{Primeiro Livro da Trilogia Corações de Zaun.}
Sinopse Simplificada:
Em meio às penumbras de Zaun, onde o Caos e a Ordem se entrelaçam como amantes traiçoeiros, duas figuras formidáveis se enfrentam como peças em um tabuleiro do destino.
Lyria Glasc...
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Lyria retirou a máscara dourada, revelando seu rosto pálido e marcado. As ondas douradas escorriam por suas costas, enquanto ela observava seu reflexo na lâmina machada de sangue, com os olhos vazios refletindo o peso da crueldade que havia cometido.
Chadwick colocou luvas, meticuloso. Os corpos dos traidores jaziam lado a lado, inertes. Ele fotografou-os, cortou uma mecha dos cabelos de cada um, provas da execução concluída.
— Está na hora. — sussurrou ele, a voz cansada.
Ele tirou um recipiente de sua bolsa e espalhou o conteúdo por pontos específicos do cômodo. Lyria sentiu o cheiro familiar, o líquido inflamável como veneno. Ela girou o próprio pescoço para os lados e suspirou antes de limpar a máscara e a adaga com o tecido de sua capa, lutando para manter as emoções à distância. Não havia espaço para remorso.
Juntos, eles arrastaram os corpos para o centro da sala. Lyria fez um pequeno corte em seu dedo indicador, o escarlate escorrendo, transformando-se em um veneno especial. A gasolina brilhou em contato com seu sangue, luminescente de azul e dourado sobre os cadáveres e o chão de madeira.
A porta se fechou atrás deles e o fogo se iniciou. As chamas dançaram, devorando tudo. Os ossos se dissolveram em meio à fumaça e os corpos se desfizeram, reagindo ao ácido moldado pelo sangue de Lyria, sem deixar rastros ou evidências do que ocorrera ali.
Eles caminharam pelas ruas, em silêncio mórbido. As pessoas olhavam com medo e inquietação para as duas figuras que cruzavam o caminho. Todos em Zaun respeitavam, mas também temiam o poder das Indústrias Glasc.
As ruas de Zaun se estendiam à frente de Lyria e Chad, como veias escuras e retorcidas. A névoa tóxica pairava no ar e o brilho das lâmpadas de néon refletia nas poças d'água. O cheiro de óleo e metal impregnava suas roupas enquanto caminhavam. Chadwick lançou um olhar furtivo para Lyria, enquanto ajustava sua máscara de oxigênio, sua voz baixa, como se temesse que as paredes corroídas pudessem ouvir.
— Tenho algo a informar para você. — sussurrou. — Sobre Kayden.
Lyria soltou um som abafado de irritação, lembrando-se das atitudes do Barão do Crime. Ele sabia mais do que transparecia e suas ameaças eram como espinhos em sua mente, mas ela não podia deixar que ele a intimidasse, era um homem perigoso e irritante, que a importunou com frequência até que sua paciência se excedesse, fazendo-a deixá-lo com um olho roxo e o orgulho ferido.
