LOST MEMORY {PJM×JJK}

0.5

Eram seis da tarde quando terminei de tirar o pó dos móveis da cozinha, limpar a geladeira, o fogão e a pia.

Terminei de tirar o pó da porta balcão de vidro, que dava para uma sacada na praia e lavei alguns pratos para garantir uma louça pelos próximos dias.

Encostei na porta de vidro quando acabei. Olhei para o balanço do mar, refletindo o tombar da tarde e a areia branca voando com uma leve brisa. Era um lugar apaixonante.

Respirei fundo, sem mais espirrar e sentir irritação. A casa estava, depois de quatro horas, totalmente limpa. Até onde eu saiba pelo menos, já que Yoongi não havia dito se terminou o quarto todo.

Aliás, por falar nisso, ele havia dormido no sofá da sala enquanto eu terminava a limpeza por ali. Só lembrei deste fato quando, minutos após eu terminar o trabalho, ele foi até a cozinha resmungando.

- Por que não me acordou!? - Perguntou irritado encostado na batente.

Me viro calmo para o de cabelos bagunçados. Sorri tranquilo e me voltei para ele.

- Você estava muito cansado. - Eu digo. - Achei que seria melhor dormir um pouco mais.

- Dormir!? - Ele repete. - Eu não terminei o andar de cima!

- O quanto você limpou?

- O corredor dos quartos, o banheiro e o quarto onde vamos dormir!

Ele limpou mais coisa que eu e em muito menos tempo. Ou os cômodos não eram grandes ou ele é mais rápido.

- Bem, então tudo bem. Amanhã a gente limpa o resto.

Ele tenta argumentar, mas hesita e fica em silêncio.

- Não vamos usar os outros quartos por essa noite mesmo. - Completo. - Estou é preocupado em tirar as malas do carro.

Vou até a porta, mas quando tento passar, Yoongi me barra com o corpo.

Seus olhos me perfuram, sua língua pincela seus lábios finos e sua mão pousa novamente em meu ombro. Não estava me sentindo confortável ao ver meu parceiro daquele jeito.

- Não sei o que você acha que está acontecendo, Kookie... - Sua voz é rouca, quase que um sussurro. - Mas eu acho bom você parar com isso...

Sua boca fica perigosamente próxima da minha. Consigo sentir sua respiração quente em meu rosto e seu corpo juntar-se ao meu, que trava com a situação. Eu não sei o que fazer.

- Me beija... - Ele pede. - Por favor, Jungkookie...

Yoongi...

- N-Não...

Ele que estava tão próximo, com os olhos tão fechados, fica sem entender. Abre devagar e me olha, enquanto minhas mãos seguram com sutileza seus ombros e o guiam para longe.

- Desculpa Yoongi...-  Eu digo. - Eu... Eu não posso ficar com você...

Ele me encara. Se vê confuso, se pega negando com a cabeça sucintamente, mas em especial, se pega no meio do próprio delírio.

Àquela altura ele estava delirando. Me queria a qualquer custo, me desejou de qualquer jeito, mas pareceu não entender meu não.

- M-Mas... Eu achei que...

- Não, Hyung. - Eu digo suspirando.b- Entenda, você é o meu parceiro e amigo. Nada mais que isso.

Ele ainda fica desnorteado. Me olha como quem pede ajuda, mas eu não sei mais o que dizer. Por fim, e para meu alívio, ele suspira e dá as costas.

- Não tem comida. - Diz antes de partir. - Eu vou comprar um pizza para gente.

Não respondo nada porque não sei o que dizer. Ele ainda aguarda minha resposta, mas parece desistir.

- E não se preocupe com as malas. Eu já tirei do carro. É só levar ao quarto.

Ele sai e eu observo-o. Não me sinto à vontade mais. Eu quero é voltar para casa a ter que olhar para Yoongi por essas duas semanas só eu e ele.

Me sinto um pouco melhor quando ele sai de casa e eu posso suspirar. Acabei de dar um fora no meu parceiro. Isso explica o comportamento dele nesses dias todos. Ele está gostando de mim.

Mas eu não sinto o mesmo por ele. Será que é ruim? É ruim ver ele sofrer, mas é pior ainda ter que fazer ele sofrer.

É muito pensamento. Preciso de ar.

Saio pela porta balcão e vou até a sacada. A brisa suave passa por mim, refrescando os cabelos úmidos pelo trabalho. Não satisfeito em ficar apenas ali, eu decido andar pela areia.

Meus pés calçados afundam quando piso em solo areioso, mas não me importo. Nunca me importei com sujeira.

Caminho junto ao barulho do mar, pensando em um turbilhão de coisas. Como Yoongi iria lhe dar com esse não depois? Se ele ainda seria meu parceiro, se ele ainda seria meu amigo... Ah, eu não quero perder o Yoongi por causa disso, mas não posso mentir para ele. Não sei o que fazer.

É nesse momento de distração que percebo algo. Um pouco mais à frente, há poucos metros de mim, avisto uma pessoa atirada na areia.

Olho estranhado, não parecia nada demais. Quando chego um pouco mais perto, porém, percebo que ele não se mexe diante da maré, que passa por ele, o molha e o ameaça levar toda vez que volta.

Eu só acelero o passo quando percebo que ele estava desacordado. A caminhada agora vira uma corrida até o sujeito.

Caio de joelhos na frente do rapaz. Seus cabelos eram loiros, sua pele estava pálida e os entornos dos olhos e lábios estavam roxos de frio. As roupas estava rasgadas e havia um ferimento escorrendo sangue pela lateral de sua cabeça.

Com calma eu posiciono a orelha em seu peito para sentir seu coração. Batia de forma fraca, mas já era um sinal.

Se eu quisesse salvar ele, teria que fazer a reanimação ali. Arregaço as mangas na altura dos cotovelos e posiciono as mãos em seu peito, começando uma massagem cardíaca. Depois de contar os movimentos, fecho seu nariz e sopro por dentro de sua boca duas vezes de um em um segundo.

Sigo esse movimentos por mais dois minutos, até que ele reage. Ele se estica para cima e começa a vomitar água, respirando profundamente com a boca escancarada.

Respiro aliviado quando ele começa a tossir. Ele respira com dificuldades e os olhos correm de um lado para o outro tentando entender onde estava e como foi parar ali.

Até que, enfim, os olhos vão até mim. Ele me mede, me estuda, me deixa sem jeito. Ele tinha olhos lindos.

- Como você está? - Pergunto.

Ele permanece deitado.

- Consegue se sentar?

Ele afirma devagar com a cabeça. Pouco a pouco ele força o corpo para frente, tendo minhas mãos, uma no peito e a outra nas costas, como auxílio.

Ele olha para mim ainda perdido. Deus, o que ele estava fazendo aqui? Suas roupas estavam rasgadas e enroladas e eu conseguia ouvir os dentes se chocarem no frio.

- Qual o seu nome? - Eu pergunto.

Ele pensa. Fico estranhado por ele pensar em uma pergunta tão simples quanto aquela, mas eu não comento nada.

Até que seus lábios roxos murmuram algo que não escuto. Ele me olha novamente com a resposta.

- M-Meu nome é Jimin...

Desculpa o capitulo longo bebês. Mas agr sim hehe
Deixem a estrelinha se estão gostando 💜