Bailey.
O sol já estava se fazendo presente no céu, essa noite eu mal consegui dormir. Assim como tudo está confuso para Shivani, - eu acho que - para mim também está. O relógio marcava seis horas. Observava o céu da pequena varanda de meu quarto, soltei a fumaça presa em meus pulmões, a nicotina me ajudava a pensar com clareza. Mesmo que eu não saiba exatamente o que estou sentindo, não pretendo fingir que nada está acontecendo, quero me entregar a esse sentimento sem medo.
— Não sabia que você fumava.
Olhei para trás e Shivani estava encostada no batente da porta.
— São apenas algumas vezes. O que faz acordada?
— Devo perguntar o mesmo para você, não é?
Sorri de canto e voltei a apreciar a vista, Shivani se aproximou e ficamos ali, em silêncio, apreciando o céu de um azul escuro se tornar o laranja mais belo que eu já pude apreciar.
— Você canta bem.
— Obrigado.
— Olha Bailey...
— Não, não diga nada. Está tudo bem, okay!?
Shivani sorriu, ah garota, você não sabe o quanto eu adoro esse seu sorriso.
— Okay, que tal comermos algo? Estou com fome.
— Também estou.
Coloquei o cigarro entre meus lábios para dar uma última tragada, mas Shivani o tirou e o apagou no cinzeiro.
— Nada de cigarros, mocinho.
* * *
Abri meus olhos lentamente e olhei para o relógio na cômoda, uma e meia. O sol iluminava todo meu quarto, meu corpo enfim, havia descansado depois de uma noite mal dormida e um café maravilhoso. Caminhei até o banheiro e joguei um pouco de água no rosto. Abri a porta do quarto de Shivani e estava vazio, segui caminho até a cozinha, somente Anne estava no local.
— Boa tarde, dorminhoco.
— Boa tarde, viu a Shiv?
— Está na piscina. Quer algo? Eu posso preparar...
— Não Anne, obrigado.
Anne assentiu. Caminhei até a piscina e parei ao ver o corpo de Shivani esticado sobre a espreguiçadeira, seus olhos estavam fechados, um biquíni azul escuro com alguns detalhes em desenhos cobria seu corpo bem desenhado. Confesso que eu não estava preparado para essa cena, enchi meus pulmões de ar, e tomei o lugar na espreguiçadeira ao seu lado. Não disse nada, apenas tirei minha regata e fechei os olhos deixando o sol bater em meu corpo.
— Oi.
Abri os olhos e virei o rosto, o olhar de Shivani passou pelo meu corpo, sorri de lado e a garota ficou vermelha. Seu braço se esticou até a mesa ao seu lado, pegando um copo de suco, bebendo um pouco do mesmo.
— Quer?
Peguei o copo de sua mão e como se fosse um conto clichê, nossos dedos se tocaram, uma energia quente percorreu o meu corpo. Anne gritou de dentro da casa, me levantei e cedi minha mão a Shivani, aproximei seu corpo do meu selando nossos lábios, que logo virou um beijo mais profundo. Nos separamos e Shivani pegou um pano para cobrir sua cintura.
Anne nos preparou alguns de seus pratos italianos, que estava delicioso. Já ofereci a Anne um local para abrir o seu próprio restaurante, mas a garota é orgulhosa demais para aceitar. Anne já trabalhou em vários restaurantes, mas nenhum durou mais de um ano, a garota gosta de liberdade para preparar seus pratos, e isso ela não tinha. Resolvi lhe dar emprego, assim ela tem sua liberdade e ainda consegue o dinheiro necessário para ela mesma comprar o local desejado.
O resto da tarde passamos na piscina, consegui descobrir algumas coisas de Shivani, ela me contou sobre o seu primeiro namorado ser um babaca completo e etc. Como Anne foi embora, eu não pedi que ela preparasse algo, resolvi pedir uma pizza para assistirmos um filme. Ele já estava na metade, e como da última vez, eu atacava Shivani, mas desta vez, com balas de jujubas.
— Você adora me tacar coisas, não é?
— Não tanto como eu gosto de você!
Shivani sorriu sem graça e me tacou uma almofada.
— Bobo.
Lhe taquei a almofada de volta, Shivani tocou o alto de seu rosto e abriu a boca em um "O", e começamos uma guerra de almofadas.
Uma Semana Depois
Parei o Audi em frente a faculdade de Shivani, faltava apenas alguns minutos para o horário de saída, nossa relação vem melhorando a cada dia, Shivani não está mais fazendo jogo duro. Digamos que estamos nos tornando grandes amigos, e é isso que eu quero antes de qualquer coisa. Que nos tornemos amigos. Avistei Shivani descendo as escadas ao lado das amigas e um garoto que a pouco ela me disse ser seu ex namorado. - Não confio neles juntos, ela me disse que são apenas bons amigos. Mas não mudou minha opinião.
— Olá, bonitão.
Uma garota loira, vestida uma saia justa e curta assim como sua blusa, a fazia parecer uma garota de programa.
— Olá.
— O que a Shivani é sua? Uma irmã, prima...
— Namorada.
— Sério? Como um homem igual a você pode namorar alguém como ela?
Seu olhar voou para Shivani, e a mesma nos olhava com raiva em seus olhos. Como se uma garota dessa pudesse chegar aos pés de Shiv, nenhuma poderia me fazer tão bem quanto ela.
Um sorriso sínico tomou conta de meus lábios, acho que a loira não sabe reconhecer sorrisos, pois a mesma sorriu para mim de um jeito "sexy" - na opinião dela pelo menos -
— Como? Eu deveria perguntar isto a você, uma garota tão bela não deveria agir ou se vestir desta forma para tentar arrumar mais um homem para transar. - A garota me olhou incrédula, o sorriso sínico ainda estava em meus lábios. - Shivani pode até não ser a garota mais gostosa ou até a garota mais perfeita do mundo para você, ou para todas essas pessoas que acham que popularidade e beleza são as coisas mais importantes do mundo, mas deixa eu te dizer uma coisa, isso um dia acaba e sabe o que vai acontecer? Vocês todos irão ficar sozinhos.
— Você não tem o direito...
— De falar a verdade? De dizer que por mais que você tente, nunca chegará aos pés de Shivani!? Que pena, já estou dizendo.
Caminhei até Shivani deixando sei lá quem seja aquela garota com a expressão de variadas emoções juntas para trás.
— Olá.
Disse aos amigos de Shivani e a mesma me lançou o mais belo sorriso, segurei sua cintura e a beijei lentamente. Nos separamos e seus braços envolveram meu pescoço em um abraço forte.
— Vamos?
— Claro.
Shivani se despediu de todos e segurou minha mão. Abri a porta do carro e olhei para a garota loira, a mesma me olhava com raiva, lhe lancei o meu melhor sorriso e a garota me deu as costas sumindo ao virar a esquina.
Me sentei ao banco do motorista e comecei a dirigir pelas ruas, Shivani deitou sua cabeça sobre meu ombro.
— Está cansada?
— Um pouco.
— Logo estaremos em casa, e você poderá descansar.
☁️ Heyyy, espero que estejam gostando.
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🔭 Fim da maratona, 3/3.
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O CASAMENTO FORÇADO | SHIVLEY MALIWAL
FanfictionAquele dia foi, e é o pior de todos. Era para ser a comemoração de meus 19 anos, o dia da minha festa, mas não foi bem assim que aconteceu, era tudo armação. Aquele era o dia de meu casamento com um homem que eu nem conhecia. {Adaptação}. [Todos o...