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"É só isso

Não tem mais jeito

Acabou, boa sorte

Não tenho o que dizer

São só palavras

E o que eu sinto

Não mudará"

- Vanessa da Mata

Chicago, Illinois - EUA.
Outubro de 2007.

Nossa casa era bem pequena. Sala, cozinha, um banheiro e dois quartos. Mas era nosso refúgio, nosso cantinho de paz e amor. Muito amor. Lutamos muito pra conseguir deixá-la do nosso jeito.

Estava terminando de arrumar a bagunça da noite passada, na cozinha, quando Lewis apareceu. Me abraçou por trás e depositou um beijo no meu pescoço.

- Tô indo encontrar o Ron. Certeza que não quer ir comigo?

- Preciso trabalhar, prometi cobrir a folga do John hoje. – continuei lavando a louça.

- Ele te cobriu ontem? – assenti. – Então tá tudo bem.

- Quando eu chegar quero saber de tudo que aconteceu lá na sua grande reunião. – falei sorridente.

- Claro, meu amor. Tenha uma ótima tarde de trabalho, te amo.

- Beijo, baby. Te amo. – ganhei um beijo na boca quando ele puxou meu rosto e depois fiquei sozinha com meus afazeres.

Cheguei no restaurante e fui direto para o balcão. Eu era encarregada de servir ali. Preparava bebidas e tirava alguns pedidos de petiscos. As comidas e os lanches eram servidos apenas nas mesas.

- Oi, amiga! – Rachel chegou perto de mim. – Como foi ontem?

- Ai amiga, já sabe, né?! – esbocei meu sorriso mais orgulhoso. – Foi maravilhoso. Todo mundo apaixonado por ele, admirando o talento enorme dele.

- Nossa, isso é muito bom! – ela começou a organizar os copos que vieram lavados da cozinha, enquanto eu passava um produto de limpeza no balcão. – Mas então, quando ele começa a correr pra valer?

- Eu não sei ainda. Hoje ele foi começar a resolver toda a papelada.

- E você tá toda orgulhosa?! – lembrou sorrindo.

- E não é pra menos!

O restante do meu turno passou arrastando, por causa da minha ansiedade. Só queria saber de todos os detalhes da contratação. Minha felicidade tava que quase não cabia no peito. Quando deu minha hora, saí catando minhas coisas, agoniada.

- Ei, calma! Ele não vai fugir de você. – Rachel me alertou, rindo.

- Tô tão desesperada assim? – perguntei torcendo a boca e ela apenas riu em resposta.

- Vai logo garota. – corri até ela e dei um beijo em seu rosto. – Até amanhã.

- Até. – acenei já contornando o balcão e indo para a porta de saída.

Respirei fundo e abracei a bolsa contra o peito. Fui diminuindo os passos na hora de passar pela entrada do metrô e não esperei nem cinco minutos ali.

Entrei no vagão e não achei lugar para sentar por ser horário de pico. Então só segurei na barra e fui batendo o pé no chão o caminho todo.

Impressão minha ou isso aqui tá indo muito devagar?

Behind The FlashOnde histórias criam vida. Descubra agora