Capítulo 19

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[Estou escrevendo este capítulo ao som da chuva caindo lá fora e estou completamente boiola. A chuva me passa uma boa sensação]

Bailey.

Encaro mais um vez a tela do computador pensando em como começar o bendito discurso, mas a única coisa que me vem à mente é ela. A forma que ela se entregou a mim.

Nós não transamos ou começamos algo que levasse perto disso. Ela simplesmente me entregou algo que eu tenho que manusear com cuidado, modelar com todo o amor do mundo para se tornar algo belo no futuro; o seu sentimento por mim.

Desligo o monitor e caminho até a enorme janela de vidro, que me dá a visão completa do centro de NY. Observo o sol começar a sumir por trás dos edifícios. O discurso precisa estar pronto até terça-feira, haverá uma festa de comemoração aos cinquenta anos da empresa. Apesar de mim e Harry não nos darmos, é ele quem me ajuda a escrever essas bobagens. Mas como Harry simplesmente sumiu desde aquele dia e não deu nenhum sinal de vida, isso ficará para mim. Deixei que James cuidasse do sumiço de Harry e Isabella, eu não posso largar a empresa e começar a caçar eles pela cidade. Isso se eles estiverem na cidade.

— Senhor May?

Me viro ouvindo minha secretária pedindo licença e entrando por completo na sala.

— Aqui estão as fixas que me pediu.

— Obrigada, deixe-as encima da mesa, por favor.

— Claro.

— Sabe como Adam está indo no lugar de Harry?

— Está indo bem, Senhor. Ele encontrou um executivo hoje e ele o elogiou bastante.

— Ótimo.

— Licença, Senhor.

* * *

Tento mais uma vez escreve algo, mas nada sai. Suspiro e saio do escritório, caminhando até a cozinha. O relógio marca meia-noite, e mesmo que eu tenha tempo para fazer o discurso, eu não consigo simplesmente dormir...

Pego uma panela pequena e o leite na geladeira, o despejo na panela e ligo o fogo. Com ele já morno, o coloco no copo, colocando um pouco de açúcar e logo o mando para dentro.

— Bailey?

Shivani entra na cozinha e com um pouco de dificuldade, se senta na bancada.

— O que faz acordado?

Observo ela coçar os olhos e me olhar curiosa.

— Não consigo dormir.

Shivani morde o canto de seu lábio e solta uma risada. A garota ergue a mão e limpa os cantos de meu lábio superior.

— Estava com bigode de leite.

Chego mais perto dela sorrindo e beijo de leve seus lábios.

— Está com gosto de leite...

Ela diz antes de aprofundar o beijo. Minhas mãos vão para sua cintura, lhe trazendo para a ponta da bancada. Suas pequenas mãos vão em direção a minha nuca, puxando os pequenos fios de cabelos que haviam ali.

O CASAMENTO FORÇADO | SHIVLEY MALIWALOnde histórias criam vida. Descubra agora