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"Depois de sonhar tantos anos

De fazer tantos planos

De um futuro pra nós

Depois de tantos desenganos

Nós nos abandonamos como tantos casais

Quero que você seja feliz

Hei de ser feliz também."

- Marisa Monte

Chicago, Illionois - EUA.
Outubro de 2007.

Na terça-feira fui trabalhar e Lewis saiu cedo, ainda resolvendo as coisas do seu contrato.

Ele levantou silenciosamente e foi.

Não me chamou, apenas deixou um beijo em meus cabelos e se foi.

No fim do dia eu lanchei uma besteira e fui para o quarto, enquanto ele ficou na sala, assistindo TV.

Acordei na quarta-feira com o lado da cama vazio.

Procurei meu namorado pela casa e encontrei o mesmo vazio da cama.

Liguei para o trabalho e disse que não poderia ir hoje, estava me sentindo mal.

Mas a realidade é que eu estava me sentindo péssima.

Estávamos fugindo do outro. Esquivando-nos do grande elefante no meio da sala.

Com meu corpo largado no sofá, olhando pra TV ligada, mas focando nos meus pensamentos, ouvi as chaves tintilarem do outro lado da porta.

Ele entrou de cabeça baixa, mas logo notou o barulho do eletrônico e me olhou.

Nos encaramos por segundos que pareciam ser a eternidade.

- Não foi trabalhar? – ele finalmente perguntou depois de fechar a porta e desviar o olhar.

- Não estou me sentindo bem. – me ajeitei no estofado.

- O que está sentindo? – esboçou uma feição preocupada.

- Estou sentindo uma dor horrível. – minha voz falhou no final, entregando meu choro que se aproximava. Lewis sentou do meu lado e pousou a mão na minha coxa.

- Onde? Quer ir pro hospital?

Puxei sua mão pro meu coração e deixei as lágrimas caírem, e meu olhar fixar no dele.

- Aqui. – sussurrei.

A confusão no seu rosto foi mudando para um tom de desolação. Me puxou para seus braços e apertou meu corpo contra o seu.

- Meu amor, me desculpa. Me desculpa por te fazer passar por tudo isso. – eu chorava de forma intensa. – Eu errei em te ignorar. Na verdade eu achei que tava te dando espaço para digerir tudo isso, e acabei te deixando sozinha demais. Me desculpa, Lau.

Ele me balançava, me consolando. Beijou o topo da minha cabeça enquanto eu manchava toda sua blusa.

Quando me acalmei, senti seus dedos em meu queixo, me puxando para um beijo terno.

- A gente pode fazer isso dar certo. Um oceano não pode acabar com o nosso amor. Ele não é capaz de destruir nossa conexão. – disse calmo.

Me beijou novamente, com mais ardor e urgência.

Segurei seu rosto com uma mão e senti a sua em minha cintura, me guiando para seu colo. Enfiou seus dedos em minha blusa, que era a única coisa no meu corpo além da calcinha. Tocou meus seios com destreza.

Behind The FlashOnde histórias criam vida. Descubra agora