#4# Josh

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JOSH

Senti o impacto do meu jato ao pousar e virei a cabeça para a janela. Do lado de fora, estava um campo verde, vasto, como o que cercava o meu castelo, sem nenhuma civilização no horizonte.

— Chegamos nas coordenadas indicadas, senhor — anunciou Wallace, meu braço direito e melhor amigo. — Tem certeza que quer ir para esse lugar? Não sabemos nada sobre esses caras. E se o senhor acabar sendo sequestrado ou o pior acontecer?

— Não seja pragmático. — Bufei. — É apenas um clube de sexo. Vou ver algumas stripers, presenciar ou participar de algumas orgias e voltar para casa. Imagino que outras personalidades importantes, como eu, estejam nesse evento, por isso todo o sigilo. Imagine só o escândalo que seria se algum chefe de estado ou diplomata fosse fotografado sendo castigado por uma dominatrix.
— Ri ao desprender o cinto e ficar de pé.

— Você acha graça, mas fico preocupado com a sua imagem. Não se envolva em escândalos, por favor.
— Não se preocupe, Wallace, e não me espere de pé. Eu posso demorar bastante. Vamos! — Passei por ele e fiz um gesto para que o meu segurança particular me seguisse.

Assim que desci pela escada do avião, senti uma brisa amena tocar o meu rosto. A temperatura deveria estar dois ou três graus mais quente do que na Escócia. Por mais brincalhão que pudesse ter sido com o Wallace, entendi a cautela dele e, por isso, o mantinha sempre por perto, para ser meu bom senso. Wallace trabalhava para mim desde sempre e quando a esposa dele havia falecido com as complicações de um tumor, tudo o que ele tinha era aquele trabalho e eu sabia que poderia contar com ele para tudo.

Não conhecia bem as pessoas que organizavam aquele evento e tinha ciência de que poderiam ser bastante perigosas. Não era à toa que havia trazido um segurança armado comigo. Caso as coisas saíssem do controle, teria alguma proteção, já que não eram permitidos celulares ou quaisquer dispositivos eletrônicos que pudessem gravar imagens ou compartilhar localização.

Assim que desci o último degrau, uma mulher loira e elegante aproximou-se de mim. Ela tinha belas curvas acentuadas por um vestido preto e um sorriso contagiante. Sorri de volta, criando mentalmente a imagem dela amarrada na minha cama.

— Senhor Beauchamp, é um enorme prazer recebê-lo — disse em um misto de inglês britânico e americano, que me deixou um pouco confuso quanto a nacionalidade dela. Certamente não vinha de um país que possuísse o inglês como língua nativa.

— Obrigado. — Tentei ser cordial e minimamente gentil, uma vez que esse não era um dos meus pontos mais fortes.
— Peço que me acompanhe, por favor. Há um outro convidado esperando e vocês dois seguirão juntos no transporte até a festa.

Assenti e fiz um gesto com a mão, sinalizando para que ela fosse na frente. Não queria apenas que me guiasse o caminho, mas também observar a forma como seu quadril se remexia a cada passo que dava. Presumi, pela forma como andava, que estava ali para chamar atenção, pois nenhuma mulher rebolava tanto naturalmente. Se a sua intenção era não me fazer desgrudar os olhos da sua bunda, estava conseguindo.

Ela, meu segurança e eu seguimos até uma porta de metal. Ao puxá-la, revelou uma sala de espera sem muitos atrativos, deveria pertencer ao próprio aeroporto. Havia dois sofás e uma mesa de centro. Em um dos sofás estava um homem, usando um terno elegante, que moveu a cabeça e olhou na minha direção.
Caminhou até mim e parou na minha frente com um sorriso. Achei-o simpático demais para quem estava em um local como aquele.

— Muito prazer — falou em inglês, com um sotaque americano. Claramente outro não nativo. Estendeu a mão para mim e fiquei o encarando, confuso. Não estava naquele lugar para fazer amigos, mas, como Wallace sempre dizia, não me custava nada ser um pouco cordial.
— Sou Noar Urreia e não havia nenhuma contra recomendação quanto a nos apresentar.

— Josh Beauchamp — fui breve, sem saber se devia ou não revelar a minha identidade. Apertei a mão dele ao dar um sorriso discreto. Era o máximo que eu conseguia. — Sua primeira vez?

— Sim. — Ele voltou a se sentar e eu me acomodei no outro sofá. — Seu nome não me é estranho...

Comprada por JOSH ( ADAPTAÇÃO )Onde histórias criam vida. Descubra agora