De maneira silenciosa, as cortinas tingidas de um pálido azul se movimentavam em um ritmo semelhante e suave, o vento as impulsionava para trás e logo iam para frente, quase que saindo pela janela do prédio. Olhando com mais expansão, o quarto continha a grande melancolia e a falta de um foco de luz piorava a ambientação, pois logo ao centro a maca contendo o corpo frágil e desnutrido de Lee Taeyong desestruturava o amante, Jaehyun. Conforme as lágrimas de desespero deslizavam apressadamente pelas bochechas da derme clara e o coração do mesmo tremia, ainda assim havia um sentimento de alívio.
"Obrigado por estar vivo, por não desistir."
Sim, Taeyong lutava pelo seu fio de vida, mesmo manchado pelo trauma e pela humilhação. Queria viver e demonstrar, fazer e causar tudo o que antes tinha medo e falta de coragem, antes nunca percebeu que a vida poderia ser tão frágil e se envergonha em perceber isso apenas após lidar com uma situação horrível. Acima de tudo, queria estar presente de Jaehyun para continuar a mostrar que há quem o ame.
Fora daquele quarto não muito pequeno, um corpo cansado permanecia sentado nos sofás de espera de uma sala totalmente vazia, o abajur sobre o criado ao lado piscava e piscava denunciando sua má qualidade de luz, esta que de vez em quando iluminava a escritura apressada de um homem inconformado e carregado de dúvidas nos ombros. Ainda assim, no seu caderno de bolso fora escrito uma palavra com muita certeza e confiança.
"Psicopata".
O rosto queimando de calor e, obviamente, soado parecia se virar para os lados por várias vezes, checando o relógio de parede e as enfermeiras no balcão que o encaravam ocasionalmente. Nesse momento, pareço um doido bizarro? Se perguntava.
- Uma criança doente, ele era e continua. - a fala de Wong Jun ecoou por sua cabeça.
As provas encontradas na casa campina estavam prestes a sair graças a equipe de perícia, que analisou o local com estremo empenho, e assim que Lee Taeyong acordasse iria passar por um interrogatório que respeitasse seu limite de saúde, mas o quanto antes confirmassem o verdadeiro suspeito seria melhor para a mídia não criar escândalo e ter alguma testemunha facilitaria ainda mais o processo de julgamento. Não importa quem seja e nem qual o tipo de relacionamento que essa pessoa tenha com Lucas, pois Jun está totalmente decidido em fazer o certo.
Quarta-feira, 19:30
Residencia Lee.Inquietamente as unhas falsas batucavam o vidro da mesa de jantar, em breve haveria um banquete farto diante da mulher tão bem vestida e as duas empregadas permaneciam paradas próximas a região, apenas aguardando algum comando para servir toda a comida. Se tratava de Jiho segurando toda a sua impulsividade de sair gritando por toda a casa graças ao marido infiel que não consegue nem mesmo cumprir o horário de um jantar em família.
- O pai de vocês é uma decepção, juro que estou no meu limite. - respirou fundo e abaixou a cabeça fechando os olhos com força enquanto Jaehyun e Jungwoo observavam quietos a cena.
- Mãe, pode ter ocorrido algum problema na empresa, por isso.. - a fala foi imediatamente interrompida por um grito vindo da mãe.
- CALADO JAEHYUN! - as empregadas se assustaram e rapidamente foram para a cozinha, afim de dar privacidade. - Todos aqui sabemos que seu pai está atrasado porque está comendo alguma puta agora! - ainda com o tom elevado começou a chorar sem ao menos perceber, as lágrimas escorriam sem controle. - Não posso mais suportar isso! Isso estragou nossa família!
- Não apenas isso.. - sussurrou Jaehyun encarando o prato branco com detalhes dourados a sua frente.
- O que quer dizer com isso? - o ruivo finalmente comentou algo na discussão e ate deixou um riso fraco escapar.
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Quarto 12 || Luwoo
FanfictionA inquietíssima jornada de Jungwoo, desde pequeno recebeu a rejeição por motivos peculiares, um órfão que sempre era devolvido e nenhuma freira se punha a rezar por si, não valia a pena. Recebia de seu único amigo crisântemos brancos e acreditava qu...