Deu tudo certo

5.4K 548 2.4K
                                    

Lonnie P.O.V. on

- Você tá legal? - Pergunta Adora, enquanto andamos até seu carro, estacionado no quarteirão ao lado. Estou mancando um pouco por causa da dor nas costas.

- Estou sim, só tô com uma dor fodida.

Adora toma a frente da caminhada e se abaixa, de costas pra mim.

- Sobe aí.

- Eu aguento, relaxa aí, cavalheira.

- Bora, o carro tá longe ainda. Você está fazendo andarmos muito devagar. - Ela me olha por cima do ombro, séria e com o rosto tão fodido quanto minhas costas.

Acabo cedendo e subo. A garota fica de pé sem muita dificuldade, e começa a caminhar com passos rápidos até nosso destino. Confesso que essa carona alivia bastante a dor, por mais que não seja a posição mais confortável do mundo.

O trajeto até o carro foi completamente silencioso. Ela perdida nos pensamentos dela e eu nos meus. Eu não paro de pensar no que pode acontecer com a gente se o moleque acabar dando uma parada cardíaca e bater as botas ali mesmo. Eu e Adora seríamos presas... Será que não é melhor chamar uma ambulância ou sei lá?

Pego meu celular no bolso traseiro e ligo para o dono do bar.

- Tio, é a Lonnie, eu estava aí até agora pouco, lembra?

- Pegou o cara?

- Peguei. Faz o seguinte, manda alguém ir lá olhar porque fizemos estrago.

- Deixa morrer.

- Tio, caralho. Chama alguém, namoral.

- Tá certo, vou lá ver como ele tá. Qualquer coisa, chamo uma ambulância.

- Valeu, obrigada por tudo aí. Até mais. - Desligo a ligação.

- Era o cara que nos ajudou? - Pergunta a loira.

- Era sim. Ele vai garantir que o moleque não morra. - Falo, e a loira dá de ombros.

- Por mim... - Depois disso, o silêncio se instaura mais uma vez. Adora parece meio atordoada, como se estivesse bem distante. Prefiro deixá-la quieta.

Quando chegamos ao seu carro, desço de suas costas e me sento no bando do carona

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Quando chegamos ao seu carro, desço de suas costas e me sento no bando do carona. Ela se senta no banco do motorista e agarra o volante, mas fica parada, quieta, não dá a partida.

- Hey...? - Olho para seu rosto e ela parece em choque, com os olhos arregalados, olhando para o nada. - Adora! O que foi?? - Seus olhos começam a lacrimejar.

- Eu não a protegi... Naquela noite... - Sua voz sai baixa, quase não a escuto.

- Adora, você fez o que pode...

- O que eu fiz, Lonnie??? - Ela se altera. - Bati nele depois de meses do que aconteceu??? E o que ela passou??? Isso irá apagar de sua memória? - As palavras são gritadas em meio ao choro repentino. Suas mãos gesticulam, completamente trêmulas. - Eu discuti com ela naquela noite e... A deixei sozinha. E aquilo aconteceu. As coisas que ele disse pra você... Que ele fez com ela...

Mais que um lanceOnde histórias criam vida. Descubra agora