Capítulo 16
O QUE SE FAZ QUANDO SEU ENTORPECENTE FAVORITO É TIRADO DE VOCÊ?
MABEL:
Abro os olhos, não consigo segurar as lágrimas. Olho para ele bem na minha frente, com um semblante calmo e me pergunto como chegamos a isso? Desde a morte do Felipe, nossa vida virou de cabeça para baixo, eu quero estar na vida dele, mas não sei como fazer isso, como também sei que ele quer ficar comigo, mas acha que está atrapalhando a minha vida. Como chegamos a esse desencontro? Eu não entendo.
Não quero acordá-lo, me levanto, coloco o casaco e o observo dormir por mais alguns segundos, depois me aproximo, eu quero tocá-lo, mas paro no meio do caminho, pego uma folha de papel que está dobrada, servindo de marcador do livro que está na mesinha ao lado da cama, penso em escrever muitas coisas, mas apenas uma coisa vem a minha cabeça nesse momento. Ando até a porta e me viro para olhar para ele outra vez, antes de ir embora.
— Eu também te amo — sussurro.
Já são quase cinco da manhã, o sol já nasceu, vejo pessoas andando na rua e fico aliviada. Chego em casa de fininho, meus pais ainda estão dormindo, e vou direto pro banho lavar a minha alma. Eu não sei o que deu em mim, eu só queria vê-lo e falar com ele, eu estava disposta a dizer que foda-se o meu passado e os meus medos, quero ser dele, quero ficar com ele, mas a minha saudade falou mais alto e a gente fez amor de um jeito tão bom, como se fôssemos nós de novo.
Ainda me arrepio quando lembro do beijo dele no meu pescoço, das mãos firmes em minha cintura, da intensidade que ele me beijava, como se nada mais importasse.
Mas meu peito dói, porque não conseguimos mais nos comunicar, eu não sei mais o que dizer, tudo parece tão distante, o 1% que eu prometi para mim mesma, que nunca mais aceitaria, fica rondando os meus pensamentos e eu fico cada vez mais confusa, que merda eu estou fazendo?
HUGO:
Acordo e ela já não está ao meu lado, apenas o seu cheiro no travesseiro. Levanto e vejo algo escrito no marcador do meu livro. " Desculpe" Olho o pedaço de papel e não entendo, é tudo que ela tem para me dizer? Desculpe? Nós transamos, ela veio aqui só para isso? Suspiro totalmente derrotado, é isso que ela quer? Distância? Nos despedimos e ninguém me avisou? Foda-se, não vou mais insistir.
Enxugo a porra das lágrimas que insistem em cair e decido que serão as últimas, tomo um banho e me visto, é cedo, vou tomar café em casa. Desço as escadas e meu pai está sentado próximo ao balcão da cozinha, sento no banco da frente e ele me encara, estou angustiado e ele me conhece melhor que ninguém.
— O que está acontecendo? — Ele pergunta e enche uma xícara de café — digo, com você e Mabel? Terminaram?
— Sim — murmuro.
— Traiu ela filho?
Eu o encaro.— Não.
Ele me olha com estranheza, e nesse momento eu me lembro que falei isso em alto e bom som, na lápide do Felipe.
— Foi só um mal entendido, mas tudo foi por água a baixo. Sei que grande parte disso é minha culpa, eu a afastei, mas eu nem vi que estava fazendo isso e nem fiz por mal.
— Ama ela, ou é só um amor adolescente e passageiro?
Eu o encaro novamente, porque sou incapaz de mentir sobre isso.
— Eu a amo muito, amo tanto que mal consigo respirar, o que é uma sensação horrível.
Ele ri, como se esperasse que eu dissesse isso.— Filho, um relacionamento não é fácil, sempre tem seus altos e baixos e talvez estejam em baixa. Aquela garota ama você, eu e sua mãe vimos o jeito que ela olha para você, ela te admira, e talvez, você só tenha a decepcionado de alguma forma, e balançou essa admiração que ela tem por você.
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A DROGA DO AMOR. ❤
RomanceO amor é uma DROGA, foi isso que Mabel e Hugo descobriram depois de se apaixonarem perdidamente um pelo outro, e viverem juntos momentos de amor emocionantes. Os dois carregam dores do passado. Ela, um relacionamento abusivo, ele, uma grande perda n...