#8# a comprar

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Cada um fazia com o próprio corpo o que bem entendesse, se as mulheres estavam ali e optaram por leiloar a virgindade, isso era uma escolha delas, porém, lá no fundo, me pareceu algo bem além disso. De repente, um arrepio espantou a minha névoa de excitação.


— As virgens sairão daqui como propriedade de um de vocês ou de dois felizardos que conseguirem arrematá-las no leilão. São mulheres sem passado ou documentos, prontas apenas para o que desejarem fazer com elas. — A forma como ela falava me levou a acreditar que não era apenas uma simples brincadeira.


Estava falando sério? Iriam vender mulheres? O prazer tinha um limite, inclusive para mim. Esse limite era estourado quando a situação deixava de ser consensual. Era pouco provável que alguém realmente ambicionasse ser vendido como escravo para outra pessoa.


Custei para perceber que o Noar estava sentado ao meu lado, e nos entreolhamos. A expressão de espanto não era restrita apenas a mim.


— Que porra é essa? — balbuciou, movendo apenas os lábios.

— Eu não sei. — Balancei a cabeça em negativa, estava confuso.


Confesso que não pensei direito a respeito das pessoas que organizavam aquele evento, mas traficantes de pessoas parecia demais.


— Temos joias raras que vocês irão se apaixonar só de olhar. — A locutora manteve o sorriso, deixando-me ainda mais chocado diante daquela situação. — Que tal começáramos com um desfile, para que possam apreciar as peças a serem leiloadas?



Estava abismado, mas não conseguia tirar os olhos do palco. Estava paralisado pela indignação e pelo espanto.

— Será que é alguma brincadeira?

— Não é o que parece — sussurrei.

— Isso é errado.

— Em graus que nem consigo medir. — Cocei o queixo.

Observei as duas virem para o palco. A expressão de pavor nos olhos de cada uma me fez ter a certeza de que não estavam ali por escolha própria. Estavam vestidas de uma forma que chamava atenção, isso não podia negar. Uma camisola fina, branca e transparente, as cobria e ao mesmo tempo revelava todas as partes de seus corpos. Eram lindas e uma parecia tão jovem que me perguntei se tinha idade para estar envolvida com um esquema de sexo como aquele.


— Eu dou mil pela bonitinha com cara de boneca — gritou alguém da multidão.


Ela se encolheu e os homens riram. Será que não percebiam o quanto ela estava assustada?

— Mil é muito pouco. — Riu a locutora. — Olhem só como ela é linda e doce. O lance mínimo por essa é cinquenta mil, e pela outra, quarenta.


— Como vamos ter certeza de que ela realmente é virgem?

Eu não sabia se a minha indignação maior era pela organização estar se dispondo a leiloar mulheres ou pelos convidados realmente estarem dispostos a pagar por escravas sexuais, que não pareciam felizes ao serem sujeitadas a isso.

— Sei que essa é uma dúvida que muitos de vocês têm, então iremos mostrá-los um exame ginecológico aqui no palco.



Um homem vestindo roupas de médico, com uma máscara branca cobrindo nariz e boca, entrou empurrando uma maca. Acima do palco, um telão foi ligado exibindo de mais perto as duas mulheres sendo leiloadas.


— Vamos começar com você. — Pegaram a mais velha e a levaram para a maca. Ela não protestou muito, mas percebi que estava grogue, provavelmente haviam dado alguma droga para que não oferecessem qualquer resistência diante daquela exposição ridícula.


Acomodaram a mulher sobre a maca, abriram suas pernas, tiraram a pequena calcinha e sua vagina apareceu enorme no telão. Noar balbuciava baixinho, mas estava indignado demais para prestar atenção nos pensamentos dele.


O médico afastou os grandes lábios e os prendeu para o lado com uma espécie de pinça e aproximou uma pequena câmera, provando a todos que o hímen da mulher ainda estava lá. Aquela demonstração pareceu um show de horror, o que fez o meu estômago revirar. Sabia que vir ao Clube Secreto exploraria os meus limites, mas não imaginava ser tão negativamente.


— Mostra a boceta da outra. — Riam e eu me enojava ainda mais. Queria socar aqueles homens, mas não sabia se o meu segurança seria o suficiente para me proteger da briga que arrumaria.


— Sua vez, bonequinha. — O médico puxou a moça e eu impulsivamente me levantei.


— Não! — rosnei, atraindo a atenção de todos para mim. — Pago um milhão de criptomoedas por ela, mas não irão expô-la ao ridículo desse jeito.

Era dinheiro demais, sabia bem disso, mas simplesmente não podia ficar sentado sem fazer nada enquanto promoviam aquele show de horrores.



— Não tem todo esse dinheiro aí com você — provocou um outro sujeito que estava a duas mesas de mim.

— Vai dar um lance maior do que o meu? — Tentei manter o sangue frio e devolvi a provocação.

— Algum outro lance? — A locutora abriu um sorriso de orelha a orelha. Imaginava que ela não fosse conseguir uma oferta melhor do que a minha. Havia jogado alto para que não tivesse que ficar batalhando com ninguém. — Não, nenhum lance? — Olhou em volta e todos permaneceram calados. — Vendida para o cavaleiro de sotaque forte e voz firme.


— Ah, deveriam pelo menos mostrar a bocetinha dela antes desse cara arrancar o cabaço.

Rosnei, mostrando os dentes, e o homem se encolheu. Precisava sair dali ou acabaria matando alguém.

A mulher que eu havia comprado em um ato impulsivo olhou na minha direção, mas antes que pudesse fazer ou dizer qualquer coisa, tombou para o lado, caindo desacordada, mas o médico a segurou. Deveriam ter exagerado na dose de sedativos.


Atravessei a distância até o palco e subi nele, pegando-a nos meus braços. Eu estava tão possesso que ninguém ousou me impedir.

— Vai ficar tudo bem — prometi quando se encolheu junto a mim, aninhando-se como um animal inofensivo e acuado.


Levei-a desacordada para um quarto e paguei por ela antes de sair dali.

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Comprada por JOSH ( ADAPTAÇÃO )Onde histórias criam vida. Descubra agora