Capítulo 10 – Memórias
- Como estão meus irmãos apaixonados favoritos?
- Finalmente você chegou!
- Será que você poderia desfazer essas barreiras e os encantamentos?
- Se já estão calmos e voltaram a serem vocês mesmos, claro que eu posso desfazer tudo! – Escutei mais barulhos. Alexandre estava desfazendo a prisão de Adrian e William e desfez também os encantamentos. – Estão livres!
- E agora? O que faremos com Kate?
- Eu acho que vocês já sabem. Ela não reagiu a Sálvia. Precisam levá-la de volta para o cemitério.
- O que?
- A Sálvia não fez efeito. Embora eu ache que ninguém irá abrir o caixão dela, é necessário que ela volte para seu lugar de descanso.
- Quer dizer então que...
- Ela está morta?
Enquanto Adrian, William e Alexandre discutiam a minha real situação, eu estava sentindo alguma coisa. Não sei o que, mas é como se eu estivesse fervendo ou até mesmo debatendo-me no chão, uma dor insuportável. A dor era incessante – pensei -, mas ao mesmo tempo em minha mente aparecia flashbacks de momentos quando conheci os dois. Os flashes mostravam tudo, porém havia algo de diferente. Não existia Adrian. Onde ele estava?
O primeiro flash era de quando William foi até a minha casa convidar minha família para o baile. Quando eu estava recolhendo a roupa no varal, ele olhou-me como se desejasse-me. E foi ele que montou em seu cavalo e partiu para o castelo.
O segundo flash mostrava o baile. Will pediu a meu pai para que dançasse comigo. Nós conversamos como dois estranhos, mas éramos muito parecidos. Eu não me senti bem e saí para respirar um pouco, em instantes ele estava do meu lado. Lembro de ter perguntado como ele chegou rápido e de ter desmaiado. Depois, lembro de estar no quarto dele deitada.
O terceiro flash era o nosso jantar. Ele me convidou. Ajudei-o a retirar os pratos depois que terminamos. Ah, antes de jantarmos nós dançamos. Não era uma música dançante, mas era romântica.
O quarto flash foi o nosso primeiro beijo quando estávamos na estufa. Ele deu-me um vaso com amores-perfeitos. Eram flores maravilhosas.
O quinto flash foi quando descobri tudo, ele era um vampiro. Algo que eu jamais imaginaria que existisse. Fiquei meio indiferente. Apaixonar-se por um vampiro não era algo comum e normal, apenas no mundo do cinema.
O sexto flash era o exato momento que Lia me mordeu e me jogou do alto. Ele me salvou. Se não fosse pelo William, eu estaria morta sem chance de voltar.
Mais e mais flashes foram mostrando todos os acontecimentos, William parecia ser o foco. Os flashes só mostravam ele e eu. Era como se quisessem dizer algo, algo como se fossemos feitos um para o outro. Então foi isso o que aconteceu, desde o início. Minha vida toda se resume em William.
- Vocês vão adorar essa notícia! – Disse Alexandre.
- Ouviram esse barulho? – Perguntou William.
- Parece que veio do quarto! – Respondeu Adrian. – Vamos rápido.
- Essa é a noticia.
- É sim.
- Ela está...
- Acordando.
Abri os olhos rapidamente – não sabia que podia fazer isso. Olho ao redor. Quarto, deve ser do William. Guarda-roupa. Criado-mudo. Luz. As portas abertas que dão saída para a varanda. Vejo que acordei somente no anoitecer.
- Will! – Foi a primeira palavra que eu disse após o meu despertar.