( cinco )

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CAPÍTULO CINCO
esperança é um perigo




Quando eles finalmente pararam de jogar, faltava ao redor de uma hora para o sol se pôr e os olhos de Draco já estavam doendo de ficar naquele quarto tão escuro, as luzes estando desligadas e as cortinas fechadas, mas a TV servindo como uma única fonte de luz que sinceramente não parecia fazer muito bem para visão deles. Draco não sabia como os outros meninos conseguiam ficar com as caras tão próximas de tela, mas eles estavam muito mais interessados no jogo do que Draco, então talvez fosse algo a ver com isso.

Eles pararam não porque queriam, mas porque a mãe de Duda tinha aberto a porta – o que os fez reclamar um montão e gritar um pouco com ela – e os oferecido um lanchinho. Era quase cômico o quão rápido a reação deles mudou depois deles ouvirem a oferta de comida.

Os seis desceram para comer na cozinha, Petúnia os lançando sorrisos brilhantes e falsos, comentando sobre como ela tinha limpado a casa e estava tão cheirosa, não é? Ela tinha comprado um novo detergente!

"Você não vai me dar nem um obrigado, Dudoca?" ela perguntou quando eles já estavam sentados na mesa, comendo biscoitos e suco de limão. Duda fez uma careta ao ouvir o apelido, lançando um olhar para os amigos dele de um jeito que dizia, bem claramente, que ele estava com vergonha por ser tratado como uma criança na frente deles.

"Por que eu faria isso?" ele disse, dando de ombros e bufando daquele jeito dramático que adolescentes bufavam quando estavam tentando demonstrar que não se importavam para os amigos. "Foi o Harry que fez."

O rosto de Petúnia ficou meio azedo, apesar dela ter tentado esconder, forçando o sorriso dela ainda mais.

"Bem, eu que mandei ele fazer, então eu mereço alguns créditos, não acha, meu bebêzão lindo?"

Duda só soltou um grunhido. Ele estava sentado com uma postura horrível, arrancando as gotas de chocolate do biscoito dele para poder as comer antes do resto, como uma criança. Não só eram horríveis modos para se ter a mesa, mas ele acabou derrubando um montão de migalhas no chão que bem claramente tinha sido limpado recentemente, praticamente reluzindo.

Petúnia só revirou os olhos, o tipo de mãe que nunca brigava ou sequer pedia para o filho dela parar de fazer algo, não importa o quanto ele precisasse parar. Ela deu um beijinho na bochecha dele antes de sair da cozinha, um beijo bem estralado e meio babado que fez Draco se retorcer de desgosto onde estava.

Vermelho como um pimentão, Duda limpou a bochecha dele exageradamente, fazendo os amigos dele rirem. Piers imitou sons de beijo na direção dele, o chamando de Dudoca numa voz falsamente fina e de menina, o que fez Duda chutar a canela dele. Piers só soltou uma risada anasalada, apesar de que, mesmo de longe, Draco tinha percebido que foi um chute forte o suficiente para provavelmente deixar um roxo na canela de Piers mais tarde.

Duda ou não percebia a força que tinha ou não dava a mínima. Provavelmente uma mistura dos dois.

Draco observou a interação deles com tédio, mordiscando um biscoito preguiçosamente. Era bem mais gostoso do que todos os outros lanches que ele teve na casa dos Dursleys nas suas outras poucas visitas – tinha açúcar e chocolate de verdade, para começo de conversa, e não era uma daquelas comidas super saudáveis que Petúnia tentava e falhava em fazer.

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