Alguns minutos depois, a porta do quarto é aberta e um homem se faz presente ali.
O olho. Estava uniformizado e com uma prancheta em mãos.
- A-551. - Ele diz.
Silêncio. Ele olha para mim e olha para o desacordado na cama, que estava de costas para ele.
- Eu disse A-551! - Ele diz irritado. - Responda!
Nada. O guarda, então, entra na cela e dá um chacoalho nele não tendo a resposta.
Foi minha deixa. Corri para fora da sala, bati a porta com tudo e o tranquei ali, uma vez que o guarda deixou a chave na fechadura de fora.
A pego e vou correndo pelo corredor sujo e úmido procurando a cela rapidamente. "Cela 22.".
A encontro. A cela tinha um número enferrujado cravado na porta.
Passo a chave e a abro, ao que Lolly, usando as mesmas roupas que eu, sai com tudo e volta a trancar a porta.
- Tudo bem com você...? - Ela pergunta.
- Tudo sim...! Ganhei a primeira prova da brincadeira e passei a perna nele...!
- Meu garoto, boa...!
- As roupas não serviram...
- É para ficar larga para nos ajudar no pega-pega...! Se algum deles te pegar pela roupa, é mais fácil de se desprender de dentro dela do que se a roupa fosse justa...!
- Faz sentido...
- Pegou o espelho...?
- Peguei sim...
- Ótimo...!
- Mas minha mão está sangrando...
- Quando a gente conseguir, eu cuido dela...! Agora vamos lá, estamos quase ganhando...
Ela me pega pela mão e corremos pelo corredor.
- Agora é a brincadeira do labirinto...! - Ela diz. - Vamos passar pelos corredores até a saída...!
- Você lembra por onde...? - Ele diz.
- Lembro...
Ela para e levanta a manga da blusa, ao que vejo um percurso cravado em seu braço.
- Estamos aqui, - Ela aponta. - Temos que passar por todo esse caminho e chegar aqui...! Daí a gente ganha o labirinto...!
- Eba...! Depois é o pique-esconde...?
- Sim...! Essa parte eu vou explicar melhor quando chegarmos...! Agora vamos...!
Andamos depressa pelos corredores até chegarmos a uma escada que, ao que aparentava, dava para o convés.
Lolly me puxou e ficamos embaixo, para que pudéssemos prestar atenção no movimento da casa.
- Jimin, é agora que vamos fazer o pique-esconde e essa é a parte mais arriscada da brincadeira... - Ela diz. - Presta atenção: A gente precisa chegar até a lateral do navio para pular no bote...! A preferência é que seja escondido, mas se alguém te vir, Jimin, você vai precisar correr...!
- Eu estou com medo, Lolly... E se eu não conseguir...?
- Tenta me acompanhar...
Subimos devagar as escadas, comigo mantendo a retaguarda. Lolly olhou de relance pelo convés para ver se ninguém estava por perto, até então analisar a situação.
- Eles estão entrando para jantar... - Ela murmura. - Demos sorte, Jimin...! A gente vai sair daqui logo mais...!
- Mesmo...?
- Sim...! Vem...!
Ela segura minha mão e vamos de fininho até a lateral do navio quando o convés já estava vazio. Vamos até a parte lateral, ao que Lolly segura uma das cordas.
- Conseguimos...! - Ela diz. - Esse é o bote que vamos usar para fugir daqui...!
Mas quando eu estava indo a ajudar com a corda, sinto alguém me agarrar por trás, de um jeito que não conseguiria me soltar.
Um dos homens, que estava no mastro, havia descido por último e visto nós dois. Ele me agarrou pelo pescoço e imobilizou meu braço.
- ACUDAM! - Ele gritava. - FUGITIVOS! ACUDAM!
- Me solta! - Eu grito.
É quando ele tenta agarrar Lolly, que abandona as cordas e vai para cima dele, agarrando-o pelo pescoço.
E começou uma briga. O homem tentava desviar dos socos desajustados que Lolly dava, mas ele não me soltava por nada.
- Lolly! - Eu exclamo. - Ele vai quebrar meu braço assim!
É então que ela saca de dentro do bolso da bermuda o gigantesco do espelho e crava, sem dó, no pescoço do homem, que urra de dor.
Seu sangue jorra me molhado e ele me solta, caindo no convés. Cobria as mãos sob o corte tentando, inutilmente, parar com a hemorragia.
Lolly estava eufórica, suja de sangue, me olhando, enquanto ficava apavorado com a imagem, sem nem perceber que a porta mais à frente se abre com tudo e os guardas saem.
Só dá tempo de Lolly me dar uma boia, que havia dentro do bote e ir de encontro com eles.
- JIMIN, PULA! - Ela ainda diz.
E assustado eu o fiz. Sem nem saber nada, me agarro firmemente à boia e fui de encontro às águas salgadas do mar.
Partindo daí tudo fica muito vago. Meu pânico de água é forte. Não soltei aquela boia por nada.
E então uma tempestade forte. Me agarrei mais forte ainda na boia, meu único suporte, e fiquei esperando passar, rezando para não me acharem.
Já faziam horas que eu estava segurando-me nela e meu corpo começou a me trair. Os enjoos, as tonturas, logo no pior momento possível.
"Não adianta..." Penso comigo desistindo. "Não vou sair dessa... Acabou...".
Me desprendo da boia e deixo o mar me levar.
"Me perdoa, Lolly... Eu não consigo, eu não sou forte que nem você...".
E sinto minha lágrima correr mesmo que em meio a tanta água antes de começar a me afogar. E eu teria morrido, de fato, se não fosse ele.
- Como você está?
Foi a primeira vez em que o ouvi.
- Consegue se sentar?
Foi a primeira vez em que o vi.
- Qual o seu nome?
Jungkook... Meu Jungkook, meu herói, meu anjo...
Apenas, ele. Jeon Jungkook.
○○○
Acordei com um sobressalto.
"Eu lembrei! Agora eu lembrei! Tudo começa a fazer sentido! Eu tenho que anotar ~".
Mas antes que eu termine de completar meu raciocínio, olho ao meu redor. Quarto branco com paredes foradas por almofadas, duas camas de lençóis brancos, a qual estou deitado, uma pia e um vaso.
- Não... - Eu murmuro.
Tento me levantar, e ir até a porta, mas meu pé está algemado.
- Não...! Não! NÃO!
Dou um soco na porta. Um não, uma série deles.
- NÃO! POR FAVOR, NÃO DE NOVO! POR FAVOR, ME TIREM DAQUI!
Deixem a estrelinha 🙏❤

VOCÊ ESTÁ LENDO
LOST MEMORY {PJM×JJK}
Fiksi Penggemar"Era para ser um mês de férias, no qual não era preciso trabalhar. Mas o que fazer quando o instinto fala mais alto?" É o que perguntou Jeon Jungkook quando encontrou um garoto de cabelos dourados na areia CAPÍTULOS NOVOS TODAS AS TERÇAS E QUINTAS!