( sete )

3.8K 656 1.6K
                                    





CAPÍTULO SETE
sobre vingança e bondade




Havia uma história sobre um certo antepassado de Draco, Brutus Malfoy, que ainda era passada pelos ciclos sociais dos quais eles pertenciam, apesar de Brutus ter vivido em 1675 e de nesse ponto ele ser mais uma história do que uma pessoa de verdade, como um tipo de Loira do Banheiro mais macabro.

De acordo com o que Draco foi contado quando era menor – não pelos pais dele, mas pelos filhos de amigos dos pais dele, que na época eram crianças também –, na época os Malfoy já tinham uma certa fama na sociedade nobre da Inglaterra, apesar dela ainda ser muito menor e menos assustadora. Brutus em especifico era conhecido por ter escrito um livro defendendo ideais racistas. Uma vez, ele estava trabalhando no Ministério e cortou o dedo dele com um pouco de papel. Alguém veio e o ajudou com o corte, alguém delicado e bondoso e muito gentil.

Alguns dias depois, tal pessoa voltou para o trabalho sem um dedo – o mesmo dedo que Brutus tinha cortado – e praticamente desmaiando de medo toda vez que via Brutus.

Talvez uma parte do que tornasse aquela história tão horripilante e fizesse ela ter sobrevivido por tanto tempo era que todo mundo acreditava nela, por causa de como os Malfoys agiam até hoje. Eles sabiam que era possível, eles conseguiam ver aquilo acontecendo, mas eles não entendiam o porquê. Eles não conseguiam parar de pensar no que estava passando pela cabeça daquele tão infame Brutus, não conseguiam parar de tentar analisar as ações dele e procurar por alguma lógica.

Draco já tinha achado.

Era a maneira como eles Malfoys eram criados. Parecia loucura para todo o resto do mundo, mas não para eles. Para Draco, a lógica era clara, era algo que ele foi ensinado anos atrás.

Ninguém nunca fazia algo de bom sem segundas intenções. Ninguém nunca te ajudava a não ser que eles quisessem algo em troca, ou que eles quisessem te machucar ainda mais no futuro. Machuque eles antes que você seja machucado. Era isso que eles ouviram um milhão de vezes enquanto cresciam e era isso que estava passando pela cabeça de Brutus enquanto ele de alguma maneira arrancava o dedo daquela pessoa antes que ela fizesse algo contra o próprio Brutus.

Não havia nenhuma bondade dentro dos Malfoys. Não havia delicadeza ou gentileza ou qualquer coisa que os fizesse tentar ajudar os outros. Eles simplesmente não conseguiam acreditar que outras pessoas podiam ser diferentes.

Draco podia imaginar o quanto dever alguém tinha enlouquecido Brutus. Ele podia imaginar mais do que perfeitamente, porque naquele momento ele sentia como se estivesse devendo algo para Harry.

Harry tinha feito ele sair de perto da janela e ir dormir. Talvez Narcisa e Lucius teriam ficado bravos que Harry só não deixou ele cair, mas quando Draco acordou no dia seguinte, ele não pôde deixar de sentir um pouco de alivio. Isso também, até ele começar a pensar na preocupação e no medo de Harry enquanto o via se balançando perto da janela. Draco não sabia porque ele iria estar preocupado. Draco não podia deixar de ficar pensando em um milhão de maneiras que Harry podia estar planejando usar Draco, porque ele sabia que se fosse o contrário, se fosse um Malfoy ajudando alguém, iria ter algum plano maléfico sendo feito por baixo dos planos. Aquela era a vida para qual Draco foi criado, era o que ele via toda vez que olhava para outras pessoas.

black sheep,  DRARRY ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora