Dirigi a esmo, sem destino, enquanto tentava pensar e amenizar a minha raiva. Eu tinha confiado na Any, tratado ela diferente de qualquer outra mulher com quem me envolvi, e talvez esse houvesse sido o meu maior erro. Talvez todas as mulheres fossem como a minha mãe, apenas esperando um momento para tirarem proveito da situação.
Parei o carro perto de uma ponte sobre um riacho de pedras diante das montanhas. O pico delas já estava congelado, ainda que o inverno não tivesse começado. Desci do carro e uma brisa gelada se deparou contra o meu rosto, tão fria que cortava como pequenas lâminas. Coloquei as mãos nos bolsos, pois estava sem luvas e peguei o celular. Sem pensar muito, liguei para o Wallace.
— Senhor? — O tom de voz dele estava tenso, imaginei que fosse por causa da cena que eu havia feito na clínica.
— Leve a Any de volta para o castelo, fale para ela juntar as coisas e a leve para Edimburgo, coloque-a em um voo de volta para o Brasil. Depois disso, abra para ela uma conta bancária com depósitos mensais agendados, para garantir que esteja financeiramente assistida.
— Tem certeza?
— Você tem questionado demais as minhas decisões e eu não o pago para isso.
— Como quiser, senhor.
— Quando eu chegar ao castelo, não quero mais vê-la aí.
— Certo.
Desliguei o telefone e voltei a contemplar as montanhas.
Havia um ótimo motivo pelo qual eu sempre me envolvia com prostitutas, mulheres com limites e preços muito bem definidos, cujos nomes, na maioria das vezes, eu nem conhecia. Assim, coisas como aquela não aconteceriam. Eu me achava mais esperto, mas, no fim, acabei na mesma armadilha do meu pai.
Fazia muito frio, eu não estava agasalhado o suficiente, mas o clima não era o que mais me incomodava. Estava furioso demais para me importar ou me incomodar com ele.
O celular tocou e eu o peguei, achando que era o Wallace, mas, ao atender, deparei-me com uma voz feminina.
— Senhor?
— O que foi Elga? — rosnei. Até onde eu me recordava, ela não deveria ter o meu número de telefone.
— Não pode mandar a Any embora, senhor.
Eu ri, gargalhando alto.
— Desde quando cabe a uma empregada decidir isso por mim? Se quer manter o seu emprego e não ir embora com ela, é melhor que não se intrometa.
— Se perder o meu emprego significa fazer o senhor refletir a respeito e mudar de ideia quanto ao que está fazendo, tudo bem. Já sou uma mulher velha e talvez seja o momento de me aposentar, passar mais tempo com o meu filho e a esposa, em Windsor. Já o senhor, é um homem jovem, que vai ser pai. Sei que não teve uma infância fácil, mesmo tendo crescido cercado pelo luxo, seu pai morreu muito jovem e a sua mãe o abandonou. Cresceu sem amor dos pais, mas pode tomar uma decisão diferente pelo seu filho. No fundo, o senhor sabe que essa gravidez foi um feliz acidente e que ama a Any. Assim como ela o ama.
Não sei por que permiti que Elga prolongasse sua fala por tanto tempo. Deveria ter desligado ao ouvir as primeiras palavras sobre a minha infância, mas não fiz isso, deixei que falasse e talvez esse tivesse sido o meu maior erro.
— Ótimo, pode juntar as suas coisas também.
— Senhor, você pode dar para o seu filho uma infância melhor do que a sua.
— Está demitida, Elga. — Desliguei a chamada.
Meu filho... Aquelas duas palavras ecoaram pela minha mente. Estava tão puto com tudo o que acontecera, que apenas naquele momento a minha ficha caiu.
— Eu vou ser pai... — balbuciei.
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Josh cabeça dura.......
Bjs
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Comprada por JOSH ( ADAPTAÇÃO )
FanfictionEssa história tem classificação acima de +18 anos .. se vc for menor nao Leia... Joshua Kely Beauchamp é herdeiro de um império secular que rege com maestria. No entanto, por trás do excêntrico e recluso homem de negócios, que vive em um isolado ca...