até ela.- Blya e....
- Você é muito egoísta, como eu pude acreditar, porque somente eu tenho essa sorte do inferno de confiar ao pior abutre meu coração - Ela cortou e saiu desabafando, quase gritando, doía no fundo da alma dela, estava magoada.
Já Ronan estava transtornado.
- Blyana e...
- E o que, vai cancelar o noivado? Cansou de mim?! - Ela disse na cara dele, seu rosto estava roxo de tristeza e raiva, lágrimas desciam - Se for diga logo, me mostre o quanto eu errei....
Ela voltou a andar batendo o pé e chorando, nada parecia consola-la, já os servos haviam sumido e buscado outro lugar para se abrigar sendo para ouvir melhor quanto para não ser punidos por fofocar, Ronan estava muito agoniado e corria atrás da jovem moça.
- Eu quero falar Bly...
- O que custa pra você me apoiar, você não me perderia e seria honrado, porque eu sou tão ruim assim para você?! - Blyana o interrompeu novamente, desta vez deixando Ronan impaciente - Por que eu não sou o suficiente pa...
- CHEGA! - Ronan cortou, gritando e agarrando a menina que tremia e se assustou com o gesto - Chega Blyana, eu te amo, você é perfeita e é minha noiva, chega de surto amor.
Ela fechou a boca, seus suspiros ainda soavam e as lágrimas ameaçavam ficar mais fortes.
- Eu tenho o direito de não concordar, tenho o porquê não querer, mas meu dever como seu homem é te apoiar - Ele disse quase que em suplica - Eu não querer não quer dizer que eu não vá apoiar, se isso é o que você mais quer docinho, é o que você vai ter.
Ele dizia, ela começou a chorar de emoção e alívio, Ronan a abraçou e aninhou seu pequeno corpo no dele.
- Meu amor não suportaria perder você, morreria sem seu amor e seus lábios, então, não ligue para mim, eu estarei aqui por você - Ele dizia - estarei aqui pela minha noiva independente do que você decida, independente se alguém te apoiar ou não, eu vou estar lá e estou aqui agora, pra sempre - Ele disse as últimas palavras no ouvido de Blya, que se já chorava, piorou.
Ela o abraçou forte e de forma amorosa, ele também retribuiu, agora ela viu seu porto seguro, seu amor era real, não era errado, Ronan apoia Blya de todas as formas mesmo que não seja o que ele idealiza.
- Estarei aqui para tudo Blyana, e eu honestamente peço para que não repita isso, não vou te abandonar, eu a amo - Ele falava quase chorando.
- Eu te amo muito - Ela falou para ele, no ouvido.
Ele virou para ela, limpou suas lágrimas, e a beijou, foi um mais rápido, mais foi calmo o suficiente para ambos os corações se conectarem de vez.
- O que você precisar dizer estarei aqui para te ajudar - Ronan completou olhando para a casa.
Olhando de para a mesma direção Blyana encontrou toda a família na porta, como se eles estivessem vendo o show do casal inteiro, e esperaram até a hora do final...
Eles olhavam pasmos, os pais estavam furiosos.
- O que você tem a dizer para mim Blyana que arrecadou tanto drama- A mãe disse, mais a forma foi quase como se ela pretendesse matar a garota.
Era agora ou nunca...
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Alma de Gelo
Fantasy"Mesmo na mais profunda escuridão, na terra profana perante o olhar da morte não vou me render, o fim não será esse, não enquanto não tirar você de lá, minha alma, meu ser, estarei lá até que a única coisa que me reste é a poeira do pior de nossos i...