Blyana saiu andando da sala, os corpos e sangue não estavam mais lá, depois de andar alguns corredores ela encontrou alguns dos homens que comemoravam a vitória, eles eram uns que fizeram a primeira missão com ela.
Era eles o Maik e Luca, ambos pegaram ela cada um de um lado repentinamente e começaram a conversar amigavelmente.- Você foi ótimaaa!! - Maik disse animado.
- Como conseguiu pensar tão rápido? - Luca perguntou impressionado.
Blya ficou tímida e Ventania subiu até o seu ombro, para observar os dois em forma curiosa, ela nunca tinha falado com eles depois da missão, porém eles pareciam muito mais simpáticos que os outros integrantes.
- Bem, só uni os treinamentos aos pontos de perigo da situação - Blya respondeu vermelha.
- Pensamento rápido senhorita - Maik respondeu - Melhor que muitos de nós.
- Concordo, a senhorita é habilidosa - Luca completou.
- Agradeço senhores - Blya deu um sorriso orgulhoso.
- Gostaria de comemorar conosco? - Luca perguntou.
- Ia ser divertido - Maik disse - Raramente te vimos na área de descanso.
Blyana pensou um pouco, sair um pouco da rotina não iria fazer mal.
Sua cabeça doía um pouco pelo cansaço, porém ela não se importou, olhou para a Ventania que parecia animada com a possível brincadeira.- Se importarão se eu fosse com meu filhote? - Blya falou passando a mão pela cabeça de Ventania.
- Sem problemas! - Ambos disseram em uníssono.
- Então vamos!
.(...). ... Horas mais tarde...
Blyana conheceu o famoso hall de descanso dos soldados.
Lá haviam vários homens, todos variando entre beber, jogar xadrez e conversar bem alto.
Blya não se importou em se prender em um dos entretenimentos, participou de todos, jogou tanto com seus novos amigos como com alguns homens amigos deles, passou horas falando com três soldados sobre técnicas de voo e experimentou algumas bebidas de qualidade que lhe ofereceram.
Ventania voou e brincou com muitos soldados, brincou até desmaiar de cansaço no colo de Blyana.
Ela acabou pegando Ventania no colo e sentando em um dos sofás de couro macios, ainda rindo de uma piada contada no círculo, Maik se sentou ao lado dela minutos depois.- Se divertiu querida? - Ele perguntou levemente embriagado.
- Muuuito, faz sei lá...- Blya pensou - Nunca me diverti tanto, claro excluindo o desfile que sempre foi divertido.
- É muito bom participar dele - Maik se aproximou mais de Blya, com um sorriso diferente.
- Não sinto falta da minha vida anterior - Blyana disse honestamente - E minha vida anterior me abandonou também então estamos quites.
- Abandonou? - Maik perguntou curioso.
- Meu noivo me abandonou - Ela respondeu - Hoje é meu aniversário e ele nem sequer me mandou cartas, e olha que estou aqui a 2 meses.
- Parabéns!!! - O Homem disse animado e foi passando a mão pelo cabelo de Blya - O homem que te abandonou não sabe o que tá perdendo.
- Você acredita ser grande coisa? - Blya ficou um pouco impressionada com a fala daquele homem.
- Eu tenho certeza absoluta - Maik disse sentando de lado, próximo a ela - Que é grande coisa que ele tá perdendo, inclusive queria poder te dar um presente.
Blya sentiu um calor subir pelo seu estômago, sua cabeça estava leve, ela estava racional e irracional ao mesmo tempo, pensou que não tinha o que perder, e já sabia com certeza a partir daquela hora.
Blyana agora era uma mulher, fez sua maioridade, e também não é mais comprometida a mais ninguém.
Ela olhou para o rosto de Maik, ele estava meio vermelho, seu cabelo estava bagunçado e sua respiração próxima a ela.
Todos estavam bem ocupados com o que faziam, gritavam e jogavam a distância, então ela decidiu arriscar.- Você ainda pode me dar um presente - A mão de Blya foi até o peitoral da armadura do homem, a bebida estava tomando conta de sua mente.
- Posso? - O sorriso de Maik mudou para malicioso e se aproximou mais.
- Deve.
Blya o puxou para perto e roubou o beijo do homem, que levou segundos para se recompor e dominar o beijo, ele colocou a mão sobre a perna dela e apertou.
O beijo foi intenso, a mente de Blya estava nebulosa, ela não se lembra quanto tempo levou, só que deram umas pausas, morderam lábios e até a ponta da orelha um do outro, a garota puxava o cabelo ruivo dele animada.
Depois do que pareceram minutos ambos se separaram, respirando fundo.- Esse presente parece que foi mais para mim que para você - Maik disse sorrindo de orelha a orelha.
- Então você me deve mais um beijo - Essa parte assanhada de Blya era nova, mas ela estava gostando - Boa noite amigo.
Ele riu e fez uma referência.
- Boa noite Madame - Ele sorria calmo - Até daqui a pouco.
Blyana se ergueu sorrindo, bagunçou o cabelo dele e segurou Ventania, ninguém na sala parecia ter visto o ocorrido então ela, sem se importar com os lábios inchados e bochechas coradas deu boa noite a todos, que respeitosamente responderam com uma reverencia.
.(...).
Blya mal lembra de como chegou ao quarto, ela só tinha certeza que tinha demorado mais que normalmente para chegar lá.
Seus passos estavam arrastados e pesados, seu corpo parecia doer em cada ponto existente.
Ela sabia que nunca tinha bebido, porém uma certeza ela tinha, não tinha bebido tanto a ponto de estar daquela forma.
Quando encostou na porta de seu quarto, aberta no empurrão dela, sua vista ficou embaçada, seus braços soltaram Ventania.- Mama? - A pobre filhote caiu de mal jeito e reclamou.
- Chama ajuda - A voz de Blya estava esganiçada, rouca.
A filhote correu assustada, Blyana caiu no chão e sua nuca queimava muito.
Seu corpo se retorcia no chão e ela gemia alto.- VOCÊ PENSOU QUE ACABARIA COM MEU PLANO ASSIM TÃO FACIL?!
A mesma voz horrível que vinha do mestre estava em sua mente, sua visão escureceu por um momento, mostrando um ser estranho, mas a vista estava embaçada demais para ver direito como era.
Em um momento sentiu mãos em seu corpo, um puxão e ser virada para cima.
Ela não conseguia puxar o ar para seu pulmão.- Blyana olhe para mim - A voz parecia ser conhecida...
Porém Blyana já não era mais ela...
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Alma de Gelo
Fantasy"Mesmo na mais profunda escuridão, na terra profana perante o olhar da morte não vou me render, o fim não será esse, não enquanto não tirar você de lá, minha alma, meu ser, estarei lá até que a única coisa que me reste é a poeira do pior de nossos i...