CAPÍTULO 17AMAR NOS MANTÉM ENTORPECIDOS O BASTANTE PARA QUE A GENTE SEMPRE QUEIRA MAIS, PORQUE O AMOR VICIA, BEM OU MAL, A GENTE SEMPRE QUER MAIS.
HUGO:
Acordo totalmente desnorteado, minha cabeça dói, porra dói muito. A luz do dia me incomoda, e me lembra o quanto eu bebi ontem a noite. Merda! Olho ao redor, e finalmente cai a ficha, estou na cama da Mabel, é o cheiro dela, os lençóis dela, tudo em um singelo silêncio, de um dia que acabou de começar. Olho para o relógio na mesinha ao lado da cama e são quase seis da manhã e ela parece que já acordou faz algum tempo. Está sentada na poltrona perto da janela, lendo um livro ou me ignorando, não sei ao certo, mas tudo bem. Eu me sento na cama, ainda não sei o que dizer, mas ela não se vira. Vou ao banheiro, lavo o rosto e fico surpreso de ainda ter
uma escova de dentes na casa dela. Suspiro enquanto me encaro no espelho, sei que tenho que encará-la, então coloco minha camisa e ando até ela, que me recebe com um grande olhar de reprovação.— Me desculpa, Mabel.
Ela lança um longo suspiro e lentamente fecha o livro antes de olhar para mim de vez.
— Você é louco Hugo, não deveria colocar uma gota de álcool na boca, sabendo que seu pai é alcoólatra.
— Eu sei, e me sinto um idiota.
— E você é — retruca — ela vira seu corpo para mim e me encara antes de falar — olha, eu sei que é difícil, mas você precisa seguir em frente, o Felipe se foi, e ele não iria...
— Não tem nada a ver com o Felipe — a corto.
— E tem a ver com o que?
Sinto um tom áspero em sua voz.
— Com você — digo e ela muda a direção de seu olhar.
— Você terminou comigo, e semanas depois, você me substituiu.
Cuspo o que está entalado na minha garganta há muito tempo.
— E você não fez o mesmo?
Olho para ela, então solto um longo suspiro, evito de dar mais uma resposta que só vai nos fazer brigar mais uma vez. Não quero mais brigar.
— Acha que a gente ficar se acusando aqui, vai resolver alguma coisa?
Ela suspira fazendo uma pausa, antes de falar.— Eu fiquei com o Marcos, mas não tenho nada com ele, não fizemos nada além trocar beijos que não faziam o menor sentido para mim.
Eu cerro os dentes, que bom que dei um soco na cara dele.
— E você e a Amanda? — Pergunta, com os braços cruzados e a postura reta, pronta para brigar, talvez convicta que eu e Amanda, fizemos mais que nos beijar.
— O mesmo que você Mabel — digo pacientemente — me sinto sujo por dizer isso, mas, só fique com ela porque pensei que você tinha seguido em frente, e também — faço outra pausa — também fiquei com outra garota na viagem — admito.
Ela muda a direção do olhar e suspira com impaciência.— Olha, eu me senti mal por ter terminado com você e ter te afastado, mas você estava ótimo, não é mesmo?
— Bom, não estávamos juntos, e eu não estava me divertindo, estava na pior, eu fazia as coisas e depois me perguntava o que eu estava fazendo.
— Belo jeito de estar na pior, Hugo — ela cospe.
— Porra, vamos parar com isso ou não?
Ela me encara, com os braços cruzados e olhos acinzentados.
— Por favor, me responde uma coisa.
Encaro seus olhos tristes e sinto uma enorme vontade de abraçá-la, então coloco as mãos na cintura e faço a pergunta de um milhão de dólares.— Você estava tentando seguir em frente com esse cara? Ou estava como eu, tentando encontrar alguém que passe perto do que a gente teve?
Seu semblante muda e eu sinto que finalmente, ela baixou a guarda.
— Você fez isso?
Sua voz agora é suave e apelativa.— É claro que eu fiz — me aproximo — nós ficamos longe um do outro por nada, e com isso a gente só se feriu e perdeu tempo.
— Eu tive a impressão que você seguiu em frente com muita facilidade.
— Engraçado, eu tive a mesma impressão de você.
Ela balança a cabeça negativamente, com os olhos marejados.
— Como eu poderia fazer isso, Hugo?
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A DROGA DO AMOR. ❤
RomanceO amor é uma DROGA, foi isso que Mabel e Hugo descobriram depois de se apaixonarem perdidamente um pelo outro, e viverem juntos momentos de amor emocionantes. Os dois carregam dores do passado. Ela, um relacionamento abusivo, ele, uma grande perda n...