Capítulo 12 - William, Meu Eterno Amor

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Capítulo 12 – William, Meu Eterno Amor

Um mês e duas semanas e meia se passaram...

Dentro deste espaço de tempo, muitas coisas aconteceram. Todas as manhãs Adrian e Alexandre conversavam baixo entre si. Não sei o que falavam – suspeito que fosse sobre mim -, mas não me importo. Adrian também tentava me explicar sobre o que ele sentia por mim desde quando conheceu-me. Eu disse a ele que poderia ser sua amiga, parece que ele não ficou muito satisfeito.

Eu estava feliz com William, ele é tão educado, generoso, entre outras milhões de coisas boas que eu poderia citar, nunca achei que encontraria alguém como ele.  Ele me encontrou penteando o cabelo, me abraçou e me beijou. Sempre dizia que estava feliz comigo. Mostrei a ele um desenho que eu tinha feito em um caderno de anotações que estava no criado-mudo – nem sabia que podia desenhar, devesse ser coisa de vampiro. No desenho Will estava sem camisa, apenas de calça jeans azul-marinho encostado na parede olhando para o lado e segurava uma rosa. Ele gostou muito, deu-me vários beijos. No topo do desenho, dei o título de: “William, Meu Eterno Amor”.

Embora seja fato de que os vampiros não comiam, minha metade humana estava com fome. Will pegou-me no colo e fomos rapidamente para a cozinha. Ele preparou-me dois sanduiches naturais acompanhados de um copo de suco de laranja e uma maçã. Fez isso tudo para mim. Sentei para comer e ele sentou para me olhar comer, mas Adrian o chamou na sala. A cozinha não era longe da sala, então pude ouvir a conversa. Essa é a minha meta vampira trabalhando. Alexandre já não estava mais na sala.

À noite, William convidou-me para irmos ao cinema, aceitei sem hesitar. Depois de um banho, estava me aprontando. Will entrou no quarto e eu estava seminua. Eu disse pra ele me deixar pôr a roupa. Pronta, eu apenas penteava meu cabelo. Não fazia muito esforço, sendo meio vampira meu cabelo ficava sempre lindo.

Fomos ao cinema.  Após terminado o filme, entramos em um restaurante para jantarmos. Will não comeu, mas adorava-me ver comendo. E eu o adorava. Na volta, conversamos sobre várias coisas.

No dia seguinte, Will acordou-me de manhã e me deu uma caixinha preta. Disse que era um presente e que selaria nosso relacionamento. Disse também que eu poderia aceitar ou não ser a namorada dele. Namorada? Abri a caixinha e nela continha um lindo anel – que ele fez questão de colocar em meu dedo após eu dizer que aceitava ser a namorada dele. Descemos as escadas para ir à cozinha comer o café da manhã. Adrian apareceu na cozinha e perguntou qual era do anel. Expliquei-lhe sobre meu relacionamento e sobre ser a namorada de Will. Ele ficou bem surpreso e talvez bravo. Por isso saiu da cozinha sem dizer nenhuma palavra. Mais tarde Adrian me disse que aceitaria ser meu amigo. Lembro-me de ter feito esta proposta a ele. Abracei-o. Mesmo Adrian sendo meu amigo, às vezes sentia que estávamos distantes e que ao longo das semanas ele estava diferente, como se quisesse chamar minha atenção.

Em um dia, quando estava beijando Will na sala, Adrian tropeçou e rolou toda a escadaria. Soltei-me de William e fui até ele perguntando se estava bem. Ele respondeu que estava apenas com dor. Will desmentiu na mesma hora e o que ele disse era verdade: Adrian estava sem nenhum arranhão e não poderia sentir este tipo de dor, ele é vampiro.

Na manhã seguinte, Will foi à cidade enquanto eu estava na cozinha tomando café. Adrian apareceu. Estava sem camisa, apenas calça jeans azul-marinho e descalço – como no meu desenho que eu fizera de William. Será que ele viu? Disse que queria me acompanhar no café. Achei estranho, pois vampiros não comiam, mas eu aceitei. Embora ele estivesse extremamente irresistível daquele jeito, eu ainda amava o Will e era agora namorada dele, oficialmente. Conversamos amigavelmente.

Num outro dia, a campainha tocou e fiquei surpresa com quem eu via, era Lia. Adrian beijou Lia por um longo tempo na minha frente. Lia ficou surpresa tanto quanto eu. Eu fiquei furiosa e ele percebeu o que aquilo fazia comigo, mas não era pelo fato de eles estarem juntos. Expliquei-lhe na frente dela, como ele poderia ficar com alguém na minha frente que praticamente me matou. Ele respondeu que quem me matou foi Will. Eu rebati que foi Lia que iniciou minha sentença de morte. Lia estava surpresa em me ver. Ela sabia que eu era vampira pela minha aparência, mas também sabia que eu era humana. Adrian perguntou-me se havia alguma objeção e eu respondi apenas que sejam felizes.

A partir de então, Lia começou a dormir no castelo, para ser mais exata, no quarto de Adrian. Todos os dias. Eu fiquei pensando em como Adrian poderia ficar com alguém que me matou. Conviver com ela todos os dias era uma dor forte no estômago, um soco forte no rosto. Ela me dava ânsia. Adrian sempre aparecia sem camisa, de calça, descalço e com o cabelo atrapalhado mostrando como ele era feliz com ela. Também pensei que ele fazia isso só para causar ciúmes em mim. Mas se ele estava feliz com ela, por que causar ciúmes em mim? Por que chamar minha atenção? Eu nem o conheço e éramos apenas amigos. Lia, ás vezes, aparecia na cozinha falando de como Adrian era incrível, principalmente na cama. Meus olhos se arregalaram. Não cansava de falar como ele era lindo. Ai, ela é como um câncer no meu coração.

No primeiro dia da primavera, quando Will e eu descemos as escadas, encontramos Adrian beijando Lia e Will queria fazer um pronunciamento. Na frente do casal, ele recitou um poema curto que falava de amor. Nunca o vi ou o ouvi recitar um poema. Ele terminou e pôs-se de joelhos como se quisesse fazer um pedido. Segurava outra caixinha na mão. Sem demora, abriu a caixinha mostrando outro anel – até mais bonito do que ele me dera antes – e disse as quatro palavras mais lindas além do “eu te amo”, perguntando:

- Você quer casar comigo?

Anoitecer (Livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora