Capítulo 4 - Bruxas

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Capítulo 4 – Bruxas

- Droga, odeio não saber das coisas. O que essa Sálvia faz? – Perguntou William. Ele estava meio bravo – por assim dizer – por não saber sobre a Sálvia. Pesou que algum dia começaria a ler.

- Como eu dissera anteriormente, é uma planta altamente poderosa – assim como a verbena -, porém é quase impossível encontrá-la. – Explicou Alexandre.

- O que ela faz? – Will se interessou.

- Como assim QUASE IMPOSSÍVEL encontrá-la? – Adrian perguntou rapidamente logo após a pergunta do irmão.

- Caros amigos, uma pergunta de cada vez! – Ouvi um pequeno e longe som de respirar vindo de Alexandre. Não reparei que eu estava no sofá. – William, a Sálvia Salvadora tem belos e incríveis benefícios, mas é como uma rosa, ela tem espinhos, ou seja, ela também possui seus malefícios. Adrian, é quase impossível encontrá-la, por ser quase um mito. Segundo a história.

- Ah meu Deus, agora me lembro do porque do quase impossível. – Disse Adrian num tom baixo. Por que será quase impossível?

- Eu ainda não entendi muito. É quase impossível por ser um mito?

- Não irmão, a Sálvia é uma planta que pertence somente às bruxas! – Explicou Adrian. Bruxas? Eu ouvi bruxas?

- Nossa. Essa parte me surpreendeu um pouco. – E à mim surpreendeu muito. Bruxas? Elas não existem!

- E não é qualquer bruxa. A Sálvia Salvadora pertence somente às Bruxas da Terra. – Disse o Necromante. – Odeio bruxas!

- Espera, bruxas? Adrian, está pensando o mesmo que eu?

- Definitivamente não, caro irmão.

- Lembra daquela bruxa que era amiga dos nossos pais?

- Claro. Talvez ela possa nos ajudar.

- Exato.

- Bem, vocês podem fazer isso amanhã, ou melhor, mais tarde. Alguém aqui não é vampiro e precisa dormir. Tentar este feitiço me desgastou.

- É verdade. Amanhã poderemos fazer isso, quer dizer, mais tarde. Esqueci que já é outro dia. – Disse William.

- Exato. – Concordou o Necromante.

- Alexandre, obrigado por tentar nos ajudar.

- Não precisa agradecer. Infelizmente não deu certo.

- Pois é.

- Bem, então eu vou. Até a próxima, meus caros. – Ouvi um bater de porta. Ele já se fora.

- Will pode ir, eu fico de olho nela hoje.

- Bem, eu ficarei no meu quarto até o sol nascer.

- Tudo bem.

Enquanto eu estava pensando o quão longe agora estava minha chance de voltar à vida devido ao fato de depender de uma bruxa – cuja mesma não existe -, eu também escutava as coisas que Adrian dizia.

- Sabe Kate, embora você talvez possa estar me escutando ou não, sinto a necessidade de compartilhar isso com você. – Adrian, pode dizer-me qualquer coisa, eu estou escutando. Abra o seu coração. – Vai parecer que eu sou um adolescente com problemas e que está confessando tudo para sua mãe deitado no chão, mas droga, que seja! Eu preciso dizer como eu me sinto sem você, embora eu não tenha um coração. – Ele deu uma risada, senti que parecia ser forçada, uma risada de tristeza. Acho que ele prefere rir falsamente a chorar por mim mais do que já chorou e está certo. Não quero sentir ele chorando, isso me dói mais ainda. – Vampiros não têm coração e isso se aplica em todos os sentidos. – Adrian, você tem um coração assim como William!  - Enfim, esses dias recebi um flashback do primeiro dia que lhe vi. Foi quando eu fui na sua casa convidar toda a sua família para o baile, assim como eu fizera com os outros moradores da aldeia. Será que você se lembra?...

Agora eu também tivera o mesmo flashback enquanto ele dizia. Tudo vinha à minha mente claramente. Em algumas partes, eu ri por dentro, pareciam ser engraçadas na época. Não percebi que ele gostava tanto assim de mim, embora eu saiba também que Will sente o mesmo. Não posso escolher entre Adrian e William. Não vou conseguir. Isso só vai separá-los e eu não quero pensar que eu seja a culpada, embora eu seja.

-... E embora você possa escolher o meu irmão, eu sempre vou te amar. Não importa quem você escolha, eu vou te amar até o meu último dia como vampiro ou que um dia o sol me queime até que eu vire apenas cinzas sobre a grama verde.

Embora não tivesse como correr desse lance de escolher quem eu quero – e eu sabendo que magoaria quem não fosse escolhido – estava pronta e mais do certa que escolheria Adrian. William é um grande amigo, como um irmão para mim, mas Adrian era certo de que é meu verdadeiro amor.

Anoitecer (Livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora