Segunda-feira, 7:00
Mansão LeeSeu rosto se incendiava, assim como o próprio peito. Mas suas mãos afastavam qualquer sensação próxima ao quente, tremiam, apertavam os joelhos, puxavam e soltavam com força o tecido do moletom que estava vestido. A penumbra, causada pela única fonte de luz no quarto, a luminária, se dispersava e modelava apenas metade do corpo cansado de Jaehyun, que sem egoísmo deixava a outra metade ser iluminada pela luz amarelada.
Não havia mais nada para si.
Em sua infância, mantinha consigo uma pequena foto da mãe, a escondia abaixo do travesseiro e em todas as suas noites, sozinhas, deitava a cabeça ali. Encarava o teto sem cor, que refletia as sombras das árvores da beira de sua sacada, e se perguntava em pensamento se a mamãe também guardava alguma foto sua ou se ela pensava em si antes de dormir - assim como ele fazia.
Nunca pôde entrar no quarto dela, nunca entendeu porquê do papai também não poder entrar."O amor não significa estar junto?"
Na sua doce mente infantil tudo era construído e desconstruído, os significados que aprendia pareciam funcionar apenas em papel e a única coisa que realmente parecia sempre igual era a dor e tristeza.
Não havia mais nada para si.
Aos 13 anos, quando entrou escondido no quarto da mãe, não encontrou fotos suas nos porta retratos da estante escura, só via aquele que diziam ser Taemin. Mesmo assim, haviam fotos do Jungwoo, por que? Jaehyun esteve ali desde o início e ele não, por que existem diferenças no amor de sua mãe?
Não havia mais nada para si.
Em algum outro lugar distante, em um quarto frio, Taeyong também estava caído no chão assim como Jaehyun. O breu tampando seus olhos talvez impeça a sensação de esperança e o gosto persistente de sangue na boca reforce a ideia de morte.
Gostaria que ele não desistisse, onde quer que esteja. Pois se desistir, não haverá mais nada para si.Mesmo dia.
Mesmo horário.
Central da Polícia.Wong Jun voltava da sala de arquivos andando inquieto, o comprido corredor parecia interminável para si e ao ultrapassar por baixo de cada lâmpada no teto sentia que podia ter alguém o observando por cima. Não acreditava em Deus, ou algo assim, mas aquilo fazia seus músculos ficarem tensos. E quando finalmente encostou na maçaneta redonda da porta e entrou em sua sala, franziu o cenho. Viu Kajin, o superior da base de policiais e detetives da área Oeste, ou seja, era o seu superior ali sentado no acento de couro de frente a mesa que trabalha, que parecia carregar um olhar de desprezo.
Não tardou em entortar o tronco para fazer o ato de reverência e o outro homem, mais novo que si, apenas assentiu com a cabeça.
- Estive te esperando, demorou. - Falou lentamente enquanto dedilhava a mesa de madeira com os dedos magros. - O que estava fazendo?
- Me desculpo por isso, senhor. - Se aproximou e mostrou algumas pastas com papéis que carregava. - Eu estava na sala de arquivos coletando alguns para analisar os casos.
Fazia cerca de 1 ano desde que Kajin fora promovido para aquele alto cargo, em poucos meses tomou medidas bruscas e também iniciou uma nova organização na área Oeste, que possibilitou melhoras. Era novo, na visão dos que já trabalhavam ali, para estar em um cargo como aquele e muitos diziam que só fora possível por causa do título de militar que seu pai carregava.
Para Wong Jun, os meios para chegar até tal posto não importavam e o que realmente lhe interessava era a execução do trabalho. Seja quem for Kajin, os seus planos funcionavam, exigia de todos resultados, não permitia casos sem solução. E isso, empolgava Wong Jun, sempre que via as íris negras e grandes dele lhe encarando, podia sentir algo parecido com ira.
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Quarto 12 || Luwoo
FanfictionA inquietíssima jornada de Jungwoo, desde pequeno recebeu a rejeição por motivos peculiares, um órfão que sempre era devolvido e nenhuma freira se punha a rezar por si, não valia a pena. Recebia de seu único amigo crisântemos brancos e acreditava qu...