DIA SEGUINTE
Shivani.
A claridade batia em meu rosto me obrigando a acordar, queria simplesmente abrir os olhos e tudo que havia acontecido fosse um sonho, mas não, era real, bufei.
Raiva e decepção percorriam minhas veias. Mesmo sabendo que mamãe e papai precisavam do dinheiro ou morreriam de fome, me vender não era certo, ou pelo menos para mim não era.
O relógio marcava nove horas, caminhei até o banheiro e me olhei no espelho. Minha pele estava abatida e olheiras profundas estavam ao redor de meus olhos, sinal de uma noite mal dormida, me despi e entrei no box, deixei que a água quente molhasse e relaxasse meu corpo.
Cenas do beijo e do jantar de ontem à noite vieram, ri lembrando da cara de Bailey, será que ele acreditou no que eu havia dito? Seria bom se acreditasse.
Batidas vieram da porta, sério, essa empregada já está me irritando, qualquer coisa ela bate nessa maldita porta. Terminei meu banho e vesti um short branco com uma camiseta preta larga, poucas roupas ocupavam o pequeno guarda-roupa, não me importava, sequei meus cabelos e os arrumei.
Coloquei os chinelos de dedo nos pés e caminhei até a cozinha. Não fiz questão de dar "bom dia" para os empregados, eles não iriam me responder mesmo.
Bailey preparava algo no fogão, vestia apenas uma calça de moletom. Caminhei até ele.
— Cadê Anastácia?
Bailey me olhou e analisou minha roupa.
— Anastácia teve alguns problemas na família e não virá hoje. Estou fazendo panquecas, gosta?
— Por quê não pediu para outra empregada fazê-las?
— Quis fazer um agrado para minha querida esposa.
— Não sou sua esposa, Bailey.
Ele me fuzilou com seu olhar.
— Claro que é Shivani, nos casamos, não é?
— Apenas no papel, Bailey, eu não queria e não quero esse casamento, e afinal, por quê eu tive que me casar com você? Não bastava passar alguns dias ao meu lado?
Bailey apenas sorriu irônico e se sentou a mesa.
— Não Shivani, não bastava.
Não queria começar uma discussão, não adiantaria nada, era apenas meu segundo dia aqui, mas já parecia anos.
Ficaria calada e sentada naquela mesa com um homem sem alma. Coloquei duas panquecas em meu prato e as cobri com mel, enchi meu copo de suco de laranja, isso me fez lembrar de casa, de papai acordando cedo para preparar ele mesmo as melhores panquecas do mundo, meus olhos arderam, e eu apenas os fechei fortemente tentando segurar as lágrimas. Comi alguns pedaços da panqueca, sério, é a pior panqueca do mundo, ainda pior que a de mamãe.
Será que ele iria trabalhar? Rezava para que ele fosse. Assim poderia andar livremente pela casa e observar os seguranças e os horários que eles saíam de seus postos.
Peguei meus talheres e os levei até a pia. Caminhei até meu quarto sem olhar para trás. Meu plano de fugir dali entraria logo em prática.
***
Observava os seguranças do lado de fora da casa, finalmente Bailey havia saído, iria resolver alguns problemas que haviam aparecido na empresa no seu dia de folga. Pelo menos foi o que ele me informou.
Haviam dois seguranças na parte da frente, e na de trás da casa, eles mal saíam do lugar, nem os vi almoçarem. Não, eu não achei que seria fácil, mas também não achei que seria tão complicado assim.
Já fazia algumas horas que eu os observava, resolvi entrar de volta a casa. Uma empregada qualquer fazia alguns biscoitos, pude perceber pelo cheiro. Me sentei ao balcão.
— Olá.
— Boa tarde, senhora May.
— Me chame apenas de Shivani, por favor.
— Dona Shivani é melhor.
Ela me lançou um sorriso fraco, ela é nova, aparenta ter apenas uns vinte e poucos anos. Como uma mulher tão nova, pode ser uma empregada se poderia ser uma médica, advogada ou algo melhor!?
— Qual o seu nome?
— Anne Foster.
☁️ Heyyy, espero que estejam gostando.
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🔭 Mais tarde terá mais um capítulo.
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O CASAMENTO FORÇADO | SHIVLEY MALIWAL
FanfictionAquele dia foi, e é o pior de todos. Era para ser a comemoração de meus 19 anos, o dia da minha festa, mas não foi bem assim que aconteceu, era tudo armação. Aquele era o dia de meu casamento com um homem que eu nem conhecia. {Adaptação}. [Todos o...