A DROGA DO AMOR. ❤

Capítulo 1

A DROGA DO AMOR

Prepara um café, pega um vinho ou uma cerveja, ou simplesmente água. Pegue seus fones de ouvido, e escuta cada música citada neste livro, talvez assim, você faça uma viagem tão incrível a cada página, quanto a que eu fiz, ao escrevê-lo. Este livro fala de amor, em sua mais intensa realidade.

PRÓLOGO

Músicas são curas, calmantes, abraços, intensificadoras de saudade, de beijos, de sexo.
Dias felizes? A gente coloca uma música e dança sem saber, canta bem alto, erra a letra, ri de si mesma, o importante, é que ela combine perfeitamente com o que a gente sente. Coração partido? Abre um vinho, coloca tudo para fora, ao som das músicas que você adora, que ativam saudade, cheiros, arrepios e tesão, por quê não? O importante é que você ouça e sinta a música, e o que ela vai te remeter, isso é por sua conta, depende do que você estiver sentindo.
Foi isso que fiz, coloquei cada lágrima para fora, senti a música no último volume, deixei que as lágrimas escorressem no banho na mesma rapidez que a água lavava, depois eu vestia uma roupa qualquer, passava batom vermelho e sorria para o espelho. Esse foi o meu ritual da cura durante muito tempo.

A música curou meu coração partido dia após dia, eu sentir. A dor foi mudando, cicatrizando, limpando minhas feridas. Depois de um tempo, não doía mais como antes, não arrancava lágrimas no banho, não sangrava minha alma por dentro, porque músicas também silenciam o mundo lá fora, e nos transporta por onde quer que os nossos pensamentos nos levem, às vezes o passeio é bom, às vezes é ruim, às vezes a gente até repete a música, porque a sensação que ela nos causa, é a mesma que o amor.

Um dia, a gente conhece alguém, se apaixona, quebra a cara, tenta seguir em frente, volta atrás, se machuca novamente e finalmente um doloroso ponto final, isso te parece familiar? É, em algum momento, você também passou por isso, ou vai passar, se prepare. Eu sei que ninguém em sã consciência espera partir o coração, embora aconteça com frequência, mais para uns, menos para outros, mas sempre acontece. Nem todo mundo tem a sorte de um amor tranquilo, nem todo mundo sofre para achar alguém de verdade, nem todo mundo acha alguém de verdade, nem todo mundo é de verdade, mas o amor acontece, para todo mundo, mesmo que você pense que não, isso é vida real, não estamos falando de contos de fadas.

CAPÍTULO 1

O AMOR É UMA DROGA, E DAS BOAS.

MABEL:

Estou correndo por uma floresta escura, que eu não sei de onde surgiu, estou descalça e meus pés doem. Minha respiração está ofegante e eu estou em pânico, ouvindo passos de alguém atrás de mim, e por mais que eu corra, os passos estão cada vez mais perto e eu estou cada vez mais assustada, desesperada, com uma expressão sombria em meu rosto. Até que em um piscar de olhos, eu tropeço em alguma coisa e me desmancho no chão sem coordenação alguma, me viro chorando, me sinto a idiota do filme de terror que a gente diz: por ai não, e ela segue o caminho. Mas na vida real, as pessoas não vêem tudo que está a nossa volta como num filme, elas só vêem o que querem vê e mesmo assim ainda nos julgam. Embora eu estivesse caminhando por um caminho que me levaria a muita dor, eu não tinha como saber disso, se soubesse, é óbvio que eu não iria. Por mais que alguém diga: ei, por aí não, a gente não acredita, sempre achamos que sabemos o que é melhor para nós e seguimos em frente, até quebrarmos a cara feio.

                                         ...

Finalmente acordo do pesadelo, venho tendo sonhos em florestas escuras há uma semana, me sento e simplesmente espero minha respiração voltar ao normal, mas odeio a sensação de estar me acostumando com isso, é horrível o fato de precisar aceitar que passei por algo horrível e que agora preciso conviver com isso. Olho para as caixas amontoadas pelo chão do meu quarto e sinto uma mistura de dor e raiva. Dor, porque eu estou indo embora e todos os meus planos foram automaticamente jogados no lixo. Raiva, porque não sou eu quem deveria ir embora. Mas, o universo é um idiota irônico, frio e calculista, sabe-se lá o que ele reserva pra mim, seja lá o que for, não sei se estou a fim de saber.