- U-uh... C-Cat... - Adora grunhe abaixo de mim.
- Dói? - Pergunto.
Ela balança a cabeça de forma positiva, com a mão no rosto.
Suas bochechas estão levemente coradas e o suor escorre por sua face.
- Vou forçar um pouco mais, okay? - Falo cuidadosa.
- Vai em frente...
Coloco um pouco mais de força e Adora geme alto, jogando a cabeça para trás e embolando os dedos nos lençóis abaixo de si.
- Aguenta firme, tá quase... - A encorajo.
- Porra, Catra... - A voz da loira sai falhada.
Então, ouço a porta se abrindo e uma mulher de meia idade entra no quarto.
- Como está? - Ela pergunta.
Saio de cima de Adora, permitindo que ela relaxe o músculo da perna machucada. Esses alongamentos são uma tortura pra menina.
- Ainda sente muita dor quando estico seu bíceps da coxa. Isso não era para estar quase curado?
A fisioterapeuta chamada Castaspella, dona da clínica que estamos e minha chefe, se aproxima da menina deitada na maca e pega uma prancheta presa na armação com algumas anotações.
- Precisamos ter paciência. Cada corpo reage de um jeito. Sinceramente, achei que a Adora se recuperaria mais rápido, por conta de seu porte físico. Mas, parece que só tem tamanho mesmo. - Brinca a mulher.
Adora faz bico e eu dou risada.
- E você querendo voltar a treinar. Se eu não te seguro, poderia estar pior.
- Catra tem razão. Não seja teimosa, Adora. Você precisa se recuperar cem por cento, se quiser voltar a jogar sem qualquer preocupação. - A mulher põe a prancheta no lugar. - Bom, vou ver os outros pacientes. Continuem o alongamento. - Castaspella sai do quarto.
- E lá vamos nós. - Digo, ficando de quatro sobre Adora e levantando seu joelho, apoiando toda a extensão de sua canela sob meu tronco.
Dessa forma, quando forço meu corpo para baixo bem devagar, consigo alongar com eficácia o músculo lesionado.
- Vai devagar, okay? - Adora grunhe, já sentindo sua coxa espichar. - Se não doesse tanto, eu até iria maliciar essa nossa posição.
- Você não tem jeito, hein!?
Alguns dias atrás...
- Dá licença, Melog! Eu estou tentando estudar! - Reclamo com o gato que insiste em deitar em cima dos meus livros.
Eu parei de estudar na biblioteca da faculdade para poder ficar mais tempo em casa e fazer companhia a Melog, e olha como ele me agradece. Me impedindo de estudar!
Céus...
Pego o gatinho no colo e o coloco na cama.
- Fica aí!
Volto para a escrivaninha e continuo lendo o texto.
Em poucos segundos, Melog pula em cima do livro mais uma vez.
- Nossa senhora do gatinho levado... Dai-me paciência para aguentar essa criança... - Passo a mão na testa.
Então, meu celular começa a vibrar.
Número desconhecido, não vou atender.
Espero cair na caixa postal. Mas logo, o mesmo número liga de novo.
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Mais que um lance
Non-FictionAdora é goleira do time da faculdade e estrelinha da atlética; cursa engenharia de produção; melhor da turma, porém, uma porta em relação à sentimentos/lidar com pessoas. Catra ama esportes, mas nunca foi boa neles; faz parte do time como assistente...